sexta-feira, 1 de maio de 2015

Diana Damrau, a chama do belcanto


Tenho ouvido nestes dias a gravação de Diana Damrau com a orquestra do Teatro Regio de Turim, dirigida por Gianandrea Noseda, intitulada "La Fiamma del Belcanto".

É um dos melhores discos recentes de árias para soprano, só comparável ao "Drama Queens" da mezzo Joyce Didonato (mas esse continha árias para mezzo, ou seja, contralto). Diana Damrau revelou-se na 'Raínha da Noite' da Flauta Mágica, mas desde então a sua voz vem ganhando agilidade para outros voos - neste caso, o bel-canto italiano e a coloratura. 

Da Luisa Miller, destaco esta 'Tu Puniscimi, o Signore':


Tu puniscimi, o Signore,
se t'offesi e paga io sono,
ma de'barbari al furore
non lasciarmi in abbandono,
A scampar da fato estremo
innocente genitor
chieggon essi - a dirlo io fremo ! -
della figlia il disonor!


De I Puritani (Bellini), 'Vien diletto', uma pièce de résistance da Damrau :


Vien, diletto, è in ciel la luna!
Tutto tace intorno intorno;
finchè spunti in cielo il giorno,
ah vien, ti posa sul mio cor!
Deh!, t'affretta, o Arturo mio,
riedi, o caro, alla tua Elvira;
essa piange e ti sospira,
vien, o caro, all'amore


Só para comparar, a Netrebko, de tessitura nitidamente mais baixa e doce, quase mezzo, é excelente de presença em palco e musicalidade, mas ( mesmo que tente disfarçar, e bem) fica muito aquém das capacidades belcantistas da voz de Damrau, límpida e fluente 'nas alturas' :



Ah, esta bem-cantante, peste de apoiante de Putin contra a Ucrânia, esqueci-me e dei-lhe voz... Cala-te, e que volte a Diana, a soprano dos tempos que passam.

'Scena della pazzia', Lucia di Lammermoor, agora ao vivo:



Está bem animado, o mundo das Divas.


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