Kherson, Ucrânia, foi um símbolo de resistência: ocupada pelos russos, Zs por todo o lado, a cidade uniu população e exército e conseguiu expulsá-los em ... , uma humilhação que o Kremlin nunca digeriu. Nos últimos meses tem sido ataque após ataque, vindos do céu, explosões a toda a hora. Dos 300 000 habitantes mantêm-se na cidade 60 000, ou porque não têm para onde ir, ou porque fazem ponto de honra em não ceder ao russos, ou por amor à cidade.
Amor à cidade havia no Café Prostir (Café Espaço), na rua Teatralna 6/8, onde se reunia gente jovem e bonita, habitantes e visitantes, para manter um ritual de boa vida urbana, civilizada e pacífica. A Teatralna é a rua da cultura em Kherson, com teatros, museus, academia de música, cinema...

Uma explosão próxima arruinou o primeiro prostir.coffee, e a sua fachada em madeira.

A segunda versão do Prostir parecia mais resistente, mas os nervos de quem não dorme sob as bombas é que não resistiram.
O dono Oleksiy Melnychenko mudou-se para sítio mais seguro, espera ele.
Kherson não era nenhuma beleza antes da guerra; procurando, lá se encontra uma zona ´histórica´do séc. XIX-XX. Na Rua da Europa (Evropeiska, novo nome, a substituir qualquer coisa czarista) há este lindo prédio, a "Casa dos Atlantes":
Deve ser do entre-duas-guerras, anos 20 ou 30.
A Evropeiska, que antes foi a Suvorova, é uma rua bonita, pedonal, bem tratada, um sítio para passear em paz. Imagens de 2020/2021.
Escola
O actual abandono. Ao fundo, a entrada do Parque Shevchenko.
O centro histórico é o quadriculado de ruas à esquerda do Parque Shevchenko; foi aqui que a cidade nasceu, a partir da Fortaleza de Kherson.
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A fazer de tampão, ou último bastião, na defesa de Odessa, Kherson é mais uma cidade mártir - mas por enquanto sem botas russas. Valentes.
O que a guerra tem de pior são certamente as vítimas humanas. Aqui, contudo, só posso mostrar o abandono, e a destruição das pedras que esses humanos construíram com alguma arte e muito trabalho.