quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Zinman: a melhor Grande (8ª) de Schubert


Mais uma vez, como um relógio suíço, nem mais.

Não quer dizer mecânico nem automático. Quer dizer com uma precisão linda de se ouvir, uma sonoridade polida que brilha como platina, um domínio de ritmos, intensidades e contrapontos como, provavelmente, nunca antes. Faz com que quase todas as gravações anteriores, mais ou menos sanguíneas, pareçam pastelões desconexos.

E há a revelação do que se ouve pela primeira vez, intensa.

Em resumo: David Zinman, Tonhalle, um gosto *****


Precipito-me, talvez: a mais gloriosa gravação do ano.

[tenho de ir a Zurique outra vez, ouvi-los]

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Fim de tarde outonal em Serralves


Finalmente, Outono a valer. Castanhas, folhas caídas, crepúsculos adiantados e magníficos.




Outono dos crepúsculos doirados,
De púrpuras, damascos e brocados!
- Vestes a terra inteira de esplendor!



[excerto de Outonal, de Florbela Espanca]

sábado, 26 de outubro de 2013

Queridos livros, fragatas para terras distantes


There is no Frigate like a Book 
To take us Lands away 
Nor any Coursers like a Page 
Of prancing Poetry – 

Emily Dickinson (1873)

Ná há Fragata como um Livro
Que nos leve a Terras distantes
Nem há Corcéis como uma Página
de altiva Poesia -

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É assim, nesta casa:


'No que me toca, sou incapaz de imaginar um mundo sem livros.'
Jorge Luis Borges

A prateleira de incontornáveis releituras. Desarrumados, mas eu sei deles.

Idem - na verdade sou feito destes, em boa parte.

'Ler é sonhar pela mão de outrem.'
Fernando Pessoa

Caos e fractais, entre a arte e a ciência.


Títulos tão bonitos e recheio tão generoso - aventuras, História, viagens, confissões.

Livros para ver pausadamente, ler é acessório.

Clássicos.

“Um clássico é um livro que nunca acaba de dizer o que tem para dizer".
Italo Calvino

Habitam a casa, belos, dominadores, omnipresentes, amigos. Há momentos em que indago que futuro será o deles. Talvez...





sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Histórias: A inscrição rúnica de Upernavik


Em 1434, dobrámos o temível cabo Bojador, aqui bem perto, e em breve iríamos ligar o Atlântico ao Pacífico; pois os nórdicos Vikings, pelo menos três deles, dobraram, a 60º N , o cabo Farvel (Uummannarsuaq), circum-navegando a Gronelândia pelo extremo sul, e chegaram mesmo à pequena ilha Kingittorsuaq, frente à actual povoação de Upernavik. Estávamos nós ainda ... na Idade Média (séc. XIII).

Isso sim, é um feito !


Ou seja, velejaram e remaram até 72° 57′ N. Setenta e três graus norte. É obra.
( O círculo polar ártico é a 63º N ).
Note-se que não tinham por trás um aparelho de estado com planos de expansão nem uma economia interessada em fazer lucros. Nada, só aventura.


Foi a maior distância que atingiram para norte, em barquitos frágeis, embora rápidos, num oceano tão ou mais difícil que o Atlântico sul, mar congelado semeado de placas e icebergs. E seguiram , até à mítica Helluland narrada nas Sagas, que corresponde à grande Baffin Island, já na América do Norte.

Os navegadores Vikings chegaram mais a norte que se julgava navegando pelo estreito de Davis, na costa oeste da Gronelândia.

A Pedra Rúnica de Kingittorsuaq data da Idade Média, com maior probablidade de meados dos séc. XIII. Foi encontrada em 1824 no ponto mais elevado da ilha, num grupo de três pilhas de pedras* (cairns) em triângulo equilátero.


A ilha de Kingittorsuaq é pouco mais que um rochedo desabitado no noroeste da Gronelândia, nas margens do fiorde de Upernavik, perto do estuário que se abre sobre Baffin Bay.

A datação da pedra rúnica tem oscilado entre 1135 e 1314. É uma pedra quase lisa com três linhas de caracteres rúnicos (símbolos da antiga escrita nórdica). Os Vikings usavam estas inscriçõea para várias finalidades: memorial aos mortos, marcação de território, descrever grandes acontecimentos (como viagens).

Museu Nacional de Copenhaga


Só na Gronelândia foram encontradas mais de 100 pedras rúnicas. Ao contrário do que alguns dizem, nenhum destes testemunhos da presença nórdica foi comprovadamente encontrado em território americano.

Portanto: a certa altura, pelo século XIII, três marinheiros Vikings estavam em Kingittorsuaq no início da Primavera, tendo quase certamente lá passado o Inverno. E antes de partir deixaram uma mensagem, um testemunho silencioso em pedra, trabalhado com mãos queimadas e calosas do intenso frio.


E a inscrição diz:
« Erlingur Sigvatsson, Bjarni Thordarson e Enridi Oddsson aqui ergueram três 'empilhamentos de pedras' num sábado antes da Rogativa » [25 de Abril, dia de S. Marcos, no calendário cristão].



Sobre Upernavik, já escrevi aqui.

*Em português há a palavra moledro, origem de moledo.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Soberania ?


Empinaram-se todos de orgulho patriótico.

Sem partido liberal, sem partido socialista ou de direita com um mínimo de seriedade e solidez, esquerda radical reduzida a cacos, um único pequeno partido sólido mas submisso a uma doutrina irrelevante, sem 1ª, nem 2ª, nem 3ª, nem 4ª via, para quê falar tanto de soberania e orgulho nacional ? São mesmo velhos do Restelo, não percebem que a soberania voou para outras paragens. Aliás, também eles contribuíram para lhe dar asas. 

Se a soberania custa a conquistar, ainda custa mais a recuperar. Não vejo jeito, senão deixar de comprar a fiado - e isso ninguém quer, pelos vistos.

Porque não festejam antes a soberania que ainda temos, as Selvagens, as touradas de morte , a barragem no Tua, as portagens nas Scut, e outras coisas boas que fazemos por cá onde só nós é que mandamos ?

domingo, 13 de outubro de 2013

Julia Lezhneva, de Yuzhno-Sakhalinsk
(no extremo oriente da Rússia)


Julia Lezhneva virá em Abril à Gulbenkian cantar Handel.

Com formação de canto e piano em Moscovo, a soprano de agudos doces chegou à nossa Europa em 2008, no festival de Pesaro, apadrinhada desde os 18 anos por Marc Minkovsky que de imediato reconheceu o promissor canto da Lezhneva. Ouvi-a na ilha de Ré a cantar Mozart , justamente com Minkowsky.

Mas o que mais me traz a fazer este post é ter sabido do local onde Julia nasceu e viveu a infância até aos 7 anos: a cidade de Yuzhno-Sakhalinsk, 190 000 habitantes, no extremo oriente da Rússia - a maior cidade da Ilha Sakhalin, tão próxima do Japão que até já lhe pertenceu. Dada a riqueza étnica da região, é mesmo provável que Julia Lezhneva combine genes russos da Sibéria com genes de origem coreana ou nipónica, como a maioria da população.


Julia Lezhneva nasceu em 1989, numa família de cientistas. Aos cinco anos já tinha começado a cantar no côro da cidade. Como será, Yuzhno-Sakhalinsk ?

Cidade isolada, perdida nos confins do mundo, sem vivência cultural que mereça esse nome, é ainda por cima feia do urbanismo soviético (os blocos pré-fabricados de 4 andares) e da extracção intensiva de carvão, petróleo e gás na ilha Sakhalin - a 'Sakhalin Oil and Gas' é uma mina de ouro negro para a Shell, e uma terrível fonte de poluição na ilha.

Mesmo assim, nos últimos anos de riqueza emergente da zona Ásia-Pacífico, alguma coisa vem melhorando no triste ambiente urbano de Yuzhno-Sakhalinsk.


Um hotel ocupa um dos edifícios renovados da cidade.

Igrejas, são todas recentes (mesmo que construídas ao estilo antigo) :

- a Catedral Ortodoxa da Ressurreição:

- a igreja ortodoxa de S. Nicolau, construção tradicional em madeira de 2005:

Museus, vários, como é costume na Rússia, mas salientam-se:

- O Museu Chekhov de Artes e Letras:



- O Centro Chekov, teatro e sala de concerto, onde se costuma apresentar o côro de Sakhalin:

Deste berço improvável nasceu a voz angelical da Lezhneva !

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Talvez o concerto de Lisboa inclua, de Handel, este
Saeviat tellus (Mottetto) O nox dulcis
Julia Lezhneva, soprano
Il Giardino Armonico, dir. G. Antonini


ou melhor ainda, este
Da tempesta, do Giulio Cesare
com a Helsinki Baroque Orchestra

(só espero que a orquestra esteja mais bem afinada, não é ? )

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Em contrapartida, o Mendelssohn de Thibaudet com Blomstedt ...


Sei que já é de 2001 esta gravação, mas como só ouvi agora o CD, aqui fica o meu entusiasmo: interpretações de fazer saltar do assento, ao contrário do CD da Grimaud que referi no post anterior. Diria mesmo que é como se estivesse a ouvir estes concertos pela 1ª vez - tal é a revelação nos detalhes e dinâmicas, a excelência do pianismo e da direcção de orquestra, tudo. Depois de Serkin, na década de 60, ninguém tinha feito melhor. Grande par, Thibaudet e Bloomstedt.

Dez valores em dez, pois. E ainda temos de brinde um brilhante Rondo Capriccioso op. 14 ! Tinha Mendelssohn... 16 anos !

Não havendo disponível em vídeo a interpretação de Thibaudet, aqui vai por Rudolf Serkin, quase perfeito:

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O Brahms de Helène Grimaud


Acabo de ouvir a gravação de Helène Grimaud dos dois concertos para piano de Brahms, o primeiro com a Orq. da Rádio da Baviera 'live', o segundo com a Filarmónica de Viena. Aguardado com alguma expectativa, o CD suscita "mixed feelings".

As gravações destes concertos por mãos femininas sempre me desiludiram e em geral evito-as. Não era preconceito, era um facto - o resultado costuma ser invariavelmente uma interpretação achopinada, perdoem o adjectivo, mais ou menos maneirista, aligeirada, insípida, sem a devida gravitas e, pior, sem alma dorida.

Helène Grimaud prova-me agora que isso não era fatal acontecer. Estará mesmo à altura dos melhores - Arrau, Michelangelo (bem...), Kovacevich. Ou talvez não esteja, mas é de facto primorosa, no vigor e no silêncio, na fluência e na contemplação. Não sei se isso é desagradável, mas ouve-se a respiração de Grimaud nos instantes cruciais do concerto nº1, gravado ao vivo. Por mim acho isso natural, torna até mais verdadeiro o momento.


As orquestras ajudam, luxuosas de cordas e madeiras como são. Mas podiam ajudar mais: a direcção de Andris Nelsons é menos que competente, não tem marca pessoal, é mesmo aborrecida e arrastada, sem 'pathos'. Uma pena, às vezes acontece mesmo o incrível, a orquestra "apagar-se" discretamente, com se só estivesse ali para acompanhar. Crime, em Brahms.

Seis valores em dez - falta aquele toque de génio na condução. Sete, só por cavalheirismo ;)

sábado, 5 de outubro de 2013

Emissão da ClassicFM dedicada à música portuguesa


O programa 'Alex James's Magical Musical Tour', da ClassicFM, está a ser dedicado a música portuguesa.

Até agora, foram emitidas:

Crux Fidelis 
King John IV of Portugal 
Conductor: David Hill 
Choir of St.John's College, Cambridge 

Fantasia Dramatica for Piano & Orchestra 
Jose Vianna da Motta 
Martyn Brabbins, Gulbenkian Orchestra 
Soloist: Artur Pizarro 

Missa Regina Caeli 
Manuel Cardoso 
Harry Christophers, The Sixteen

Missa pro defunctis a 8 
Duarte Lobo 
Harry Christophers,, The Sixteen 

http://ukrp.musicradio.com/classicfm/live 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Leonardo em Clos-Lucé
[em sequência da recente visita]


Em 1515, Leonardo está em Roma, onde trabalham também Miguel Ângelo (na Capela Sixtina), o jovem Rafael (nas 4 salas do Vaticano), Giorgio Vasari. Invejas, rivalidades e mau feitio iam surjindo a par com a protecção e os convites que cada um recebia dos poderosos.

Leonardo, até há pouco benquisto, sente-se posto de lado. Continua absorvido nos seus estudos anatómicos mas não obtém as encomendas e as mordomias dos outros rivais. Para mais, Juliano de Médici, seu protector, abandona Roma, e Leonardo cai em desgraça. As suas investigações científicas sobre o corpo humano não agradam à Igreja, o Papa proíbe-lhe o acesso ao hospital, impõe-lhe um criado alemão cuja missão é espiá-lo, e a antipatia e humilhação vão-se tornando crescentes e publicamente evidentes. Roma tornou-se demasiado pequena para Leonardo.

Em Bolonha, obtém o entusiasmo e a simpatia do jovem Francisco, duque de Angoulême, amante das artes e desejoso de um grande Renascimento em França, onde acaba de aceder ao trono como Francisco I. Leonardo aceita o convite daquele que será o seu patrono e amigo até ao fim da vida; então com 64 anos, e com a Gioconda e os desenhos escondidos numa sacola, Leonardo segue por Forença, Milão e Turim, e atravessa de mula os Alpes pelo mosteiro de Sacra di San Michele.


Desce depois o vale de Aosta ladeando o Mont Blanc, até à aldeia de Saint-Gervais onde descansa uns dias, a desenhar esboços de todo o espantoso panorama, o azul entre os picos brancos, os glaciares, as águas em turbilhão encosta abaixo, as avalanches.

Parece então a Leonardo que o fim do mundo virá de uma inundação imensa:

'(...)os campos submersos sob ondas de mesas, leitos, canoas, sobre os quais homens e mulheres apinhados gritam, espavoridos pelo tornado furioso das vagas e pelos cadáveres dos afogados que os rodeiam.'

Mas à medida que segue descendo os Alpes a caminho de Lyon, Leonardo fica maravihado  com a França, deslumbrado com os três vales - Rhône , Loire e Cher - sob o primeiro sol da Primavera.


Os castelos e as fachadas de calcário do casario, com os reflexos nas águas calmas do rio, dão-lhe exactamente o que ele precisava - paz e inspiração.


Chega no outono de 1516 ao castelo de Amboise, onde o espera Francisco I.


No terraço perfumado de laranjeiras, com vista magnífica sobre a vila e o rio, percebe que será aqui o resto da sua vida. Mais feliz fica ao notar que à sua volta muitos falam italiano - são artistas e artesãos que cada vez mais afluem à corte de França.

Francisco I oferece-lhe uma mansão acastelada. de tijolo rosa e bela tufa calcária branca do Loire, com um jardim enorme, e toda a liberdade para criar:

Le Château de Clos-Lucé.

Ilustração de Plilippe Lorin
Da galeria renascentista, a corte e as damas assistiam às festas dadas no pátio.

E Leonardo é requisitado para encenar grandes festas, muito ao gosto do novo Rei. Torneios, animais selvagens, autómatos, bailes, tudo com efeitos especiais de som e luz.

Uma das festas encenadas por Leonardo, em que um mecanismo escondido faz mover o Sol e os planetas sobre a abóbada celeste,  é assim descrita:

O pátio de lajes estava coberto com pano da côr azul do céu. Sobre o pano, os principais astros – o Sol de um lado, a Lua do outro, autêntica maravilha de se ver. Marte Júpiter e Saturno, por ordem, dispostos com os doze signos celestiais. À volta do pátio, uma colunata circular também ela enfeitada com o mesmo pano azul e com as estrelas (...) Havia quatrocentos candelabros, tão luminosos que pareciam expulsar a noite (…)


No então chamado 'Manoir de Cloux', Leonardo sente-se feliz e muito bem pago – e logo recomeça a trabalhar intensamente em vários projectos, estudos sobre hidrografia da região, um plano de controle do curso do Loire e afluentes com sistemas de éclusas, secagem de pântanos, construção de canais e moínhos…


Um dos seus projectos mais loucos era o castelo de Romorantin, vila próxima de Amboise: Leonardo desenha uma cidade-palácio, ilha-castelo, uma nova capital do reino, equipada com engenhosos mecanismos nunca vistos.



Seria como um castelo cintilante emergindo da água por um sistema de roldanas e alavancas… nunca chegou a ser iniciado (os terrenos do rio Sauldre eram demasiado insalubres), mas foi talvez a mais grandiosa utopia do mestre. Depois da sua morte, algumas das ideias influenciaram o plano de construção do Castelo de Chambord.

O Clos-Lucé é um edifício do Séc. XV, renascentista, rodeado de verdura. A vista para Amboise, ali ao lado, é soberba, salientando-se a elevada capela de St. Hubert.

Para tratar da casa e da cozinha, e dos muitos gatos que por ali andam, é contratada a Sra. Mathurine, que cuida das refeições vegetarianas como ele exige. Leonardo adora os gatos, que andam pela casa e jardins, observa-os, desenha-os:
O mais insignificante destes felinos é em si mesmo uma obra prima.



No Inverno, aquece as mãos na monumental chaminé, ornada com as armas de França. E se for à janela, apoiado nos cotovelos, começa a ver o desenho do palácio real de Amboise.



No Verão, desce aos jardins onde plantou muitas das árvores que lá se encontram, passeia até a beira do Amasse, um ribeiro que atravessa o parque de Clos-Lucé.


Entretanto Leonardo não pára. Convencido de que é possível fazer uma máquina voadora, continua a estudar o voo dos pássaros, enche páginas e páginas com esboços, rascunhos.




Recebe também numerosas visitas. E em primeiro lugar, a do Rei, que não cessa de maravilhar com a descrição de como um dia o homem voará nos céus, ou navegará sob as águas.  Fala-lhe de Alexandre e Aristóteles, e Francisco I escuta como um filho escuta uma lição do pai, com afecto e emoção. Recebe também a irmã do Rei, Marguerite de Navarre, também grande figura humanista do Renascimento em França.

Viveu assim os últimos 3 anos. Escreveu mais de 10 000 páginas de notas e desenhos, sem ordem, ao sabor da imaginação – o escafandro, a imbricação das penas nas asas dos pássaros, o carro de assalto, a ponte giratória, muitos desses desenhos actualmente espalhados pelos museus da Europa. Mas a maioria não foi encontrada; talvez devido aos empréstimos e pilhagens que foram ocorrendo depois da morte de Leonardo, dois terços da obra desenhada e pintada continuam desaparecidos.




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Desenhos:
http://pasalavida.org/leonardo-da-vinci/arquitectura-y-planificacion/

Documentos consultados:
Carlo Pedretti, Léonard de Vinci au Chateau do Clos Lucé (pdf)
Gonzague Saint BrisSur les pas de Léonard de Vinci,  Presses de la Renaissance, 2006