Não encontrei melhor para uma retirada estratégica. Um paraíso.
Åmål, centro histórico
Pouco se ouve falar do lago Vänern, a oeste de Estocolmo, um lago bastante interior da península escandinava e... o maior lago da União Europeia !
Três cidades a merecer destaque existem na margem do Lago: Lidköping, Kristinehamn e Åmål. Esta última é a mais ocidental e interior, mais perto de Oslo (180 km) que da capital Estocolmo (380 km, a 5h de viagem), na estrada europeia E45.
As águas do Vänern podem atingir 20ºC em Julho.
Åmål
População: ~ 9 000
Coordenadas: 59° 3' N, 12° 42' E
Centro da parte antiga, com o ribeiro canalizado e a ponte Mellanbron
Mencionada já em 1312 sob o nome "Ömordh", Åmål nasceu como vila de mercado e portuária, tendo subido a cidade em 1643, com direito à sua Igreja tardo-medieval. A sua maior importância era o comércio com a Noruega, isento de taxas. A partir de 1690 teve lugar uma modesta industrialização com a instalação de uma fundição e um pequeno estaleiro naval, e Åmål cresceu até passar os 1000 habitantes no século XVIII; foi valorizada com a sua nova Catedral, embora com as guerras e um grave incêndio grande parte da cidade tenha sido destruída; mas prosperou no século seguinte, já com farmácia, livraria/biblioteca, e continuando a modesta industrialização. Actualmente, tem um cinema, um centro cultural/auditório, museu e, claro, hotelaria. Tem, sobretudo, dois festivais cada vez mais frequentados - os Dias do Livro, uma feira literária com palestras e concertos, e o Festival de Blues, já com fama internacional.
À esquerda, o jardim Plantaget , a rua Kyrkogatan; à frente em primeiro plano o Hotel; do lado direito corre a rua Kungsgatan; e ao fundo o lago.
Hålskogsbron, a ponte de entrada
Atravessando o rio Åmål ou Åmålsån, é a principal via de acesso ao centro.
Mellanbron. a ponte do meio
É uma ponte tosca de pedra sobre o Åmålsån (= rio de Åmål). O nome "Mellanbron" resulta de estar mo 'meio', entre a ponte principal de entrada (Hålskogsbron) e que liga à zona portuária.
A Mellanbron marca o início da zona pedonal, sendo a entrada leste para o centro histórico - a antiga praça do mercado, que foi ajardinada, agora designada por jardim Plantaget, com direito a uma estátua de Eva e rodeada de edifícios dp século XVIII que estão classificados e protegidos.
Nos lados da praça correm as principais ruas : Kungsgatan, Södra Ågatan, Kyrkogatan, com vários edifícios do século XVIII.
O jardim Plantaget
Vejamos então os edifícios que contornam o jardim.
Vista da praça na rua Kyrkogatan, com a Igreja ao fundo e a Dahlgrensgården à direita.
O mais admirável é a combinação de pacatez, ruas e casas bem tratadas, um misto de urbano e campestre, uma harmonia da arquitectura com os jardins e a água, onde não falta quase nada.
Dahlgrensgården
Na Kyrkogatan 15: prédio da década de 1780, após o grande fogo de 1777. A partir de 1836 foi a sede do Banco de Åmål, e mais tarde alojou consultórios médicos.
Vågmästaregården
A casa mais antiga (e uma das mais ricas) de Åmål é esta Vågmästaregården de 1714, agora prédio residencial. É particularmente acarinhada pelos moradores.
A Vågmästaregården, de 1788, casa classificada como património nacional.
Vågmästare é o Mestre de Pesagem, o oficial responsável pela pesagem das mercadorias negociadas no porto; tinha direito a uma bela moradia, pois era o mais elevado cargo da cidade nessa altura.
Situada numa esquina da praça com a Kungsgatan, a dar para o rio; vê-se a Mellanbron à direita.
Hantverksföreningens, o Clube dos Artesãos
Eva em frente à Lillienstiernska.
Nesta esquina da Södra Ågatan com a Kyrkogatan, à saída da praça, está outro belo conjunto de edifícios do século XVIII; havia aqui um quarteirão mais antigo (Kronan Störger) que foi destruído pelo grande fogo de 1777, e de que poucas casas ainda sobram.
Waldenströmska de 1795, ao lado da mais antiga Lilliestiernska
Hantverksmagasinet, loja dos artesãos
Antigo armazém, agora oficina e loja de artesanato.
Louças, panos, decorações várias.
O lado oriental da praça , onde fica a casa Vågmästaregården, dá para a foz do rio Åmålsån na zona onde ficava o porto de pesca e agora é a marina. A antiga Fisketorget (praça do peixe) ainda é área de pesca fluvial, e nos dias de festival enche-se para eventos ao ar livre.
Passeio fluvial: ao fundo, a Hålskogsbron
A casa na Hamnagatan 6, junto ao cais, é a Brantenbergska de 1846; pertenceu a um tal Rålins, construtor de pianos e órgãos. Agora é residência privada.
Seguindo pela Hamngatan (= rua do porto) ao longo da margem do Åmålsån até onde ele desagua no lago Vänern, encontra-se outro conjunto de edifícações que serviam de armazém, e a mais antiga igreja da cidade.
O Hembygdsmuseet (museu da cidade), um pequeno museu regional do tipo etnográfico, está instalado numa destas casas. Expõe recheio das casas antigas casas suecas, incluindo instrumentos de trabalho e obras de tecelagem e renda.
A mais antiga igreja de Åmål foi convertida em sala de eventos, com o nome Kulturmagasinet.
Actualmente, serve sobretudo de apoio aos festivais de Verão: o badalado Festival de Blues de Åmål, em Junho/Julho, e os animados Dias do Livro (Bokdagar) em Dalsand no fim de Julho.
Bokdagar i Dalsland, os dias do livro
É quando mais se anima a cidade - um cartaz de turismo cultural de sucesso. A sede da Nordiska Litteraturhuset, gestora do festival de livros, fica junto à ponte de entrada para o quarteirão histórico.
Uma sessão de leitura junto ao lago.
No sul do lago, numa ilha próxima de Lidköping, encontra-se o Castelo Läckö, que assenta num forte medieval mas foi sendo construído, ampliado e enriquecido ao longo dos séculos XVI e XVII. É atracção turística, claro, com o seu folclore de passeios em barco Viking, kayaking, restaurante.
Outros sítios mais podia destacar: a bonita cidade de Mariestad com uma impressionante catedral, a aldeia industrial de Borgvik e o seu fantástico moínho...
A Gamla Kyrkan substituiu no séc. XVII uma anterior igreja medieval de madeira, do séc. XIII, de que se conserva uma pia baptismal. De resto, só se conservam as paredes.
Bokdagar i Dalsland, os dias do livro
É quando mais se anima a cidade - um cartaz de turismo cultural de sucesso. A sede da Nordiska Litteraturhuset, gestora do festival de livros, fica junto à ponte de entrada para o quarteirão histórico.
Na 'praia' de Åmål, uma das cabinas foi adaptada para o afamado Strandcafé.
E abrem-se as portas para o lago.
É de manhã que a vista do lago é mais convidativa. No Verão é imperdível, mágica.
A Igreja de Åmål
O interior é pobre; existe uma pia baptismal em granito do séc. XII, e um órgão muito decorado.
No jardim e frente há um pavilhão-miradouro:
Tollebols Kvarn , o moínho de água com um café
Já fora da cidade, na margem do amalsan a nordeste, é um moínho de água intacto da década de 1870 que ainda tem o sistema hidráulico e o mecanismo de rodas funcional; uma vez por ano é posto a trabalhar e a fazer farinha.
O Lago Vänern
Åmål fica aproximadamente ao centro da costa oeste do lago.
E o clima à volta do lago? Claro que é muito frio e nevado no Inverno, embora as casas estejam bem isoladas e aquecidas; no Verão consegue ir além dos 20º, mas não muito; as águas do Vänern também atingem esse máximo, o que não é nada mau.
Como refúgio de um mundo feio, mau e hostil, não me parece nada mal.
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