"Um Deus Passeando Pela Brisa da Tarde"
Mário de Carvalho
Um "Livro da minha vida" para décadas de releituras
Numa cidade romana da Lusitânia, ao tempo de Marco Aurélio, o magistrado supremo vive um shakespeareano “to be or not to be” simultâneamente actual e muito bem enquadrado historicamente, rodeado de sinais e personagens, costumes e instituições que resistem (uns) ou prenunciam (outros) uma viragem histórica, tudo brilhantemente narrado num português elegante e bonito cuja leitura é uma permanente delícia.
Três personagens magníficas – o duúmviro Lúcio , a esposa Mara e a cristã Iunia – observadas com detalhe e argúcia psicológica, dão vida intensa a uma trama onde a novidade do cristianismo se vai contrapondo cada vez mais ao agnosticismo e aos valores e costumes romanos. Lúcio é um filósofo humanista, que tende para a contenção e a tolerância, entre fascinado e agastado pela palavra e pela presença de Iunia.
Excelente a sequência do cerco mouro que precipita o final, em que um homem decente, preocupado e racional reconhece que não há poder contra a indiferença cívica, as superstições étnicas , o fanatismo moralista e a tentação da violência. Refrescante também a perspectiva sobre os cristãos como minoria pacificamente subversiva...
Três personagens magníficas – o duúmviro Lúcio , a esposa Mara e a cristã Iunia – observadas com detalhe e argúcia psicológica, dão vida intensa a uma trama onde a novidade do cristianismo se vai contrapondo cada vez mais ao agnosticismo e aos valores e costumes romanos. Lúcio é um filósofo humanista, que tende para a contenção e a tolerância, entre fascinado e agastado pela palavra e pela presença de Iunia.
Excelente a sequência do cerco mouro que precipita o final, em que um homem decente, preocupado e racional reconhece que não há poder contra a indiferença cívica, as superstições étnicas , o fanatismo moralista e a tentação da violência. Refrescante também a perspectiva sobre os cristãos como minoria pacificamente subversiva...
1995 - Grande Prémio APE
1996 - Prémio Pégaso de Literatura
1996 - Prémio Fernando Namora
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