quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Siorapaluk


Siorapaluk = "Pequenos areais", nome em língua inuit desta povoação que, tanto quanto sei, é a povoação permanente mais setentrional do planeta, no noroeste da Gronelândia.

Siorapaluk situa-se na costa do Robertson Fjord, apenas a 1362 km do Pólo Norte.

Coordenadas   77°47′ N, 70°38′ W
População    ~ 70.
 

O casario reflectido nas águas calmas do fiorde, que banha a praia de areia.


Siorapaluk é o limite norte da comodidade : a última electricidade, o último saneamento, loja, correio, TV, net - é o último reduto de civilização.


A escola  e a igreja, agora museu

As casas são anualmente renovadas e pintadas, de cores vivas - azul,vermelho. Por estes lados, a casa faz parte da pele, é um ninho de sobrevivência.

 A loja e posto de correios, os derradeiros quando se sobe para Norte.

A igreja ainda tem torre sineira separada, como era costume no norte da Europa.

A escola, recente

Vista da escola para o mar num dia de sol.

"Inuit" designa a população original do ártico; partindo da Ásia central para leste, viajaram até ao extremo oriente da Rússia, depois atravessaram para o Alasca e ao Canadá, chegando à Gronelândia  há 4500 anos.


Nesta região, estudada por Knud Rasmussen nas suas expedições, muitos dos habitantes são descendentes directos da última migração Inuit do Canadá, no início do século XX.

São essencialmente caçadores - pássaros, raposas, lebres, focas e morsas - que se dedicam à pesca no curto intervalo de degelo do mar. Mas com as mudanças de clima os animais procuram outras paragens e a subsistência passa a depender do sistema - o navio, a loja, o dinheiro.

O veículo diário de trabalho preferido nestas paragens ainda é o trenó.


O cão, aqui mais que noutro lado o maior amigo.

As temperaturas variam, em média,  de - 20ºC no inverno a alguns graus acima do zero no Verão, com extremos registados de -60º, + 18ºC. Neste momento oscilam entre -4 e - 8º.

No meio do Verão, os dias têm 24h de sol, mas nem por isso aquecem como se poderia esperar. Mas é verdade que as temperaturas têm tendência a subir um pouco ultimamente.


Altos montes de arenito avermelhado ou púrpura (devido à presença de ferro) rodeiam a aldeia, caindo sobre uma língua de areia que corre junto ao mar.

Ao longe há um glaciar, no fundo do Robertson Fiord:

Regresso a casa


Não sei por quanto tempo, mas sentia-me bem num lugar assim. Faltam as árvores, só as árvores...

2 comentários:

Gi disse...

Demasiado frio para mim, e demasiado pequeno. Demasiado longe, talvez.

Mário R. Gonçalves disse...

Lonjura? preciso de lonjura, Gi