Quando se pensa na Grécia, não é a cidade de Volos, na região de Magnésia (de Magnis, filho de Zeus), a primeira que lembramos, pois é certamente uma cidade de menor relevância histórica e cultural que muitas outras. É cidade universitária, um porto importante, e tem uma frente marítima moderna e elegante a lembrar a riviera francesa, um bairro antigo de casas térreas pobres, uma catedral e ... um Museu ! É este a principal razão de ser desta chamada para Volos : já não visitarei o seu Museu.
Volos é conhecida como Cidade dos Argonautas; terá sido do seu porto no Golfo de Eubeia que Jasão partiu no navio Argo, tripulado pelos Argonautas, em busca do Velo de Ouro.
Uma escultura da nave Argus no passeio marítimo celebra a aventura de Jasão.Mas da Grécia antiga nada resta, nem sequer da era Bizantina. Há templos modernos inspirados nos do passado, falsos portanto.
A Catedral ortodoxa de S.Nicolau é de 1934. Está na praça central, do mesmo nome.
Em 1955 dois terramotos acabaram com a pouca herança bizantina e otomana; resistiram alguns edifícios neoclássicos, como o do Museu. Ultimamente Volos sofreu também severos danos pelo fogo que cercou a cidade. A zona nobre, à beira-mar, não foi atingida - e é aí que se situa o Museu, inserido num Parque, o Anavros.
O Museu Arqueológico Athanasakeion foi fundado em 1909 num edifício em estilo neoclássico. Deve-se ao cidadão Athanasakis, de uma aldeia vizinha, a proeza financeira que garantiu a construção.
A colecção estende-se desde o período Neolítico até ao período Micénico e à Antiguidade tardia do século VII. Na vizinhança de Volos existem dois importantes sítios arqueológicos neolíticos: Sesklo o mais antigo da Europa, e Dimini (o maior da Europa), que se prolongaram até ao período Micénico.
Figura de um bovídeo en cerâmica de roda, Dimini, Idade de Bronze tardia (período Micénico) - séc XII AC
Uma estela votiva em mármore, com Apolo e o doador, séc. IV AC.
Outra riqueza do Museu são as Ânforas Panatenaicas em terracota, do período clássico tardio, em muito bom estado
Altar cilíndrico de mármore, convertido posteriormente em decoração de poço. Data do 1º século da nossa Era, mas quando se tornou inútil pelo fim da religião pagã foi perfurado para contorno de um poço - nota-se o desgaste das cordas sobre o bordo.
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