segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Melrose, no rio Tweed: I - a Abadia


- saudades das nossas viagens... -

Um mosteiro de Cister lá em cima na Escócia, para além da muralha de Adriano ? Pois é, e grandioso, quase uma cidade em si mesmo. Restam paredes, colunas e janelas, mas é uma ruína belíssima, que respira história por todos os poros, num cenário campestre rico de evocações. Estivemos lá há seis anos, durante uma preciosa temporada de Verão em Edimburgo.


A Abadia de Santa Maria, em Melrose, foi fundada por monges de Cister em 1136, no reinado de David I da Escócia, e demorou mais sessenta anos a completar. É um edifício gótico, construído numa curva do rio Tweed, que já agora é um rio lindíssimo de ver correr, entre campos ou entre bosques, um dos mais limpos do Reino Unido.

O Rio Tweed

O rio Tweed percorre a região escocesa 'Borders', de leste para oeste. Nasce nos montes Lowther, em Tweedsmuir, e pouco após Kelso marca a fronteira histórica entre Escócia e Inglaterra. Desagua em Berwick-upon-Tweed, um pouco a sul da Escócia. Já lhe dediquei um post, aqui.

Viaduto de Leaderfoot

O Tweed perto de Melrose.

No seu curso passa por algumas das mais bonitas vilas escocesas, como Peebles e Kelso.
Vale do Tweed

Melrose

Melrose está numa das principais vias de acesso de Edimburgo desde o Sul. Os Romanos chegaram até aqui em 79 ou 80 D.C. e construíram uma povoação fortificada a que chamaram Trimontium, 'Três Montes'.

Os Três Montes Eildon e o rio Tweed, um cenário que atraiu os Romanos a Melrose.

Market Square é o centro de Melrose

A Market Cross, ao centro, e por trás o Museu Trimontium

High Street de Melrose.

Melrose é uma pequena vila parecida com muitas outras do país, nem sequer tem nada que se possa chamar um 'centro histórico'. Merece contudo uma referência o pequeno Museu da era Romana, pois houve legiões estacionadas no Forte próximo.

A razão mais forte para uma visita à vila é a
 
Abadia de Melrose


Foi fundada em 1136 por monges de Cister, no reinado de David I da Escócia. Durante o século XII , os monges dedicaram-se ao cultivo e à produção de lã de ovelha, que era muito bem cotada. Aos poucos, uma vila - Melrose - nasceu à volta da Abadia. O último monge de Melrose faleceu em 1590.


Visitámos a Abadia em 2017, depois da fantástica Rosslyn Abbey, e lembro bem que foi uma tarde esplêndida, a deambular no relvado entre estas pedras magníficas, sob um tímido sol escocês de Julho.



Algumas janelas surpreendem pelo rendilhado da pedra. Sente-se que era um edifício majestoso, mesmo em ruína ainda nos impõe silêncio e modéstia.






Grandes restauros tiveram lugar sob pressão de Walter Scott, no século XIX. A maior parte das ruínas actuais datam dos séculos XIV-XVI.

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A Seguir: o Museu Trimontium de Melrose

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