Visitámos Whitby em 1995 quando a fotografia ainda era em película, pelo que tive de converter slides em fotos e depois digitalizar. Na altura este blog nem sonhava existir... Esta merecida referência a Whitby devia ter entrado há muito no Livro de Areia, mas foi-se atrasando.
Chegámos vindo de Newcastle, depois de um passeio lindíssimo pela ondulante costa do Yorkshire, com as cores quentes do fim de Agosto - castanhos e dourados intensos predominavam já sobre relvados e manchas de verde. E chegámos a Whitby pela costa alta, deparando-nos com a impressionante Abadia, dominando o mar e a cidade do cimo de um promontório relvado.
Para quem não está a contar, é uma surpresa e pêras !
Em 867 Whitby caiu sob o domínio Viking, e a primeira abadia Saxónica foi destruída. Foram os tempos da Danelaw, e daí vem o nome da cidade (a terminação -by é nórdica). Depois vieram os Normandos, com uma edificação majestosa; as ruínas actuais são de uma Abadia do séc. XIII; além do tempo e do abandono, ficou ainda mais danificada pelas bombas alemãs de um submarino em 1914, que rebentou o que restava da torre.
O alto presbitério, onde ficava o altar, mantém-se quase intacto com os seus arcos ogivais. Belo contraste com a relva verde!
E agora vamos à cidade. O ideal é descer, devagar, '199 steps' - uma escadaria curva bastante fotografada que leva à baixa da cidade deste lado nascente do rio Esk, onde se encontra a parte mais castiça e animada: Church Street, Grape Lane e Sandgate.
Uma escadaria de bela panorâmica. À direita os muros com os faróis de entrada do porto; em baixo a cidade antiga, do outro lado da foz do Esk, a cidade Georgiana, Victoriana e Eduardiana.
Com frequência a escadaria está repleta de gente. Instantes depois esta foto seria impossível - desembarcava uma excursão.
Os 199 degraus vão dar direitinho a Church Street, o centro da cidade.
E termina fente a uma sala de chá com pátio. Typical.
Whitby, Yorkshire
População: ~ 13 000
Church Street é uma rua pedonal, como todas as do centro, quase sempre com um ar festivo; a certas horas é percorrida por uma multidão, tantos turistas que os locais se devem sentir asfixiados.
Whitby tem muito orgulho na sua joalharia, sobretudo n trabalho em Whitby Jet, uma espécie de linhite preta ou azul escuro, com belos reflexos, muito prezada pela realeza Vitoriana.
Sandgate Coffee & Delights
James Cook viveu nas águas furtadas, sob uma estrutura de tecto suportado por troncos recuperados de navios, com uma janela de óculo de onde observava o porto.
Whitby à época de James Cook
Há passeios fluviais para vários gostos, sendo um dos mais procurados no histórico salva-vidas Mary Ann Hepworth.
Na margem poente, a frente de rio Esk é feia; a íngreme Flowergate Street é a rua mais bonita, com muitas lojas e galerias, encosta acima. Logo na esquina, o pequeno mas genuíno Golden Lion :
Scones just Baked
O ambiente também se saboreia.
A Ebor Jetworks, um dos orgulhos da cidade.
Whitby tem muito orgulho na sua joalharia, sobretudo n trabalho em Whitby Jet, uma espécie de linhite preta ou azul escuro, com belos reflexos, muito prezada pela realeza Vitoriana.
Jóia Vitoriana em linhite negra.
Botões de punho em Amonite, da Ebor.
O Black Horse é o pub mais antigo de Whitby, que já era estalagem no século XVI - é mesmo uma das mais antigas da Europa !
Botões de punho em Amonite, da Ebor.
Também em Church Street, o Black Horse :
O Black Horse é o pub mais antigo de Whitby, que já era estalagem no século XVI - é mesmo uma das mais antigas da Europa !
Sandgate Coffee & Delights
Nada de memorável, mas reconfortante
Transversal às duas ruas, a Praça do Mercado foi em tempos o verdadeiro centro; mas é muito acanhada e em rampa; o edifício antigo da câmara (Old Town Hall, de 1788) é deselegante e ocupa metade do exíguo espaço. Não é uma praça à altura.
E a meio de Sandgate, a pequena Old Market Place.
O rés-do-chão da câmara, aberto, servia também como zona de sombra do mercado para as mercadorias frescas. No primeiro andar funcionava também o Tribunal.
Do outro lado, The Black Horse. A escolha de pubs é interminável.
Antes de atravessar a ponte, continuando da Sandgate para Grape Lane, encontramos uma bela casa rosa escuro que agora é o Museu Cook dedicado ao Capitão James Cook, navegador, explorador e cartógrafo. Tem imensos documentos, mapas, instrumentos de navegação, diário de bordo, gravuras da época, modelos de grandes veleiros. O Endeavour de Cook saiu dos estaleiros de Whitby.
Antes de atravessar a ponte, continuando da Sandgate para Grape Lane, encontramos uma bela casa rosa escuro que agora é o Museu Cook dedicado ao Capitão James Cook, navegador, explorador e cartógrafo. Tem imensos documentos, mapas, instrumentos de navegação, diário de bordo, gravuras da época, modelos de grandes veleiros. O Endeavour de Cook saiu dos estaleiros de Whitby.
Foi daqui que Jame Cook partiu para dar a volta às costas da Nova Zelândia e da Austrália, terras de que tomou posse para a coroa britânica.
James Cook viveu nas águas furtadas, sob uma estrutura de tecto suportado por troncos recuperados de navios, com uma janela de óculo de onde observava o porto.
Whitby à época de James Cook
As traseiras dão para o cais ribeirinho; da janela do sótão, Cook podia observar o movimento dos barcos.
Whitby começou por ser chamada Streoneshalhem registos anglo-saxónicos dos séc. VII e VIII. Mais tarde, chegada a era Viking, os povos nórdicos mudaram o nome para Witebi (aldeia branca), desde o século XII. Ao contrário de cidades planas que se desenvolvem 'em teia' intra-muros, a partir de um centro, com vias anelares, aqui não pode haver nenhuma estrutura reticular. Whitby ocupa, como o Porto, as duas margens escarpadas de um rio; há vias longitudinais baixas junto ao rio, e vias curvas en S ou en C, serpenteando encosta acima.
Atravessamos agora a Swing Bridge, uma ponte rotativa (pedonal), que dá acesso à margem mais acidentada.
Há passeios fluviais para vários gostos, sendo um dos mais procurados no histórico salva-vidas Mary Ann Hepworth.
Na margem poente, a frente de rio Esk é feia; a íngreme Flowergate Street é a rua mais bonita, com muitas lojas e galerias, encosta acima. Logo na esquina, o pequeno mas genuíno Golden Lion :
Subindo a Flowergate, encontramos no nº 10 a Sherlock's Coffee House. Ficámos com pena de já ter tomado o nosso chá.
"Everybody gets a prize".
Carroll visitou Whitby umas oito vezes, a primeira em 1854 quando era ainda estudante de matemática no Christ Church College. Ficou alojado em East Terrace, perto do Royal Hotel.
A outra rua mais comercial, onde cafés, restaurantes e lojas se sucedem em toda a frente fluvial, é a Pier Road, a rua do Cais.
The Magpie Café, restaurante afamado na região.
A zona residencial mais elitista é no alto da falésia norte, frente ao mar e com uma larga vista em volta. São os Terraces - North, East, West - de belas casas geminadas das épocas Georgiana e Eduardiana.
Lewis Carroll esteve alojado num prédio lateral ao Hotel.
O distinto Royal Crescent de 1850, no estilo Palladiano, enobrecido com a estátua de James Cook completa a grandiosidade do cenário.
Na época vitoriana, os terraços em crescente estiveram na moda em todas as cidades, para as famílias ricas (ou novo-ricas). O de Whitby já teve melhores dias, mas para vistas não há melhor.
Na época vitoriana, os terraços em crescente estiveram na moda em todas as cidades, para as famílias ricas (ou novo-ricas). O de Whitby já teve melhores dias, mas para vistas não há melhor.
Virado a Nordeste, podem ter vistas mas também frio e pouco sol.
Para sudeste, o Crescente tem vistas para a Abadia:
Vistas para nascente: a falésia da Abadia, a cidade baixa, a praia.
Para poente (ou melhor noroeste), a vista alonga-se pelas praias até Sandsend.
E a praia, é assim:
Uma estreita faixa de areia branca e as ondas frias do mar do Norte fazem de praia meia dúzia de dias por ano, com sorte. Lá estão as coloridas barraquinhas ('chalets' ) para mudar de roupa; mas passear à beira mar é um prazer em todas as épocas.
Mais inglês que isto?
Para sudeste, o Crescente tem vistas para a Abadia:
Vistas para nascente: a falésia da Abadia, a cidade baixa, a praia.
Para poente (ou melhor noroeste), a vista alonga-se pelas praias até Sandsend.
E a praia, é assim:
Uma estreita faixa de areia branca e as ondas frias do mar do Norte fazem de praia meia dúzia de dias por ano, com sorte. Lá estão as coloridas barraquinhas ('chalets' ) para mudar de roupa; mas passear à beira mar é um prazer em todas as épocas.
Mais inglês que isto?
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