sábado, 22 de maio de 2021

Pintor japonês, arte Nihonga, coisas de que ninguém fala : Heihachirõ Fukuda


Heirachirõ Fukuda, 1892 –1974

Penso que ainda lhe posso chamar ''contemporâneo" , pois Heihachirõ sendo clássico na abordagem formal era muito século XX na aproximação à manga (BD) e outras formas mais modernas.

Nasceu em Oita, no extremo sudoeste do Japão; entre 1924 to 1937 ensinou arte no Colégio de Belas Artes de Kyoto; esteve sempre integrado nas comunidades artísticas do país, acompanhava os trabalhos dos colegas que tentavam inovar em Nihonga e ele próprio contribuía. Em 1974, aos 82 anos, morreu na cidade de Kyoto.

Ripples (Sazanami),1932

Eu ficaria horas a olhar para as ondinhas, que aliás me lembram muito Mondrian. Descobriu-se há pouco uma camada de folha de ouro por baixo da camada de folha de platina, sobre a qual foram pintadas as ondas em azul ultramarine de lápis-lazúli.

Folhas de dióspiro verde

Temas de Heihachirõ decoram aeroporto de Tóquio, 2017


Summer impression,1943

O que mais me agrada nele é a forma como ignora o mundo humano feio que o rodeia, os desastres e patifarias, e se dedica à Natureza no que tem de mais animador, no que vale a pena apreciar e contemplar, com uma lindíssima harmonia de cores.

Papoilas, 1940

Outras obras
Aubergine no Outono

O Chapim e as Flores


Bambus era um dos temas preferidos: o seguinte foi escolhido para o Paláco Imperial. Recebeu a encomenda de decorar a sala de audiências Take-no-ma, uma vasto salão de 182 m2. Talvez tenha sido o topo da sua carreira.



Selo de correio comemorativo: lisases.

Nihonga (日本画) é uma corrente de pintura japonesa desde ca.1900 que regressou às convenções tradicionais de estilo, técnica e materiais, mas sem ignorar totalmente influências ocidentais como a perspectiva e o sombreamento. Os artistas Nihonga são praticamente desconhecidos fora do país, e pouco representados nas colecções internacionais. Imagino que seja pelo que eu disse de início; falta-lhes celebrar a fealdade que venceu no séc. XX/XXI.

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Tenho estado lento a publicar porque ando às voltas com um sítio onde nenhum de vós foi, nenhum de vós conhece e está em parte envolto em segredo, sendo quase inacessível. Reunir informação e dados é esgotante. Gostava que tivessse boas surpresas, mas para conseguir uma linha, uma foto, pode demorar dias. Vão revendo as folhas de Heihachirö.


4 comentários:

Fanático_Um disse...

Revejo as folhas sim, ficando em "pulgas" para essa nova revelação!

Mário R. Gonçalves disse...

Olá, meu caro, não fique em pulgas que a 'revelação' é só publicidade enganosa ;D

Viu a Semiramide do 'La Fenice' ? Não encontrei no seu Fanáticos da Ópera nenhum comentário, mas olhe que foi muito bom ! Não se compara às nossas caras divas do passado, mas fiquei surpreendido com uma encenação muito bonita, de bom gosto e funcional mesmo com aquele mínimo de modernice inevitável; a Jessica Pratt (Semiramide) saiu-se benzinho sem nunca dar arrepios mas sem desfalecer nas maiores alturas; mas sobretudo o Arsace da Teresa Iervolino foi imenso, comovente. Desde Sutherland não tinha visto/ouvido uma Semiramide tão boa.

Fanático_Um disse...

Não tive oportunidade de ver, mas vou estar atento às repetições. Ontem sim, vi a parte final da Dido e Eneias numa produção do Teatro de Genebra, sem dúvida uma das piores encenações que vi até hoje (infelizmente não foi a única). Péssimo gosto, agressiva, nudez gratuita, enfim, um exemplo perfeito do "Eurotrash!". Purcel deve ter dado umas cambalhotas no túmulo, não foi para menos!!

Mário R. Gonçalves disse...

🤢 aquela coisa da Emmanuelle Haïm, muito LGBTQ+ ou assim. Qualquer musical do Lloyd Weber é melhor teatro que isso.

A Semiramide era discutível mas não agressiva, primava o bom gosto e os excessos faziam sentido. A fraqueza eram as vozes masculinas.