domingo, 9 de maio de 2021

Para que é que 'isto' serve ? (inquérito sem cruzinhas, mas com poesia)

Dou cada vez mais comigo a falar e a escrever como estivesse sozinho aqui, como se mais ninguém viesse ler. Ora ainda não chegamos a esse ponto; o registo de visitas nos posts mais recentes é

30-46-27-42-37-52-44-40-31-39-44-43-38-33-34-44-33-34-36-38-35-52-69-39-37-47-41-49-26-35-28-31-27-43-28-31-32-37-40-36-29-36-28-25-40-29-36-36-30-33-40-32-33-34-32-26-32-66-23-57-25-37-41-31

Se não me engano, os valores médio e mediano andam pelo 36. Não existe quelquer lógica na diferença de popularidade, a não ser algum nome sonante no título. Alice Mary Smith, compositora, teve o valor máximo nesta amostra. O total diário de visualizações em todos os posts está abaixo de 100 (cerca de 70), com picos máximos na casa dos 130.

[ E agora que toda a gente farta de números da pandemia já deve ter deixado de me ler, perdi também 90% desses poucos]

Mas o que quero constatar é que ainda não falo para as paredes, ou neste caso, para o écran, sem olhinhos do lado de lá a retribuir. São pouco mais de 30 pares de olhinhos, mas ainda fazem toda a diferença. E se estou grato a esses habitués, ainda mais feliz me fazem os outros extra 30 pares de olhinhos, possivelmente estrangeiros, que aqui caem talvez por mero acaso. O meu alvo são as 40 visualizações, é o número que me deixa feliz; no mundo globalizado com 4,7 milhares de milhões de potenciais navegantes, isso perfaz 0,000 000 85% de share, número que me reduz a uma confortável e bem-aventurosa irrelevância. 

Mas não me reduz a falar para as paredes. Apenas a conversar, olhos nos olhos, com pessoas que gostaria de conhecer.

Vem aí, a seguir, mais outra improvável viagem de exploração ao Ártico, caros amigos. Mas entretanto podem pedir: livros, poesia, cidades, museus, viagens, arquitectura, história, e qualquer tipo de coisas inúteis. Às ordens.

E para encerrar, um tesouro; escrevia Emily Dickinson :

    My friend must be a Bird— 
    Because it flies! 
    Mortal, my friend must be, 
    Because it dies!
    Barbs has it, like a Bee! 
    Ah, curious friend! 
    Thou puzzlest me!
 

                                  O meu amigo só pode ser uma Ave -
                                  Pois ele voa !
                                  Mortal, o meu amigo tem de ser
                                  Pois ele morre!
                                  Tem ferrão, como a Abelha!
                                  Ah, bizarro amigo!
                                  desorientais-me ! 


                                   

3 comentários:

SilverTree disse...

Caro Mário, pela minha parte não está certamente a falar para as paredes. Ando sem vontade de computador, de internet, mas mesmo com menos comentários, é sempre um gosto lê-lo, e uma espécie de companhia. Obrigada!

Fanático_Um disse...

Caro Mário,
Sou um leitor compulsivo dos seus "posts" porque são sempre muito instrutivos para mim. Sempre que aqui venho, aprendo muito e sinto que fico mais rico. Muitas vezes não comento porque não me sinto suficientemente à vontade para o fazer, porque não domino alguns temas, apesar de apreciar muito a sua leitura e degustação.
Confesso que é o meu blogue favorito nestes tempos infelizes que correm. Muito obrigado por continuar a informar-nos e, sobretudo, a instruir-nos.

Mário R. Gonçalves disse...

Obrigado, Silvertree, Fanático_Um, conto sempre convosco nos meus solilóquios. Ser uma espécie de companhia é tudo o que me dá mais prazer como bloguista.