Numa ilha da foz do rio Torne, é uma povoação modesta.
domingo, 28 de maio de 2023
Tornio, cidade fronteira no fundo do golfo da Bótnia
Numa ilha da foz do rio Torne, é uma povoação modesta.
domingo, 21 de maio de 2023
Música dos 'novos' CDs que estou a ouvir
'Mysterium', com Anna Akiko Meyers
Disco genial, não só pela música como pela interpretação. E sendo Bach quem é, supremo mestre, não há como o motete O Magnum Mysterium de Morten Lauridsen para lhe fazer companhia, desde o século XX (1994) ! Akiko Meyers no violino.
Mahler, a 9ª , com Osmo Vänska na direcção
Um dos trechos de culto da música clássica, mítico quase, é o Adagio da 9ª sinfonia de Mahler, o sublime Sehr langsam und noch zurückhaltend, 'muito vagorosa e cuidadosamente'. Durante décadas foi consensual que ninguém melhor que Karajan o interpretou, numa gravação daquelas que se tem que levar para ilha deserta; nestes últimos anos algumas muito boas alternativas foram gravadas por David Zinman e sobretudo Simon Rattle, mas a surpresa veio das Américas com a Orquestra de Minnesota e o maestro finlandês Osmo Vänska. Nada mal.
'Magic Mozart', com Lea Desandre
Sandrine Piau, Stanislas Barbeyrac, Florian Sempey..., Insula Orchestra
Lea Desandre é a nova mezzosoprano-ídolo do momento, com uma voz estratosférica, capaz de voos incríveis. Neste disco está bastante contida, mas é basicamente ela quem mais valoriza esta espécie de "best of" Mozart, que mistura árias mais famosas com outras pouco conhecidas: 'Voi chi sapete'', 'Nun, liebes Weibchen', e a superlativa 'Soave sia il vento' a terminar em êxtase, com Desandre, Piau e Florian Sempey em trio.
Brahms - Concertos para Piano, Sunwook Kim
Hallé Orchestra, Mark Elder
Mais uma boa gravação dos que considero obras primas da humanidade, esta vale pela sonoridade impecável. Uma "alquimia especial", diz The Guardian, uma gravação para ouvir a par com a de Stephen Hough e a de Nelson Freire, para falar só das digitais.
Finalmente, uma redescoberta:
'Solomon' , de Handel
com Carolin Sampson, Susan Gritton, Mark Padmore, Akademie für Alte Musik Berlin
Já conhecia as anteriores gravações dirigidas por McGegan e McCreesh, mas esta é mais completamente conseguida, a todos os níveis. Talvez seja o melhor Oratório de Handel, a par com o Messias.
domingo, 14 de maio de 2023
Descida ao Parque, à Zelkova e aos Negundos
Esta semana descemos até ao Parque da Cidade na terça-feira, estava vazio de gente mas com uma luz bonita que realçava a intensa verdura.
Começamos pela bela Zelkova Carpinifolia que é uma das favoritas de sempre, uma árvore pouco frequente e originária do Cáucaso.
Há uns anos parecia ter doença, mas agora está pujante e viçosa.
Seguiu-se o habitual passeio dos Plátanos:
Depois o muro 'mágico' :
domingo, 7 de maio de 2023
No MET de New York, acompanhando a leitura de Patrick Bringley
Patrick Bringley foi guarda do Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque entre 2008 e 2017, dez anos de convívio com algumas das melhores obras que a Arte humana produziu. 'Algumas', são centenas, mesmo que o MET não esteja à altura dos congéneres europeus. Bringley descreve o Museu como uma cidade-estado, e dentro dela vários pequenos impérios - os 17 departamentos - que são regulados de forma mais ou menos independente.
Anteriormente tinha trabalhado sob pressão, sentado a uma secretária para o New Yorker. Sobre o que sentiu ao começar a nova profissão, escreve neste seu livro, que é ao mesmo tempo um livro de memórias e uma guia de arte do museu :
" Tinha as mãos livres e a cabeça erguida, e um dever estrito de não estar ocupado com nada. Só tinha de manter os olhos bem abertos. Era como se uma onda de liberdade se viesse espraiar sobre mim. Naquela quietude, o meu pensamento podia vaguear".
Alguns encontros causaram-lhe um pasmo inicial que foi marcante para o resto da vida: O Templo de Dendur do 1º século AC, nas Galerias Egípcias; o Retrato de um Homem, de Ticiano; Vétheuil en été, Monet...
Visita guiada:
Departamento de Arte Egípcia
" Mesmo sob lâmpadas de halogéneo, ela é resplandescente", escreve Bringley. "Os Egípcios investiram com opulência em objectos que deveriam ofuscar a vista como estranhamente, impensavelmente belos, portanto divinos e imortais."
Não é um faraó, é o Imperador Augusto a fazer uma oferta aos deuses Isis e Osiris, a quem o templo é dedicado.
Mais: Patrick Bringley interview: A Met guard tells all
"All the Beauty in the World” de Patrick Bringley (Simon & Schuster)