Regresso simuladamente às Faroé, destino sempre apetecível, tanto mais que as temperaturas não sobem acima do fresco e não falta água e verdura. Já aqui dei a ver a capital Tórshavn; a cidade de Klaksvík é a segunda maior povoação do arquipélago. Para padrões europeus, não passa de uma 'vila', mas o excelente porto comercial e de pescas deu-lhe uma grande importância estratégica, entre o Atlântico Norte e o Mar da Noruega; hoje é um centro urbano relevante à escala local, nos negócios e até na cultura.
Klaksvík , na ilha Borðoy - 62°13′N, 6°34′W
cerca de 500 km a sul do Círculo Polar
Klaksvík está sobre as duas margens de um pequeno fiorde na ilha de Borðoy, no norte do Arquipélago .
A localização à volta de uma baía bem protegida cativou marinheiros e pescadores que aqui atracavam as embarcações; a cidade cresceu tornando-se o porto mais
activo das ilhas.
O monte Háfjal (647 m) impõe-se em qualquer ponto da idade, erguendo-se ao fundo da baía, e dominando todo o fiorde.
Klaksvík nasceu durante a era Viking, mas só no século XX se tornou uma povoação importante, com mais de 5000 habitantes.
A cidade cresceu dos dois lados do porto, que é o maior do país em volume de pescas, mas também é porto de recreio e de cargas.
São duas as ruas mais importantes, a Klaksvíksvegur e a Vikavegur.
Vikavegur, uma rua central.
Sem longa história, sem riqueza colonial, longínqua, não admira que as maiores atracções de Klaksvik sejam modestas: a igreja, Christians Kirkjan, um museu, Nordoya Fornminnissavn, uma livraria / café / galeria, a Leikalund, a destilaria Føroya Bjór, e o pub Roykstovan.
A moderna 'Christians kirkjan' (1963) está dedicada à memória dos marinheiros que perderam a vida na 2ª grande guerra.
Onde se nota que estamos numa "cidade" é no lazer e cultura.
Biblioteca Klaskvíkar Bókasavn
Tem uma vasta selecção de livros em feroês, dinamarquês e inglês.
A secção infantil é a mais procurada.
Casas de Cultura: Fornminnissavn e Leikalund
A Leikalund : café, casa de chá, livraria, papelaria, loja de música, galeria, atelier ... o melhor sítio de Klaksvík, na rua Klaksvíksvegur.
(Museu de Antiguidades Nórdicas)
Fica também na Klaksvíksvegur, a rua principal. Tem uma parte de farmácia, outra de museu de marinha e de artefactos.
Sextante e logg (odómetro) do pesqueiro histórico Sigurfari (1885).
A maior galeria de arte fica na mesma rua, na Gamla Seglhúsið ('casa do pescador'), uma das mais antigas - tem mais de 100 anos.
Eyðun av Reyni , Øssur Mohr, Hanni Bjartalíð , três dos artistas faroenses mais reputados, marcam aqui presença.
Logo adiante fica o (mal) afamado pub
Roykstovan
Roykstovan significa 'sala de fumo'
Cerveja ? Föroya Bjór , claro:
Não é coisa que me atraia muito, um pub fumarento, mas consta que é um dos sítios mais animados.
Prefiro o Fríða Kaffihús, um café mais sossegado junto ao braço de água do fiorde, do lado do porto.
Para café, pastelaria e outras coisas. Um requinte à europeia.
Vista para o porto.
Föroya Bjór
Outro factor de enriquecimento de Klaksvik foi a destilaria de cerveja, o segundo recurso económico depois das pescas . A Bjór foi fundada em 1888 e é uma empresa familiar.
Viðarlundin 'Úti Í Grøv'
Na parte sul da cidade foi criado um parque urbano, plantando arvoredo
(importado) em torno de um ribeiro local. 'Plantação no bosque dos
arredores' é o que o nome faroense quer dizer.
Agora que estão 28-38º por aqui, sabiam nem os 12ºC que fazem em Klaksvik. Um bendito Verão, ainda fresquinho.
As fotos que escolhi podem enganar: Klaksvík está frequentemente à chuva ou sob névoa húmida. Surpreende-me até que haja tanta vitalidade numa cidade aparentemente inóspita; espero contudo contribuir para uma visão mais completa desse quase-país insular único que mais parece escrita de ficção.
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