Quem viu o filme "The Goldfinch" de John Crowley, ou melhor ainda, quem leu o livro de Donna Tartt, já deve saber do que se trata; o livro descreve as consequências de uma explosão no MET de Nova Iorque, que alguém aproveita para surripiar (ou salvar?) O Pintassilgo, obra do pintor holandês Carel Fabritius em 1654.
Mas é sobre o pintor que quero escrever. A inspiração do livro veio do facto de Carel ter morrido novo, vítima da explosão de um paiol de pólvora em Delft, no ano de 1654, pouco depois de ter pintado O Pintassilgo. O estúdio de Carel ficava próximo do local da explosão, e ficou em ruínas juntamente com muitas das suas obras. Sobram umas 15, que tinham sido já vendidas ou colocadas noutro local.
O pintor Egbert van der Poel ilustrou este desastre:
A View of Delft After the Explosion, de 1654Além d' O Pintassilgo, este obra Sentinela ('De poort bewaker') é outro dos melhores Fabritius:
Estranhas, estas cenas, não são ? As personagens, soldado, menina e luthier, estão mal na vida, prostrados ou acabrunhados, não têm nada daquele 'charme' divinal das pessoas de Vermeer. Os Países Baixos que são mostrados aparentam pobreza e desmazelo. Carel Fabritius pertencia à escola de Rembrandt, de quem era discípulo.
Sem comentários:
Enviar um comentário