Ah, que saudades!, estivemos há 16 anos anos em Estocolmo, num bonito mês de Julho; apesar de um ventinho bem frio, subir ao jardim-museu Millesgården foi uma das revelações da cidade que é sem dúvida uma das mais belas capitais da Europa: construída sobre várias ilhas, rodeada de águas do Lago Mälaren já misturada com água salgada do fiorde Saltsjön do Mar Báltico, Estocolmo oferece um deslumbrante percurso marginal, por exemplo a vista única de Mariaberget, a rua alta da ilha grande Södermalm.
O Jardim-Museu Millesgården de esculturas fica fora do centro, numa outra ilha a nordeste de Gamla Stan, a ilha Lindigö. Fomos de autocarro e a viagem foi bem longa, depois tivemos de fazer mais um quilómetro a pé. Se soubesse tinha chamado um táxi.
O Museu Millesgärden é a moradia de Carl Milles e a sua companheira Olga; Carl foi um escultor sueco de início do século XX, aluno de Rodin, que trabalhou grande parte da vida nos Estados Unidos, e Olga uma pintora austríaca formada em Paris. O casal tinha escolhido para morar, no regresso à Europa, este morro junto ao canal Lilla Värtan, com vista de céu e de mar a Nordeste de Estocolmo; Carl estudara Astronomia, e gostava de colocar as esculturas num alto pedestal para que a silhueta parecesse habitar o céu.
Homem e Pégaso.
Loggia, murais, fonte - Itália em Estocolmo.
Carl Milles vira Isadora Duncan em Paris num dueto bailado que inspirou esta escultura.
O Terraço intermédio e "Olgas lilla Österrike" , a pequena Áustria de Olga.
A Fonte de Aganippe (1955)
Aganippe era um ribeiro que nascia da montanha de Helicon, por obra da náiade do mesmo nome, e era a fonte sagrada das musas, pois conferia inspiração poética a quem bebia as suas águas. Cada uma das três musas representa uma arte ou uma ciência - neste caso escultura, pintura e música. Carl representa as musas em forma masculina.
Este terraço foi uma prenda de Carl para Olga. Nele se encontra outra pequena escultura de menina a esquiar no gelo, Skridskoprinsessan, inspirada pela patinagem de Inverno no Rockefeller Center.
Este terraço termina com a estátua O Cantor ao Sol, de 1926, sobranceira às águas do Lilla Vartän, um dos canais do fiorde de Estocolmo.
No terraço inferior abundam esculturas mitológicas, desde as antigas Grécia e Roma até ao cristianismo, umas em altos pedestais, outros enquadradas por um tanque de água.
Uma das mais apreciadas é Homem e Pégaso de 1949, que se vê como voando contra o azul do céu.
Também a famosa Mão Divina de 1950 é valorizada vista em contraluz celeste no alto do pedestal:
A terminar, o conjunto mais famoso , os belíssimos Anjos Músicos.
Um dos três lindíssimos museus ao ar livre que visitei - os outros são o Louisiana a Norte de Copenhaga e o Kulturen em Lund.
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