
Desde Borges e Italo Calvino que não lia com tão intenso gozo um livro de ficcione. Escrito magistralmente, com um domínio da narrativa que dá vertigens de virtuosismo, é um livro onde o mistério, a ilusão, os múltiplos e ambíguos tempos (passado, presente e futuro) se interpenetram numa orgia de relatividade que Einstein adoraria; mas não é só ficção nem muito menos científica: o mais maravilhoso é a intensa poesia que perpassa pelos tempos e viagens, pelas imagens difíceis de situar, e pela genial “finta” narrativa final.
Para quem como eu segue beatamente a série “LOST” (Perdidos) na FoxTV, é evidente que esta obra prima foi uma das fontes de inspiração. A série, claro, fica muito aquém: mas, tal como ela, “A Invenção de Morel” obriga, impõe, várias leituras e várias re-leituras: é essa polissemia que faz a sua riqueza.
Jorge Luis Borges escreve no prólogo:
“Discuti com o seu autor os pormenores do enredo, e voltei a lê-lo; não me parece uma imprecisão ou uma hipérbole qualificá-lo como perfeito“.
Sem comentários:
Enviar um comentário