Ponte romana: marco cilíndrico
Estive no fim-de-semana passado de visita a Chaves, onde não ia há uns anos largos; tinha ouvido elogiar a recuperação do centro histórico.
Uma boa surpresa, de facto, daquelas que ainda dão gosto neste país, a fazer esquecer tudo o que de feio e mau nos é imposto diariamente. As ruazinhas medievais de Chaves estão um brinquinho, muito limpas, com novos pisos, com as belas varandas de madeira coloridas e mais de metade das casas recuperadas (há obras e abandonos ainda), fachadas caiadas ou pintadas; um sucesso do Polis.
A praça de Camóes, ainda muito em obras, é bem capaz de ser uma das mais belas de Portugal, com a Matriz românica, o Museu e a Câmara barrocos e um frente de casas antigas com varandas e mansardas.
Como se não bastasse, na Praça do Arrabalde, o centro cívico da cidade (também com belos edifícios) , ao escavar o solo para construir um parque de estacionamento foram descobertos os antigos balneários romanos - apenas os mais bem conservados da península!
As excavações prosseguem, a área está entaipada, mas promete surgir ali um belíssimo espaço museológico.
Um dos vestígios mais visíveis do balneário é a piscina central, que, de acordo com o arqueólogo, foi construída mesmo em cima da nascente termal.
Passear em Chaves é um gosto. A par de Guimarães e Évora, Chaves ostenta um dos mais harmoniosos e bem conservados centros históricos das pequenas cidades portuguesas.
Abóboras de Outono, Quinta da Mata, Chaves
Fotos minhas excepto quando indicado.
6 comentários:
Que apetite, Mário!
☺ Por falar em apetite, também se come bem: restaurante Carvalho, p.ex.
LOL
Mário:
Não conheço esta cidade (infelizmente), mas nem parece em Portugal.
Muitos autarcas empenharam-se, sem pudor, em aprovar construções que descaracterizam os sítios onde vivem e, de um modo geral, o país. No Algarve, onde vivo, poucos locais escaparam. É bom ver e saber que há resistentes.
Cumprimentos.
Pois é, Sara, para mim foi surpresa também (embora já fosse aconselhado).
A receita parece-me fácil: não vejo rotundas com repuxos, nem centros comerciais. As sedes bancárias são modestas. Na praça Camóes não há nenhum banco, seguradora ou vendedor de telemóveis. Ruas estreitas não têm transito.
Em suma: o pouco dinheiro foi gasto onde devia ser. Agora o Governo fechou a Maternidade (crime!) mas a terriola espanhola de Verin ainda a tem! Mesmo assim, os flavienses estão a reunir uma colecta para construir uma a expensas próprias.
Sabe que mais? isto não é um País. É um salve-se quem puder. Tenho vergonha.
Mário:
Gostava de não poder concordar consigo, mas não posso. O Eça escreveu sobre Portugal o seguinte:"isto não é um país,é um sítio". Só que cada vez mais é um sítio onde é difícil viver e o futuro parece pouco promissor.
Cumprimentos.
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