quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Memórias: Cours de Langue et Civilisation Françaises

Aprendi aqui quase tudo o que sei de língua francesa.

Um livro à moda antiga, a preto e branco, cheio de incorrecções políticas - hoje seria proscrito - e muito, muito chauvinista. Mas quando chegava o momento de folhear, ler um texto novo, discutir o conteúdo, era uma viagem que se me proporcionava, voava para um país diferente, uma cultura sedutora, uma língua estranha. Foi com livros que comecei as minhas viagens.
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Notre pays, mon bon monsieur, n’a pas toujours été un endroit mort et sans renom, comme il est aujourd’hui. Autre temps, il s’y faisait un grand commerce de meunerie, et, dix lieues à la ronde, les gens des mas nous apportaient leur blé à moudre ( … ). Tout autour du village, les collines étaient couvertes de moulins à vent. De droite et de gauche on ne voyait que des ailes qui viraient au mistral par-dessus les pins, des ribambelles de petits ânes chargés de sacs, montant et dévalant le long des chemins ; et toute la semaine c’était plaisir d’entendre sur la hauteur le bruit des fouets, le craquement de la toile et le Dia hue ! des aides-meuniers… Le dimanche nous allions aux moulins, par bandes. Là-haut, les meuniers payaient le muscat. Les meunières étaient belles comme des reines, avec leurs fichus de dentelles et leurs croix d’or. Moi, j’apportais mon fifre, et jusqu’à la noire nuit on dansait des farandoles. Ces moulins-là, voyez-vous, faisaient la joie et la richesse de notre pays.

Alphonse Daudet, Lettres de mon moulin
Cours de Langue et Civilisation  Françaises, G. Mauger, tome II, p.67

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 Nunca cheguei a agradecer devidamente, este post é uma maneira de o fazer.

2 comentários:

Virginia disse...

Não aprendi com esse livro, mas com outros igualmente interessantes. O meu Avô era historiador e tinha a colecção toda dos célebres Mallet, manuais de História que me apaixonaram. Lembro-me da Revolução Francesa contada de um modo empolgante. Sempre estudei por livros franceses, O Lagarde et Michard, por exemplo e até para o ensino de alemão havia um manual fantástico que pudémos adoptar depois do 25 de Abril. O que gostava mais era da capa dura:)))

Boas memórias!

Mário R. Gonçalves disse...

Os manuais de História da Hachette também eram um fascínio , mais pelas belíssimas ilustrações. Lembro-me de detestar as aulas de História mas adorar ler à noite o Hachette que a minha tia me trouxe de Paris...