'The Music Makers', de Elgar, ode para contralto ou mezzo-soprano, côro e orquestra, Op. 69 .
Estreou no Birmingham Festival em Outubro de 1912, sendo a orquestra dirigida pelo compositor com Muriel Foster na voz solista. O texto é o poema 'Ode' de Arthur O'Shaughnessy, de 1874, que Elgar tinha começado a musicar em 1903, não por comissão, mas por se sentir muito retratado no poema, um lamento pela solidão do artista nos seus sonhos criadores:
We are the music makers,
And we are the dreamers of dreams,
Wandering by lone sea-breakers,
And sitting by desolate streams..
Em 1912, Elgar estava em profunda depressão, em parte afectado pela tragédia do Titanic, em parte por sofrida solidão. Escrevia então, "eu no fundo sou ainda a criança sonhadora que se pode encontrar entre os juncos do rio Severn, com uma folha de papel, a tentar descrever os sons e suspirando por quaquer coisa de grandioso. Continuo à espera disso." E na verdade respira ao longo da peça uma "saudade" romântica do humanamente grandioso.
A música não é inteiramente nova - há excertos de outras obras, como o Nimrod das variações Enigma. É este o trecho que sugiro aqui:
They had no vision amazing
Of the goodly house they are raising;
They had no divine foreshowing
Of the land to which they are going:
But on one man's soul it hath broken,
A light that doth not depart;
And his look, or a word he hath spoken,
Wrought flame in another man's heart.
Janet Baker numa gravação de 1966
Mais recente: Jean Rigby, 1994
P.S. Faleceu hoje John Tavener, compositor, 1944 – 2013. Menos música... continuemos a ouvi-lo aqui
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