sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Outono em Guimarães, para o Jazz e uma visita ao Alberto Sampaio



Já é costume ir uns dias a Guimarães no Outono, por altura do Festival de Jazz, assistir a um ou dois concertos. Desta vez foram Joe Lovano, que não deslumbrou, e Lina Nyberg, uma autora/cantora de música compósita, globalizada digamos, onde Jazz, música atmosférica tipo Enya e uma orquestra sinfónica básica se misturaram numa performance que posso descrever como 'inovadora', por vezes curiosa, mas muitas vezes amadora e aborrecida. A voz é agradável, as intenções são pacificamente ambientalistas (proteger o planeta mas sem histerias) ou humanistas, mas os textos muito primários.

                       
Portanto, acabou por ser mais gratificante, além dos passeios pelo centro histórico que nunca cansam, entrar no Museu Alberto Sampaio. Quase exclusivamente recheado com arte sacra, não é para mim o museu de excelência em Guimarães - esse é o Martins Sarmento, de que já dei conta aqui; mas com o claustro irregular único da antiga colegiada, agora totalmente visitável, alguns frescos e imagens em madeira medievais, foi uma tarde bem passada. Lá fora, diga-se, chovia a cântaros...

Depois de um cafezinho mesmo em frente, na 'Sabores'...


... entrámos pelo claustro do antigo Convento de Santa Clara:




Logo na primeira sala conventual, a muito conhecida Fuga para o Egipto do séc. XVIII, em madeira de castanho estofada:


Quer Maria quer S. José estão delicadamente esculpidos, com expressiva perfeição.

Subindo ao andar principal:


Talvez a maior preciosidade seja esta imagem românica em talha polícroma do século XII:

Santa Maria de Guimarães, muito mutilada - falta o menino sobre os joelhos. 


Mas há muito mais estatuária, proveniente de retábulos ou presépios de várias localidades.

Um Papa, o Apóstolo S. Pedro.

Tão linda. Não consigo identificar.

Chamou-me a atenção este fragmento de fresco, que nunca tinha visto:


Pintado sobre cal, é de autor desconhecido e proveniente da igreja românica de S. Salvador de Bravães (1500-1520).

Detalhe: a expressão intensa da mãe.


E para terminar, rever um Silva Porto que está temporariamente exposto :



De resto, ouros, pratas, paramentos e cerâmicas que dispenso. É um museu de província, sim.

Saímos de novo, fugindo à chuva para um dos poisos favoritos:

Tomar chá quentinho no 'Rimas e Tabuadas'.




Foi a nossa escapada deste Outono chuvoso.


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