Tsisaryk é um artista ucraniano de Lviv, a cidade histórica classificada (1998) e a mais bonita da Ucrânia, classicista como Cracóvia ou Viena.
Porque estou a divulgar a obra de Vladimir Tsisaryk? Porque é intrigante e ambígua. O que tem de mais original é uma recuperação da herança helénica aos olhos modernos, mas de uma perspectiva muito estranha, muito mais espartana que ateniense e até diria mais - evocativa da estética nazi ou estalinista: figuras muito hirtas, estilizadas em atitude heróica ou divina, alguma influência art deco. Tudo isso poderia produzir um kitsch intragável; o que é intrigante é que essa mescla produza antes uma beleza intemporal, o tipo de coisa que se estranha mas se entranha, se me é permitido recorrer banalmente a uma citação pessoana. A julgar pelas imagens, claro.
Maratonistas
Aquiles
O corpo humano é o motivo dominante, numa tentativa de de equilíbrio entre harmonia formal, força anímica e lirismo.
Helena de Tróia (detalhe)
Noutras obras surgem fortes elementos de surrealismo, que casam sempre bem com a estética de programa heróico-salvífico.
O Cavalo e o Sol
Helios
Quadriga. Hippolytus? Phaeton?
De certa maneira, Tsisaryk dá nova vida aos deuses e mitos que para muitos de nós já estão bem enterrados. Aproxima-se talvez de Wagner, da sua música onde ressurgem as sagas dos heróis. É por isso que lhe dei atenção.
1 comentário:
Que belas peças! Gostei do Aquiles!
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