sábado, 31 de dezembro de 2011

Coisas boas de 2011: o ano das Sinfonias

As edições das integrais de Brahms (por Zinman) e Beethoven (por Chailly) marcaram, quanto a mim este 2011 sinfónico, com extraordinárias interpretações que, quanto mais ouço, mais aprecio. Mesmo que outras gravações ainda se possam manter como primeiras escolhas, tenho agora de lamentar alguns comentários menos encomiásticos que aqui fiz - Zinman e Chailly tem sido um caso de "primeiro estranha-se depois entranha-se".

Trata-se de edições verdadeiramente sumptuosas quer na sonoridade orquestral, com duas orquestras em estado de graça, quer na "marca" que dois vultos grandes da direcção orquestral do nosso tempo conseguiram imprimir. Um prazer de escuta sem fim.

Um exemplo misto: Beethoven por Zinman.

E assim acabo 2011. Nem tudo foi mau.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Um blog de Melbourne


E o meu prémio de melhor blog de 2011 vai para...

ART and ARCHITECTURE, mainly
The fine arts, decorative arts and architecture of Europe, North America and Australia, 1640-1940.
Não me importava nada de saber fazer assim. A autora Hels publica escassamente, mas cada post é um estudo, uma leitura fascinante que mantém o prazer permanente da descoberta. E os links valem horas de navegação !

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Ibéria vista pela NASA / ESO


(clicar)

As luzes nocturnas de Portugal e Espanha numa penínula sem fronteiras, tal como é vista pela Estação Espacial (ISS).

Além de Madrid e Lisboa, Sevilha salienta-se das outras cidades pela intensidade luminosa, e a costa algarvia / mediterrânica é um quase contínuo de luz. E que dizer da costa portuguesa (entre Porto e Lisboa) comparada com o interior ?

Como pode um país a duas velocidades queixar-se de uma Europa a duas velocidades?

Foto NASA / ESO.

vem aí 2012

Que trará o novo ano? Entre esperanças e desilusões, eis algumas expectativas:

Ano do dragão

1 ELEIÇÔES

Estados Unidos e França vão a votos, e na China há mudança de dirigentes. Em que sentido serão as mudanças? E que gente vem aí, gente mais capaz ou apenas outras fabricações mediáticas?

2 CONVULSÕES

Incógnita perturbante: como vai a China encarar a sua própria bolha imobiliária, absolutamente assustadora pela dimensão, como tudo naquele país?

Queda de ditaduras: vai continuar? que vai suceder na insustentável Síria? e na complexa, confusa e também enorme Rússia?

Euro: aguenta-se firme ou prossegue aos trambolhões?

3 EVENTOS

Inevitável: os Jogos Olímpicos de Londres !
Barrete: Guimarães, Capital Europeia de ... qualquer coisa dispensável. Programação confrangedora, multicultural no seu pior - é mais um não-evento.

4 CRISE

Dará a União Europeia algum passito em frente, ou vai continuar a consumir-se na indefinição e na sua secundarização face aos outros poderes mundiais?

Bem minúscula preocupação: irá um pequeno país marginal, entregue à incompetência e à corrupção, conseguir a redução do défice à custa de uma nunca vista queda súbita do nível de vida dos seus cidadãos? e conseguirá reganhar a confiança dos credores?

Espero bem que sim. Senão, os "séculos de História" que passamos a vida a invocar terminam na indigência.

Mas só uma coisa tenho como certa: a profecia Maia é um flop, o fim do mundo NÃO será em 2012  :D


Para cada um, que seja um Bom Ano, com muita saúde, amigos, carinhos, sucesso e sonhos  realizados.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Schlummert ein, ihr matten Augen

Concerto de Natal da Casa da Música.

Andrew Parrott dirigiu a OBCM numa lindíssima e espiritual leitura da Cantata "Ich habe genug" BWV 82 de Bach.

Mais ou menos como esta:



Aproveito para deixar votos de Bom Natal a todos os que cá vierem.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pompéia , uma arte de viver

Visita virtual à exposição actualmente no Museu Maillol de Paris, com centenas de peças (mármores, utensílios, frescos, mobiliário...) provenientes das excavações em Herculanum, Pompéia e Stabiae.



Piscadela de olho à Gi do Garden of Philodemus  :)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Um post antárctico no The Rest is Noise




Com a imagem de um Hercules do Uruguai a sobrevoar a Igreja Ortodoxa do Salvador da base russa de Bellinghausen (que eu apresentei  neste post) , Alex Ross publica um post a meu gosto (fenomenal!) aqui:

http://www.therestisnoise.com/2011/12/vivaldi-in-antarctica.html

Sabia que mais de vinte compositores de música clássica foram homenageados na toponímica antárctica? Eu não !

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

De rosto escondido entre uma multidão de estrelas, por Yeats


WHEN YOU ARE OLD
by: William Butler Yeats (1865-1939)
      HEN you are old and grey and full of sleep,
      And nodding by the fire, take down this book,
      And slowly read, and dream of the soft look
      Your eyes had once, and of their shadows deep;

      How many loved your moments of glad grace,
      And loved your beauty with love false or true,
      But one man loved the pilgrim soul in you,
      And loved the sorrows of your changing face;

      And bending down beside the glowing bars,
      Murmur, a little sadly, how Love fled

      And paced upon the mountains overhead
      And hid his face amid a crowd of stars.
"When You Are Old" from The Rose.
W.B. Yeats. 1893.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Programação 2012 da CM : o mal menor


Música francesa de Janeiro a Dezembro...
Vêm Hewett, Solokov - tocar música francesa...
Cristophe Rousset - tocar música francesa...

Sob o tema França 2012, a programação da Casa da Música para 2012 é dedicada abundantemente a compositores franceses, muitos contemporâneos, contando também com alguns solistas e agrupamentos dessa nacionalidade:

Christophe Rousset
Pierre Boulez ( com muitas, muitas obras )
Ensemble Intercontemporain
Pierre-Laurent Aimard
Marc-André Hamelin
As irmãs Labèque
Jean-Efflam Bavouzet
“L’Éclat des Muses ”


Em termos de convidados, contudo, a programação é a mais pobre de sempre, contando quase só com a "prata da casa", valorizada pela colaboração de Paul Hillier e alguns maestros de 2º plano. Saliento ainda assim Felicity Lott, Grigory Sokolov, Andreas Staier, Angela Hewitt, Midori.

Não consigo escolher, para todo o ano, mais que uns 5 ou 6 concertos que apeteçam.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Liszt, 200 anos

A terminar o Ano Liszt, a sua obra que mais admiro:

Faust Symphony, 'Chorus mysticus'
Hans Peter Blochwitz, tenor
Concertgebouw Orchestra Amsterdam
Riccardo Chailly

Alles Vergängliche
ist nur ein Gleichnis;
das Unzulängliche,
hier wird's Ereignis;
das Unbeschreibliche,
hier ist es getan;
das Ewigweibliche
zieht uns hinan.

Everything transitory
is only an approximation;
what could not be achieved
here comes to pass;
what no-one could describe,
is here accomplished;
the Eternal Feminine
draws us aloft.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O Fim da Europa


Não, não falo da queda do euro nem do Império Europeu Merkel & Sarkozy, mas literalmente do local onde a Europa continental acaba para Norte: Hamningberg , 70° 32' N, 30° 37' E, muito acima do círculo polar árctico, e também muito mais oriental que Istambul !


Contudo, pode também simbolizar "aquilo onde a Europa vai acabar", ou seja, uma pitoresca aldeia piscatória meio abandonada, que pode bem ser o futuro da nossa História.


Não é assim tão mau !


A povoação de Hamningberg é uma herança cultural (como a Europa) , com edifícios de época preservados (idem) , com memorial de guerras passadas (aspas aspas) e uma paisagem invulgar.



Situada no terminus da estrada continental E 75, está tão brutalmente isolada que nem os alemães deram por ela, por isso se salvou da razia total que fizeram na região, destruída a ferro e fogo em 1944.

Estrada terminal


Numa paisagem lunar de rochedos aguçados e negros que desfilam pelo litoral do mar de Barents, já há promessas de árctico nas renas pela praia, na vegetação rasteira da taiga, colorida na primavera por múltiplas florzitas, e no inverno coberta de branco .


O cenário parece de um filme de Bergman: mar gelado, céu cinzento, casinhas isoladas.

Mas Hamningberg tem um café, o "café do fim da Europa", como se Steiner o tivesse baptizado ! E uma igreja. Ora café + igreja = Europa, pois.

Café...e pão quente !


Monumento às vítimas da caça-às-bruxas

Que local melhor que esta europa terminal para recordar tantas mulheres, algumas crianças, queimadas vivas ou torturadas nos tribunais sumários que aqui vigoraram com particular intensidade no séc XVII?

Inaugurada em Junho de 2011, nas estrada de Hamningberg para Vardø, o Memorial Steilenset é uma bela e arrojada arquitectura, eis o que os europeus sabem fazer bem: comemorar, homenagear, recordar a História, fazer arte.



Obra do arquitecto suíço Peter Zumthor e da artista francesa Louise Bourgeois: um "cubo" onde arde uma chama sobre uma cadeira, rodeada de espelhos; e uma galeria revestida a 91 panos de seda :

Um comovente santuário para 91 vítimas da barbárie, 348 anos depois do julgamento sumário que condenou as últimas 20. Tendo em conta a reduzida população da região (Finmark), compreende-se melhor o que terá sido este massacre.




Memórias, ruínas, o melhor e o pior da Europa.


assim termina.




Ou terá ainda futuro?


Mais, aqui:

sábado, 3 de dezembro de 2011

What Sweeter Music

O meu concerto de Natal perfeito seria assim:




What Sweeter Music , de John Rutter
King's College Cambridge
Stephen Cleobury

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Verão no Outono em Lisboa: As Estações, por Haydn e McCresh

Outono, a mais bela e alegre das Estações, assim a viu Haydn. Depois de uma Primavera luminosa com gorgeio de pássaros e rumorejar de ribeiros, o Verão, para Haydn, é despachado como uma desgraçada calmaria que tudo seca, obriga ao refúgio da sombra e traz temíveis trovoadas e aguaceiros. É no Outono que a natureza, serena, é mais amiga e alegre: tempo de colheitas e caçadas. Mesmo o Inverno é bem vindo, com a família à roda da lareira, fiando e tecendo, contando histórias... alegoria da vida, evidente, tanto mais que foi a sua última obra, de 1801, aos 69 anos, doente, ainda assim uma obra incrivelmente criativa e alegre.


A orquestra Gulbenkian esteve sublime, conduzida pelo estudioso e sabedor Paul McCresh como se fosse uma orquestra barroca - salientando a percussão e os sopros - muito, muito bons - para o impacto dramático, e conseguindo das cordas um ataque preciso, staccatos impecáveis, grande doçura do arco melódico. Um regalo.

O coro Gulbenkian merecia um Nobel. Cantou divinamente bem. Arrepiou.

Os solistas, que já são companhia habitual de McCresh, foram também do melhor que podia esperar. O barítono Andrew Foster-Williams tem uma voz potentíssima mas sempre bonita e bem colocada; o tenor Robert Murray esteve à altura, sem falhas, num papel pouco exigente, e também foi um gosto ouvir Miah Persson nas suas poucas árias, uma voz grande, expressiva e sólida. Os trios resultaram em cheio, as três vozes combinam bem, o equilíbrio das vozes com a orquestra foi regra ao longo do concerto.

Os melhores momentos foram: o das vindimas, com uma fabulosa celebração do vinho, que o côro acompanhou nas pandeiretas - grande efeito :) ; a sequência da caça com grande impacto e humor, e a ária com côro em que Hanne conta a sua história à lareira.

Aqui, Sally Matthews com a Handel and Haydn Society of Boston dirigida por Norrigton:


Talvez por estar habituado à maior e fria Casa da Música, achei que soava tudo muito forte - orquestra e cantores. Quase como se houvesse amplificação. Talvez tenha sido opção de McCresh, uma interpretação vigorosa. Soube bem, porque vigor e controle andaram de mãos dadas.

Um dos melhores concertos da minha vida, sem dúvida.
Um só reparo: se nos folhetos e nos jornaos a FCG optou por Perspectivas, com c, em bom português, porque raio tivemos de gramar com legendas em novilíngua ? Expetativas?!! por favor!

domingo, 27 de novembro de 2011

Fim de semana lisboeta: Verão neste belo Outono de fins de Novembro, Europa neste recanto empobrecido quase falido

Ah, a Gulbenkian. Nada como a Gulbenkian para nos fazer esquecer o país. Quando lamuriamos pelas ruas da amargura, entramos na Gulbenkian e o mundo é irrealmente glamoroso. Dos jardins ao Grande Auditório, do Museu à cafetaria (os éclairs, os vol-au vent) , da loja à exposição temporária, vivemos instantes de pura Europa, daquela Europa culta e bem-vivente de que julgávamos fazer parte, felizes e contentes, para todo o sempre.


Fleurs dans un vase - Pierre Auguste Renoir

Este, deixou-me logo em êxtase. Que magnífico fundo anónimo, que anódina jarra (bela na sua rudeza de barro), pois são as flores que contam. Ao contrário da abundância de detalhes com que outros saturam a composição, Renoir vai ao essencial. E como consegue profundidade de campo, as flores surgem de uma espécie de incrível névoa numa riqueza de planos, num minucioso trabalho de cor e luz e sombra... génio.

E,

Panier de citrons et bouteille, Van Gogh

Espantosa composição! Parece geometricamente perfeita, o fundo é um quadro abstracto em tons pastel, onde poisam as coisas, cada coisa no devido lugar, nada poderia ser deslocado, acrescentado ou retirado sem estragar tudo. Aquela laranja (?) de que só se vê uma pequena calote, à esquerda...Um Van Gogh calmo, sem torvelinhos, usando tons suaves, em perspectivas múltiplas, a garrafa e o incrível jogo de texturas, iguais a nada antes visto. Génio.

Repeti a entrada três vezes. 5 €? Cinco ?! Para desfrutar uma vintena de obras primas? Estão a brincar? Desculpem, quanto custa uma entrada para o derby? e para o festival superbock? Não, afinal isto é a Europa , sim, mas barata, muito barata, a preço de feira. Graças, claro, à Gulbenkian.

E depois, o jardim, no Outono, a natureza cá fora.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

va pensiero como nunca antes

Superprodução à americana, enche o olho e o ouvido. Um gosto.

Encenação Elijah Moshinsky


ah, viver a dois passos do MET ...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Fim-de-semana cultural na FCG

Há que tempos não ia a Lisboa! Custou. mas decidi-me - a Gulbenkian está em apogeu , vai estar bom tempo (e tenho um voucher de noite grátis, :D ). Espero que o Pendolino de Giugiaro não me deixe ficar mal.

Paul McCresh vai dirigir a orquestra e o coro Gulbenkian nas Estações de Haydn, versão inglesa, com Miah Persson e Robert Murray. Dias 25 e 26.
Direcção promissora, solistas de primeira água.
É um dos meus all-time favorites, se tivesse de escolher o músico de quem me sinto mais próximo e que mais permanentemente me enche a alma era Haydn ( ou Brahms, conforme o state of mind).

Miah Persson é uma bela voz para reportório barroco e do início do romantismo; ei-la no Et Incarnatus Est de Mozart (não permite incorporação):


E no batti batti bel Masetto:


E depois, há a excelente A Natureza-Morta na Europa, que como diz o Paulo é imperdível, uma oportunidade única para ver obras primas que nunca mais cá voltam.


Renoir, Cézanne, Monet, Gris, Van Gogh, Gauguin, Magritte...

domingo, 20 de novembro de 2011

o Arminho do Ártico

(a propósito da exposição de Leonardo na National Gallery)


Começo por declarar a minha simpatia por este animalzito lindo mas arisco, fofinho mas temível: o arminho, criatura que abunda nas tundras e taigas do Ártico - territórios do extremo Norte do Canadá, Gronelândia, Escandinávia e Sibéria.

Arminho (Mustela erminea).

O seu habitat usual são terras planas inundadas, e espaços abertos e pedregosos.

Os arminhos mudam de pêlo com uma sensibilidade às estações que lhes dá um toque de criação artística: castanho/amarelado no Verão, branco como a neve no Inverno, com uma bela cauda negra.


São muito territoriais e solitários. Gostam de grandes espaços abertos. E lutam com sucesso com bichos bem maiores...

Na Idade Média viviam mais a Sul e eram procurados pela pele. Actualmente, vivem em paz com os homens, não estão ameaçados nem em extinção.





Uma das atitudes mais patuscas do arminho é de pé sobre as patas trazeiras:

A cauda negra do arminho atrai a atenção de aves predadoras, e assim salva a vida do espertalhão, que se safa apenas com uns pêlos a menos lá atrás.

A corrida do arminho faz-se em movimentos ondulantes, devido à espinha flexível que ora se arqueia, ora se distende.


O arminho é um animal muito territorial e solitário. O tempo de vida varia de 4 a 7 anos.

São animais nocturnos ou crepusculares. Caçam roedores ou pequenos pássaros, e são presas de lobos, raposas e grandes aves.

Há séculos, na Idade Média, o pêlo dos armimhos era muito procurado para roupas de luxo; era-lhes atribuído um significado simbólico de pureza.

Retrato de Isabel I , de Nicholas Hilliard, 1585

Por causa desse simbolismo, os arminhos figuravam em muitos brazões.
Heráldica do arminho numa janela em Chateau-Blois

Não são espécie ameaçada - pelo contrário, a população não cessa de aumentar e em ceras zonas chega a ser uma praga. A população mundial anda na casa dos 1000 milhares de milhão!

Vídeo mostrando um arminho glutão:


Finalmente,

Quem puder ir a Londres à National Gallery ver a exposição de obras de Leonardo da Vinci terá, entre muitas obras primas, esta famosa Dama do Arminho.

Leonardo retratou a Dama com genial mestria; infelizmente, não foi tão hábil ou tão simpático com o arminho, que sai mal na "fotografia".

Exposição Leonardo da Vinci: Painter at the Court of Milan
National Gallery of London
9 de Novembro de 2011 – 5 de Fevereiro de 2012
ver aqui