No próximo sábado Cristopher Konig dirige o Requiem de Brahms na Casa da Música.
Uma das obras maiores do mestre alemão, que sempre considerei um dos maiores compositores de sempre (ao contrário dos wagnerianos e atonalistas que o desprezam), exige muito da orquestra, do côro e sobretudo de quem dirige. Só espero que o "nosso" König esteja à altura, como já provou noutras obras difíceis.
Cantam :
Rachel Harnisch, soprano com créditos (cantou em Lucerna com Abbado)
Andreas Scheibner, barítono
Infelizmente (?) o programa é "inovador" , e intercala uma obra de Wolfgang Rihm (Das Lesen der Schrift) entre os andamentos de Brahms. Veremos.
Simpatizo com este Requiem até pelas razões por que alguns o acusam de "ateu". Brahms (protestante luterano) não acredita na "outra vida", na ressurreição prometida pelo catolicismo, rejeita o texto latino da Bíblia, e escreve na sua língua valorizando antes o consolo divino para quem nesta vida está em sofrimento. Pela primeira vez, um Requiem mais humano e reconfortante.
Começa com o mui lindo "Selig sind, die da Leid tragen"( Abençoados os que sofrem) e acaba com uma tranquila aceitação da morte como descanso.
Ihr habt nun Traurigkeit;
aber ich will euch wieder sehen
und euer Herz soll sich freuen
und eure Freude soll niemand von euch nehmen.
aber ich will euch wieder sehen
und euer Herz soll sich freuen
und eure Freude soll niemand von euch nehmen.
Agora estás em sofrimento
mas eu voltarei a ver-te
e o teu coração regozijar-se-á
e a tua alegria ninguém poderá tirar
mas eu voltarei a ver-te
e o teu coração regozijar-se-á
e a tua alegria ninguém poderá tirar
uma bela interpretação:
(como é linda esta morada de repouso)
Agora canta Schwarzkopf:
E Simon Rattle fala sobre o Requiem:
7 comentários:
O Mário hoje disse uma inverdade aí em cima. Conheço muitos wagnerianos que são também admiradores de Brahms.
Espero que seja um bom concerto (embora o Rihm pelo meio me assuste um bocado).
Lembro-me de Um Requiem Alemão muito bom na Gulbenkian com Barbara Bonney e Hakan Hagegard (o Papageno de Bergman).
(Fui procurar o programa e achei-o: Fevereiro de 1992!)
Deixe-me juntar esta versão de Ihr habt nun Traurigkeit.
Pois Paulo hoje em dia talvez, na altura era mais ou menos como entre azuis e encarnados ou rosas e laranjas. Gosto muito deste Requiem por acaso (ou não por acaso ). Essa invenção enfim nunca se sabe, pode sempre levar uns ramos de Salsa por prudência ...
Paulo: erro meu generalizar a inverdade. Peço perdão a todos os que se possam ter ressentido. Mas também me parece que haverá alguns, e não "muitos", wagnerianos que admirem Brahms. Em particular os seguidores de Adorno detestam-no.
Fernando: sim, houve polémica q.b. e até duelos! O tempo sarou as feridas, como sempre.
E que tal foi?
mediano, quase fraquito, Paulo, nem me apetece fazer um post. O côro desiludiu, e era o mais importante, talvez.
Oh :-(
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