Não sei se um gráfico vale mais que mil palavras, acho que não, isso é para o Dr. Medina Carreira. Mas a História de Portugal dos últimos 100 anos bem pode ser (tristemente) contada nestes gráficos que a Universidade Católica publicou.
Afinal o que fizemos desde 25 de Abril?
Fonte: AMECO e Santos Pereira ( 2011)
Grato ao Henrique Vaz que me enviou os gráficos
CRESCIMENTO ECONÓMICO
Até nem foi mau ... na primavera marcelista! O resto anda perto do marasmo. Um pequeno sobressalto em 1988, sol de pouca dura.
PIB per capita
Aqui vê-se bem como a ditadura impunha uma pobreza miserável, 1/3 do PIB europeu... Vá lá, o 25 e a Europa deram-nos isto de bom; mas porque raio havíamos de estragar tudo agora que já íamos em 2/3?? Dois terços !!! que tristeza... cheiramos a riqueza muito ao longe, e já voltamos a empobrecer.
Ao menos ter chegado aos 100% e depois, pronto, cair!
DÍVIDA PÚBLICA
Ponto forte da ditadura, à custa da pobreza generalizada e falta de apoios sociais (saúde, ensino, desemprego), mas o disparo fatal é pelo ano 2005.
Não será difícil atribuir "culpas".
DÍVIDA EXTERNA
Aqui faltam dados anteriores, mas os últimos 11 anos estão bem retratados: uma pândega. Cada vez mais, à grande e à francesa.
DESEMPREGO
Longe vai o tempo dos 4%. Quem me explica o que aconteceu ? Fecharam empresas em catadupa a seguir ao 25? Ou a forma de contagem mudou? Ou os emigrantes regressados e os retornados explicam o salto?
Bem, a tendência final é assustadora. 20% será um milhão, não?
EMIGRAÇÃO
Um pico em 1972, na dita primavera marcelista. Foram então as remessas dos emigrantes a permitir o maior crescimento?
Só volta a haver outro pico ... agora! Nova diáspora à vista.
POUPANÇA
Ora, ora, Carpe Diem ! Ninguém o leva para a cova, até acho bem. Mal, mal é que são os bancos que mais amealham com o consumo, é um fartar de cobrar juros.
Desde 1990, cada vez menos pensam em poupar. Descrédito no futuro.
Saudável, era um crescimento lento mas consistente, que fosse criando sistematicamente algum emprego e fizesse subir o PIB, e o resto mais ou menos constante. Mas se virmos bem, de consistente só temos o aumento do consumo e da dívida externa. Importações, importações, importações.
Que futuro tem um país que importa cada vez mais e produz cada vez menos? Não há culpados nisto, em boa verdade, a não ser que sejamos todos.
Só me queixo de uma coisa: que raio, distribuam melhor! Distribuam quando estamos na mó de "cima", para que se possa distribuir também pela aldeia os males da mó de "baixo".
Fonte: AMECO e Santos Pereira ( 2011)
Grato ao Henrique Vaz que me enviou os gráficos
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