Já valeu, este domingo.
Descobri um Händel que deconhecia, e esta voz de querubim ao estilo de Emma Kirkby, numa ária que ouvi logo três vezes seguidas. O acompanhamento obligatto em oboé barroco é sublime.
Handel, Flammende Rose, Zierde der Erden
Nuria Rial
Austrian Baroque Company, dir. Michael Oman
Flammende Rose, Zierde der Erden,
glänzender Gärten bezaubernde Pracht!
Augen, die deine Vortrefflichkeit sehen,
müssen vor Anmut erstaunend gestehen,
daß dich ein göttlicher Finger gemacht.
Flaming rose, earth's adornment,
enchanting glory of all radiant gardens:
all eyes that see your magnificence,
dazzled by your charm, must confess
that you were made by the finger of God
domingo, 29 de janeiro de 2012
Händel por Nuria Rial - maravilha!
Frase do dia
"Cada vez nascemos menos, cada vez morremos mais"
(telejornal SIC das 13h)
Podia ser poesia, mas foi dito com aquele ar sério de informação científica definitiva. Gafe? a intenção seria "cada vez vivemos mais" talvez, ou seja, exactamente o oposto. O que irrita é que gafes destas, são às dezenas por dia, distribuídas por notícias e reportagens.
O pior da TV não é ser mandada por este ou aquele. É a estupidez e a incompetência que, desde o Prós e Contras à mais singela notícia ou estatística, produz falsidades como quem debita factos objectivos ou irrefutável ciência.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
M & M
Mozart and Mackerras :), no dia M.
Revisitar Mozart em gravações de Sir Charles Mackerras, ficar enfeitiçado pela mágica musicalidade desvendada por sir Charles, mais que ninguém, em Mozart. Irrepetível agógica.
A melhor Haffner de sempre, a melhor Linz de sempre, com a Scottish Chamber Orchestra ! Viva Mozart...
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Fim do mini-Verão de Janeiro
Depois de uns dias assim...
Veio isto...
Lots of weather...
É bom para os campos, bem sei. E para as cotas de água nas barragens.
Voltemos, pois, à leitura, à audição, à lareira, às séries na TV.
Por falar nisso, que bem feitas estão algumas ! Ultimamente, The Killing (dinamarquesa), The Good Wife e agora Era uma Vez conseguiram a minha fidelidade. Actores fenomenais e bem dirigidos, diálogos inteligentes, com humor, e enredos bem engendrados.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Le petit navire
Canta June Tabor
C' était un petit navire
C' était un petit navire
Qui n'avait ja-ja-jamais navigué
Qui n'avait ja-ja-jamais navigué
ah oui ah oui…
Au bout de cinq à six semaines
Au bout de cinq à six semaines
Les vivres vin-vin-vinrent à manquer
Les vivres vin-vin-vinrent à manquer
ah oui ah oui...
On tira à la courte paille
On tira à la courte paille
Pour savoir qui-qui-qui serait mangé
Pour savoir qui-qui-qui serait mangé
ah oui ah oui
Le sort tomba sur le plus jeune
Le sort tomba sur le plus jeune
Qui n'avait ja-ja-jamais navigué
Qui n'avait ja-ja-jamais navigué
ah oui ah oui…
Il monta à la grande hune,
Il monta à la grande hune
et puis il se,se,se mit a prier.
et puis il se,se,se mit a prier
ah oui ah oui...
On le mangea à la sauc' blanche,
On le mangea à la sauc' blanche
avec des sal, sal, salsifis pas cuits.
avec des sal, sal, salsifis pas cuits
ah oui ah oui...
Ils eurent la délicatesse,
Ils eurent la délicatesse
de mettre sa, sa, sa part de côté.
de mettre sa, sa, sa part de côté
ah oui ah oui ...
Si cette histoire vous amuse,
Si cette histoire vous amuse
nous allons la, la, la recommencer.
nous allons la, la, la recommencer
ah oui ah oui...
.........................................................
ça recommence, ça recommence toujours...
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
O Solveig de Netrebko
Só agora ouvi , do CD Souvenirs, de 2008, a "canção de Solveig" do Peer Gynt por Anna Netrebko.
Tinha como grande referência Lucia Popp. Ao fim destes anos todos, fiquei finalmente deslumbrado por uma interpretação que vai mais longe quer na capacidade vocal (fenomenal) quer na intensidade emocional.
http://www.annanetrebko.com/
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Estranha imagem - castigo de deus ?
Para além da tragédia, da incompetência e de algum grotesco à volta do Costa Concordia: uma imagem como esta introduz uma nova dimensão, como se tivéssemos os olhos de deus sobre as nuvens e observássemos a nossa obra, o castigo inflingido aos homens na Terra:
Será um olhar de satisfação, de regozijo pelo efeito da punição? Um olhar piedoso, do pai que lamenta a bofetada que teve de dar ? Um olhar de espanto e pavor perante as consequências do seu gesto divino ? Um olhar indiferente, que vê o que tinha de ser, como um insignificante fotograma, um instantâneo do grande universo ?
imagem de satélite DigitalGlobe
Mestre Gustav, 1928 – 2012
Músico que marcou o final de século, Gustav Leonhardt tem sido homenageado universalmente. Poucos são os que, como ele, deixaram ou deixarão tão grande herança no panorama actual da música "antiga".
Dedicado a Bach antes de mais, de quem nos deu inesquecíveis "Paixões" com La Petite Bande, e depois à música para cravo anterior a Bach, deixou estudos, concertos e gravações indispensáveis para a história musical contemporânea.
Aqui fica o seu último recital:
links:
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Those who tell the truth shall die
Explosions in the Sky:
"Have You Passed Through This Night?"
This great evil - where's it come from?
How'd it steal into the world?
What seed, what root did it grow from?
Who's doing this?
Who's killing us, robbing us of life and light?
Mocking us with the sight of what we might have known?
Does our ruin benefit the earth, aid the grass to grow and the sun to shine?
Is this darkness in you, too?
Have you passed through this night?
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do CD "Those Who Tell the Truth Shall Die, Those Who Tell the Truth Shall Live Forever", de 2001
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Holanda, Suíça, Áustria, pequenos grandes países
São três países pequenos, com dimensão semelhante à nossa, um com mar, outros sem, modestos de recursos naturais - a Holanda não tem o nosso potencial de pescas, a Áustria não tem olivais nem as praias do Algarve, a Suíça não tem a região vinícola do Douro, nem campos de golfe à beira mar.
O que tiveram, foi sabedoria, iniciativa, empenho, criatividade, visão, trabalho. Criaram indústrias inimitáveis - relógios, farmacêutica, cutelaria e o turismo alpino na Suíça; turismo cultural, pianos, seguros e jóias na Áustria; lâmpadas, grandes portos e ... flores, na Holanda. Tudo com imagem de marca. Constroem ainda maquinaria pesada - na Suíça, combóios e perfuradoras de túneis; na Áustria teleféricos, combóios e automóveis; na Holanda, barcos e guindastes.
A saber:
Holanda - Unilever, Phillips, Heineken, Shell, o porto de Roterdão
Suíça - Tissot, Swatch, Nestlé, Roche, Nescafé, Suchard
Áustria - Svarowsky, AKG, Bösendorfer, Generali, Red Bull
Além disso, não ignoraram a produção agrícola. Protegeram com cuidado os terrenos férteis. Não precisam de importar carne, lacticínios e cereais . O trabalho nos campos é altamente mecanizado e rentável. Na Holanda, foram até conquistados ao mar, e hoje esse território minúsculo, largamente excedentário na produção, é o terceiro exportador agrícola mundial ! Em maçãs e tomate, batem-nos aos pontos. Porquê?
Claro que têm uma banca sólida, a banca cresce com a indústria e as trocas comerciais. Uma banca saudável é sinal de uma economia saudável. Demonizar a banca, só nosso, de país com tiques de aristocrata arruinado.
Finalmente, investiram em devido tempo com racionalidade nos transportes. Privilegiaram o combóio, com uma densa rede que vai a toda a parte. Na cidade, tudo fizeram em prol da bicicleta, que é raínha nas cidades universitárias, dos "eléctricos" que sempre mantiveram convivendo saudavelmente com o resto do trânsito, em vez de mudar para o "metro de superfície" que atrapalha a cidade.
O chamado "centro histórico" das cidades holandesas, suíças e austríacas é geralmente uma extensa zona pedonal, um paraíso para passear e andar às compras, com árvores, jardins, bancos para sentar e muitas esplanadas. A poluição, diminuta. Viena, Zurique, Basileia, são repetidamente eleitas cidades com a melhor qualidade de vida.
E como se compreende que um festival "elitista" de música clássica numa pequena vila austríaca (Salzburgo) atraia multidões e dê milhões de lucro em poucos dias, como há pouco reportou o Intermezzo ? Qualquer festival cultural em Portugal tem de ser fortemente subsidiado e mesmo assim dá prejuízo.
Há em Portugal, desde há sei lá quantos séculos, um problema: não sabemos gerir o nosso pais, a nossa riqueza, os nossos recursos. Não sabemos. Nem a floresta, nem a riqueza das Índias, nem o ouro do Brasil; nem as colónias, nem os mares, nem as terras férteis; nem os fundos da U.E., nem o Douro vinhateiro e o seu património, nem a rede de caminhos de ferro, nem a frota mercante. E as coisa mal governadas acabam sempre por ir em benefício de oportunistas, cavando grandes diferenças de classe e gerando corrupção um pouco por toda a parte. Sem governo de jeito, cada um governa-se como pode.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Ti lascio ... ma torneró fra poco ! (J. A. Hasse)
Na sequência de alguns posts sobre compositores menos conhecidos, faço hoje homenagem a um grande injustiçado. Com imenso sucesso e muito popular na sua época, em várias cortes e salas de concerto da Europa, Johann Adolf Hasse é hoje demasiado ignorado e secundarizado, e merece ser bem mais ouvido e com atenção. Recentemente, gravações da grande Vivica Genaux, mezzo canadiana que muito admiro, deram destaque disperso à sua obra.
Johann Adolf Hasse (1699-1783) era um pouco mais novo que Vivaldi e Bach, e contemporâneo de C.P.E. Bach (1714 – 1788), Scarlatti (1685-1757), Gluck (1714 - 1787) e de Farinelli no seu apogeu, muito requisitado para cantar as suas árias de bravura.
Viveu em Nápoles alguns anos no início da carreira, e ali granjeou fama e popularidade, com obras cantadas por Farinelli. Scarlatti admirou a frescura criativa de Hasse e adoptou-o como aluno. O sucesso em Nápoles foi sempre crescendo, sobretudo no campo da ópera bufa.
Em 1731 mudou para Dresden, onde compôs já obras mais sérias, mas sempre viajou imenso para cumprir contratos - Nápoles, Veneza, Pesaro... foi também a Viena compôr para a corte a aclamada oratória Daniello.
Grande parte do sucesso deveu-se à sua grande amizade com o poeta Metastasio, que escreveu muitos librettos para as suas óperas e com quem Hasse tinha uma invulgar cumplicidade. Esta dupla era mesmo considerada "rival" de Gluck na reabilitação da ópera séria. Enquanto Gluck revolucionava dando primazia à teatralidade, Hasse manteve-se conservador, procurando o equilíbrio entre texto e música dentro dos parâmetros do bel canto italiano enquanto Metastasio insistia no lirismo Arcadiano. E é mesmo no lirismo da melodia que Hasse mais se distingue.
Hasse foi sempre muito querido nas cortes e salas de Itália, Áustria e Polónia. Mas foi a corte real de de Dresden que mais o acarinhou e protegeu. A passagem dos séculos é que lhe foi menos grata, e andou muitos anos ausente dos palcos e gravações. As suas óperas foram totalmente esquecidas.
Sonata para flauta em La (4 andamentos) - linda, elegante, subtil.
L. Dean e C. Aherns-Dean, flauta
Hannoversche Hofkapelle
Uma alegre sinfonia em Fa - saliento o nº 2, andante, aos 2:00 min
Musica Antiqua Köln
Reinhard Goebel
Hasse: Cleofide (Abertura) - aprecio a 3ª parte, aos 5:30
Les Talens Lyriques, dir: Christophe Rousset
L'Armonica , Cantata para soprano & harmónica de vidro
Ensemble Stradivaria / Daniel Cuiller
Salve Regina, para contralto masculino
Contratenor: Marten Engeltjes
Ensemble B'Rock, dir. Rodolfo Richter
Ária "Pallido il sole" da ópera Artaserse
com um excelente Andreas Scholl
Vivica Genaux - também do Artaserse de Hasse,
Per questo dolce amplesso,
que Farinelli cantou na estreia, em Londres.
Akademie fur Alte Musik Berlin, dir. René Jacobs
E uma obra prima:
Vivica Genaux canta, do Arminio de Hasse, Ti lascio in ceppi avvinto ma tornerò fra poco
"I leave you bound in chains, but I shall soon return"
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Que dias magníficos !
Dormir a sesta estirado ao sol, na varanda, que prazer...
Calorzinho ameno, bem melhor que no verão, apenas com uma ligeira brisa temperada de leste , que maravilha - e tanta luz casa adentro, alma adentro ! Não me lembro de dias de Janeiro tão bonitos e gostosos.
À beira-mar, então, nem se fala. As ondas mais lindas que nunca, com cortinas de espuma levantadas pelo vento de frente... os contraluzes dos pescadores, dos ciclistas, dos navios no horizonte...
Dias serenos de sol de inverno, obra de arte mestra, quem os criou.
domingo, 8 de janeiro de 2012
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Tosca com cast de sonho, é aproveitar
Vissi d'arte, vissi d'amore,
non feci mai male ad anima viva!
A melhor prenda de Ano Novo , encontrei-a no Intermezzo:
A Tosca dirigida por Pappano com Gheorghiu, Kaufmann, Terfel,na ROH Covent Garden !
Vissi d'arte aos 1:20:24
O download demora um bocado (311 Mb), mas vale a pena, o vídeo será muito provavelmente retirado...
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Passei no Berço
Contra mim, contra tudo, passei o ano cá, em Guimarães, na praça das Oliveiras, dignamente iluminada por projecções sobre as fachadas históricas. Suponho que o espectáculo terá consumido uma boa parte do orçamento da C.E.C., mas foi muito animado e concorrido.
Como parece que as TVs não mostraram, cá vai:
Ainda faltava muito...
Já com bastante gente...
E pronto. Começou. Quem dera acabe depressa...