sábado, 18 de fevereiro de 2012

Camiñante, no hay camiño

Camiñante, son tus huellas
el camiño, y nada mas;
camiñante, no hay camiño,
se hace camiño al andar.

Al andar se hace camiño,
y al volver la vista atras
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.

Camiñante, no hay camiño,
sino estelas en la mar.


Estranhamente, o poema de Antonio Machado parece aplicar-se mais que nunca à actual Europa. Não há caminho, não há plano nem mapa nem rota, vai-se fazendo caminho ao andar. É às cegas, confiando em Sarkozy /Merkel, tacteando, um paso ao lado em falso aqui, um passo atrás ali, cair e voltar a levantar, talvez...

Estranhamente, como digo, é da suposta "esquerda" que vêm as certezas, as receitas infalíveis, os caminhos pré-fabricados. Sabem tudo, o que está mal, o que estaria bem, os maus da fita, o rumo a seguir sem hesitação. E apontam o dedo e as culpas, convictos e heróicos.

Acontece que a História, essa escola de todos os ensinamentos, mostra o que acontece aos rumos infa
líveis.

3 comentários:

Gi disse...

Nunca tinha olhado para este poema desse ponto de vista. Logo eu, que andei anos a bradar contra faltas de estratégia neste país.

Mário R. Gonçalves disse...

Ah, mas sou todo a favor de projectos e estratégias. Desde que não ponham em causa um genuíno liberalismo na altura de meter pernas ao caminho...

Gi disse...

Também eu, Mário, e no entanto gostava do poema, sem pensar que era uma apologia da falta dela ;-)