[ Outra interrupção!]
Um triunfo, esta apresentação pela Casa da Música, em colaboração com os festivais de Ambronnay e de Sablé, da serenata L' Ippolito, última obra de Francisco António d' Almeida, estreada em 1752 - uma quase-ópera.
Como soube bem ver e ouvir na Casa esta produção com algum requinte cénico. A orquestra barroca, dirigida por Laurence Cummings. foi um permanente gosto - sonoridade bonita, coordenação com as vozes, sopros melhorados (desde a última vez que a ouvi). O trabalho de preparação desta obra de duas horas e meia (!!) foi certamente moroso, mas o resultado merece várias récitas mais !
Ana Quintans foi a voz que mais brilhou; a primeira aria, depois de recitativos, ainda a frio, foi lindíssima; o dueto de Ippolito (Ana Quintans) com Fedra (Eduarda Melo), talvez o momento mais belo da noite, merecia aplauso imediato... tal como a comovente ária "Vò a morire".
Também estiveram muito bem o contratenor Christopher Lawry em Creonte, com árias bem difíceis; e a Lésbia de Sónia Grané.
Menos bem, Neptuno e Teseu.
O palco foi gerido de forma a permitir alguma movimentação dos cantores e alguma decoração singela - nem faltou o efeito de mar com uma cortina ondulante. Tudo muito bonito, sem excessos. Martin Parr encenou. As três horas passaram sem bocejo !
Parabéns, Laurence Cummings, Casa da Música, Ana Quintans, e toda a equipa.
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2 comentários:
Ainda bem. Fico contente por Ana Quintans, que está a consolidar uma carreira muito promissora.
Com performances destas, a carreira promete, sim.
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