Perdi o gosto a celebrações de passagem de ano já há bastante tempo, com sucessivas experiências desastrosas. É uma altura onde a turba urbana solta tudo o que tem de cérebro lagartóide e hábitos tribais do paleozóico.
Este ano, para não fica no sofá a rever séries da TV ou algum DVD, decidi que ia aproveitar o último dia do ano para no Museu Soares dos Reis ver a exposição dedicada a Amadeo Souza-Cardoso, no seu último dia antes de emigrar para Lisboa. O espaço do Soares dos Reis é mil vezes mais bonito que o do Chiado, e a colecção permanente também.
Algumas obras de Amadeo vi-as agora pela primeira vez. Por exemplo, estas três pequenas maravilhas do ano de 1914:
A travers les fenêtres (dédoublements/intersections), c.1914
Das tintas da china, saliento La Tourmente, de 1912:
Balanço: algo desolado com a pequenez da exposição.
Para compensar, demos a volta à casa com paragem obrigatória nos Henrique Pousão (quem diz "os Mirós" deve dizer "os Pousões", não é ?), e Silva Porto, sobretudo os rostos mágicos de mulheres.
Encerramos 2016 em beleza. A seguir fomos para a baixa jantar e ver as luzes. Depois da sobremesa, a árvore dos Aliados
as luzes dos Clérigos.
e nas Almas.
Ó 2017, boas vindas e não tragas muita porcaria, vê lá se te controlas. Evita tempestades e terramotos, rejeita tanto quanto possas a bruteza dos homens e recupera boa dose daquilo a que vulgarmente se chama "as luzes", ou "o progresso", que andam tão arredios. Pelo caminho manda 2016 à barda.....
P.S. Acabo de passar as 250 000 visitas. De milhão é só um quarto, modesta performance, mas sempre começo o ano em alta.
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