Para um país interior, montanhoso, pequeno e fechado ou até 'tacanho' como alguns o caracterizam, a Suíça deu um surpreendente contributo às artes. Paul Klee, Ferdinand Hodler, os Giacometti, Adèle d'Affry... e às letras: Hermann Hesse, Blaise Cendrars, Rousseau, Elias Canetti... Um país que não precisou de estar nas Descobertas nem nas Rotas do ouro e da seda para ter um lugar destacado na cultura europeia.
[É verdade que a música suíça é uma nulidade, não há compositores suíços de jeito; mas não faltam excelentes orquestras em Basileia e Zurique, e salas com uma programação de excelência].
Albert Giacometti é figura de culto, todos os museus e muitos jardins têm o seu Giacometti, que se tornou um ícone suíço também pela sua forte marca estética - as figuras esguias em bronze, que se diriam anoréxicas ou famélicas não fosse a energia do seu movimento.
Na Kunsthaus, Giacometti ocupa sempre um espaço previlegiado, mas a disposição das obras é mudada frequentemente. Agora estava assim:
Homem caminhando à chuva, 1948
Homem vacilando, 1950
O carrinho, 1950
E aqui termino esta série de posts dedicados à Kunsthaus.
O edifício neo-grec de Karl Moser.
2 comentários:
Não conheço a Kunsthaus de Zurique! Como é possível? E como é possível um museu com obras desta qualidade parecer quase deserto? Obrigada pela partilha, Mário.
Não sei, Gi. É verdade que eu esperei por vezes o momento de solidão para fazer a foto, mas contavam-se pelos dedos os visitantes. Já na exposição temporária do Sallon havia mais gente.
Acho que uma das palermices reinantes é desvalorizar a Suíça, como se só tivesse queijo, relógios e Alpes nevados. Estive numa vila - Rappersvil - que é linda de morrer, com um monumental convento gótico, rodeada de lago e montanhas brancas, com casario lindo e pastelarias do paraíso, montras das mais requintadas que já vi - fiquei perdido a ver uma com dezenas de modelos de combóios de brincar (e camiões TIR !) que era um regalo. Mas estavam 3 ou 4º soprados de vento alpino...
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