Refiro-me às Estações de Haydn, que foram dirigidas por Leopold Hager na Casa da Música, neste Sábado passado. Foi uma magnífica tarde de concerto, mesmo com a direcção anémica de Hager, da escola classicista mais convencional. Não foi mau, longe disso, mas esteve a milhas da interpretação barroca estudada que a obra de Haydn impõe.
Mesmo assim, a orquestra cumpriu, esteve bem equilibrada e coordenada. Notava-se alguma falta de entusiasmo, parecia que estavam a cumprir calendário. O que subiu acima das minhas expectativas, e foi mesmo muito bom, foi o trio de solistas, que eu pré-julguei erradamente. Cantaram a solo, duo e trio lindamente como se o fizessem há muito tempo; e fazem ! Estão habituados uns aos outros, juntos em vários concertos. Fica aqui a justa correcção:
Christina Landshamer é uma soprano com carreira apoiada em grandes directores como Herreweghe (com quem gravou uma excelente produção das Estações), Chailly, Blomstedt.
Tem um timbre limpo e bonito, firmeza e agilidade quanto baste; não deslumbra, mas foi bom ouvi-la nas arias de Hanna.
A voz de Landshamer na 4ª de Mahler dirigida por Chailly:
Do barítono Tareq Nazmi não consegui nenhuma gravação vídeo para aqui colocar. De voz potente e bem colocada, estava um pouco mais à parte no trio, quer fisicamente, quer pelas características vocais.
Termino com uma das árias mais conseguidas,Welche Labung für die Sinne ! (Que bálsamo para a alma !) , pela soprano Monika Elder e a LSO conduzida por Simon Rattle. É outro campeonato, claro.
- E nova energia faz levantar no peito um suave impulso -
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