Depois de ter recentemente citado Teodor Currentzis como um dos grandes maestros para os próximos anos, eis que é editada uma nova gravação da 6ª sinfonia de Mahler, com Currentzis a dirigir a 'sua' MusicAeterna. Há vários casos precedentes, mas esta simbiose maestro-orquestra é um absoluto espanto. A orquestra MusicAeterna nasceu em 2004 na cidade russa de Novosibirsk, completamente à margem dos tradicionais circuitos de culto da música clássica. O próprio Currentzis, grego de nascença, nunca se teria notabilizado no seu país - é sabida a nulidade absoluta da Grécia na História da Música. Pois, viajando primeiro para S. Petersburgo, e depois Novosibirsk, Teodor Currentzis construiu a partir do nada uma formidável orquestra barroca e um prestígio como estudioso, director e concertista; desde 2011 estabelecido na cidade de Perm, destacou-se em obras de Purcell, Handel, Mozart, e muita ópera, até chegar, agora, a Tchaikovsky, Bruckner e Mahler ! Claro que a MusicAeterna teve de ser grandemente alargada, mas para uma orquestra de que ninguém ouvira falar há cinco ou seis anos, atingiu em velocidade cósmica um nível de execução admirável, de primeiro plano. Sucesso estrondoso, e para quem se entusiasma com estes talentos que partem do nada para a excelência, é um case study que transmite um certo gosto pela espécie humana, em dias de profundo desgosto.
Aqui fica a tremenda, contagiante direcção de Teodor Currentzis no Allegro energico inicial da 6ª de Mahler, obra prima absoluta. Toca, esfuziante, poderosa, a MusicAeterna. Atenção particular ao relevo que é dado aos sopros, invulgar.
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