sábado, 22 de fevereiro de 2020

Museu Bargello, Florença - outro que nunca visitei


Além da Galeria dos Ofícios, também falhei o Museu Bargello nas visitas que fiz a Florença. Não dá tempo !  Passear nas ruas da cidade é uma permanente revelação, em cada esquina ou praça descobrem-se novos assombros, as igrejas são lindíssimas, custa ir perder tempo e a luz do dia numa longa fila de museu. Deviam estar abertos à noite...


O Bargello está instalado num palácio-fortaleza tipicamente florentino, do século XIII, que tem semelhanças com o Palazzo Vecchio: por fora, um parelipípedo encimado de ameias e torre adjunta, por dentro um vasto átrio com arcadas e escadaria. Serviu desde edifício administrativo do podestà e da governação sob os Medici, até sede da polícia, donde o nome bargello. Foi convertido em Museu em 1865, e agora é o terceiro grande museu de Florença, depois da Galleria degli Uffizi e da Galleria dell' Accademia. Em conjunto, os três são a mais completa mostra do Renascimento italiano; no Bargello há sobretudo escultura.


No pátio (cortile) fica a 'Sala Grande' do museu.


Aqui se encontra a Fonte de Juno, de Bartolomeo Ammannati (1511-1592), feita para ficar na frente do Palazzo Vecchio, na Piazza della Signoria:


A fonte é uma celebração da água; as figuras são Arno, Ceres, Juno, Flora, Castalia e Prudenza.


Juno
Vamos subir.

A obra prima que salta aos olhos é o Tondo Pitti de Michelangelo: uma Virgem com Menino, em baixo relevo circular, de 1503-1504. Talvez o escultor se tenha inspirado em Leonardo.


É uma obra inacabada, o que lhe confere até uma imaterialidade especial, surpreendendo a força vital do rosto da Virgem, que parece querer saltar fora da moldura.
E este sorriso não lembra o da... ?


Está na Sala de Michelangelo, onde não faltam esculturas admiráveis, uma festa de Renascimento:


Uma das quais é o Mercúrio Voador de Jean de Boulogne, Giambologna ou Giovanni di Bologna.


Data de 1580; o escultor flamengo fez duas cópias , esta para oferecer aos Medici.





Outro assombro é o David em bronze de Donatello:





Talvez o maior chamariz, a estrela da colecção, seja o famoso Rapto das Sabinas de Jean de Boulogne:




Um lindíssimo Busto de Constanza Bonarelli por Bernini:



E finalmente, a representar a cerâmica, o menino de Andrea della Robbia (1400-1482):

'Busto di un giovane Ragazzo', terracota esmaltada.

Pessoas que viveram há 6 séculos, assim eternizadas para o nosso olhar.

Mas não há só escultura; por exemplo, este painel de têmpera sobre madeira, a decorar um baú com dote de casamento, de Giovanni Toscani (1370 ? -1430):


A Oferta dos Palios a S. João era uma cerimónia festiva florentina dedicada ao seu padroeiro. Cavalos em parada, estandartes e vestes luxuosas, uma procissão pela cidade até ao Baptistério.

Detalhe:

À saída, este mármore célebre que decorava uma fonte e que o Museu utiliza como logo:


Pronto, não vi nada disto mas partilho aqui o que podia ter sido. É uma consolação.

1 comentário:

Fanático_Um disse...

Também não vi. Se voltar a Florença, não quero perder.