Séc.I AC
domingo, 28 de fevereiro de 2021
Extraordinários Vidros Romanos - exposição em confinamento.
Séc.I AC
terça-feira, 23 de fevereiro de 2021
A eternidade num fiorde - Maniitsoq
--- Outra vez na Gronelândia, pelo ar fresco e tudo o mais que me deslumbra nessa Thule ---
É Europa, politicamente, mas não pertence à nossa placa tectónica; mais certo é considerar a grande ilha como um continente, para proveito e regalo da Dinamarca que a governa desde 1814, sucedendo à Noruega.
Maniitsoq (anterior Sukkertoppen ) fica na costa oeste da Gronelândia, a olhar para terras do Canadá através do estreito de Davis; está situada entre as duas maiores cidades, Nuuk e Sisimiut, que contacta por mar ou por via aérea.
A localização não podia ser melhor, rodeada de montanhas, fiordes e glaciares e construída sobre um arquipélago costeiro.
O aglomerado das habituais casinhas multicolores espalha-se a subir uma encosta a partir do mar.
Pela abundância de água entre as ilhotas ligadas por pontes, era inevitável que ganhasse fama de Veneza do Ártico.
Em todos os ângulos de vista a água está presente.
Nos meses mais frios, esta é uma Veneza branca.
A Igreja colonial de 1874 é um dos edifícios mais antigos:
Bonita pia baptismal.
O Museu compõe-se de quatro casas, também do século XIX: a residência do administrador colonial e a do seu assistente, a oficina do tanoeiro, padaria, e armazéns de pesca e derivados .
Estas quatro casas eram na altura o centro da povoação colonial, mas na década de 1970 foram deslocadas para permitir a instalação da fábrica de processamento de peixe.
O edifício maior, com dois andares, é o que contém a colecção permanente, arte e artesanato de autores locais.
O Museu documenta o que foi o povoado desde a origem até ao fim do peíodo colonial.
Eternity Fjord
Porque cresce o turismo aqui? Uma das razões são os fiordes e glaciares. O Fiorde da Eternidade é o maior da costa ocidental, com montanhas a chegar aos 2000 metros.
Para ski de aventura e kayaking, não deve haver melhor.
"Uma região circular com cerca de 100 km de extensão centrada a 65° 15′ N, 51° 50′ W (...) apresenta um conjunto de fenómenos geológicos muito invulgares criados durante um único evento com intenso esmagamento e aquecimento, incompatíveis com processos orogénicos da crusta terreste"
O granito deformado, após ter sido derretido e pulverisado, que se espalha por dezenas de quilómetros em torno de um pico, testemunha o súbito e violento impacto. Nenhum outro processo geológico explicaria a dimensão do fenómeno, segundo os defensores da hipótese da cratera, que classificam o Domínio Finnefjeld como 'rocha cataclástica´.
Há contudo bastante contestação a esta teoria nos meios científicos, que não terá conseguido evidências bastantes contra a explicação orogénica.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021
Uma concha que fez música há 18 000 anos voltou a soar
Foi no The History Blog que encontrei esta história.
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Assim começou, até que um dia se chegou à 2ª de Mahler.
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021
Nunca fui a Vicenza ! + o Teatro Olímpico de Palladio
Vicenza é uma daquelas cidades que se devem visitar antes de morrer, ou visitar e depois morrer; é, digamos, 'definitiva'. E não se fala muito dela, não é tão destino de multidões como outras.
Vicenza é a cidade de Andrea Palladio, arquitecto renascentista, um dos mais inspiradores de todos os tempos, imitado repetidamente na arquitectura neo-clássica; um génio inovador que além de uma nova estética inventou imensas soluções técnicas. A UNESCO reconheceu que devia ser admirado pelo menos tanto como Michelangelo ou Da Vinci. Anda por aí em exibição nas TVs um documentário muito fraco que não lhe faz justiça. Quem lhe fez justiça foi Goethe: o poeta alemão, na sua Viagem a Itália, não se poupa em palavras para descrever o êxtase que sentia perante as obras de Palladio.
Entre 23 (!), há pelo menos três obras primas dele em Vicenza; a que elejo em primeiro lugar é o Teatro Olímpico.
Piazza Matteotti - a entrada para o Teatro.Foi construído entre 1580 e 1585, data de estreia com o Oedipus Rex de Sófocles, e foi a última obra de Palladio - não chegou a vê-la concluída.
Paolo Cagliare,Veronese - 'Madonna con Bambino', 1560.
Uma belíssima e rara torre medieval com 82 metros.
Recebeu o nome da família Bissari; e foi anexada à torre que Palladio realizou, quatro séculos mais tarde, outra obra prima, a famosa Basílica.
Basilica Palladiana, 1597.
Em 1546, Palladio apresentou um projecto para recuperar o que existia de um modesto e degradado salão gótico; a solução foi envolvê-lo com uma vistosa 'carapaça' renascentista, dois andares de arcadas a toda a volta. Não se consegue imaginar o que era o estaleiro da obra por toda a praça, que demorou 68 anos.