quarta-feira, 9 de junho de 2021

Os petróglifos de Tanum, um pouco a norte de Fjällbacka, o paraíso de Ingrid Bergman


É na Escandinávia que se concentra o maior número de pedras gravadas na Idade de Bronze da Europa. Da era pré-Viking não abundam testemunhos na Suécia; mas os focos mais significativos de povoamento humano surgem durante a tardia Idade de Bronze - são os Germanos do Báltico, herdeiros da Cultura da Cerâmica Cordada, que trazem as influências mais marcantes. Perto de Tanumshede, na costa oeste, foram descobertas em 1627 gravuras dessa época germano-báltica.

Aos poucos surgiram ali milhares de imagens esculpidas na pedra, um conjunto que se designa por "Petróglifos de Tanum", em quase 600 painéis. Estes nórdicos da Idade de Bronze e Idade de Ferro eram hábeis de mãos e bons navegadores nas águas costeiras. Só não tinha ainda uma língua escrita.

As canoas eram construídas em madeira de tília.

Muitos dos glifos descrevem barcos do tipo Hjortspring, grandes canoas pré-Romanas (400 - 300 AC) com quase 20 metros que podiam transportar uns 20 remadores e doze passageiros. Também estão figuradas carroças, humanos (com lança, arco ou machado), cenas de caça; na maioria trata-se de rituais próximos dos celtas. 


No Museu de Vytlicke, as imagens foram pintadas de vermelho para serem visíveis a alguma distância pelos visitantes; mas os riscos e raspagens originais na pedra não deviam estar pintados. Ao todo são cerca de 45 km2 de parque arqueológico, classificado em 1994.


A maior das lajes, Vitlyckehäll, tem 22 m.





Esta imagem do arado a lavrar puxado por dois bois tornou-se o 'logo' do Museu.

Museu de Vitlycke


As casas já prefiguram a 'Långhus' Viking.


Fjällbacka, a vila feliz de Ingrid Bergman


Fjällbacka é a mais próxima cidade, pouco mais de 15 km a sul de Tanumshede. A antiga povoação de pescadores ficou famosa depois da primeira visita de Ingrid Bergman, que voltaria frequentemente porque gostava do sossego e do bom trato que lá recebeu; mas o sossego é que já não é o mesmo, com as esplanadas apinhadas no Verão.


Fjällbacka é uma daquelas muitas cidades nórdicas pequenas à beira de água, com portinho, casotas para o barcos, uma praça baixa perto do cais e depois algumas ruas em rampa mais ou menos emaranhada. Prevalece o vermelho nas paredes de madeira. 


Praça Ingrid Bergman.


Um dos principais centros de turismo interno na Suécia.


Os vermelhos...


Bryggan (como Bryggen, Brugges, Bridge) significa cais de madeira, molhe, pontão).

Setterlinds Bageri, uma padaria famosa em todo o país.


e os brancos.
No lado poente, a zona residencial tem outro colorido.




Bem estar à sueca: um paraíso artificial ameno, simpático, que não estragou nem desfeou a natureza. Desde os petróglifos, o salto temporal é um salto de civilização assombroso. 



1 comentário:

Fanático_Um disse...

Mais um "post" fabuloso. Muito obrigado por nos dar a conhecer mais esta realidade.