São poemas de Inverno, mas enfim, no meu mundo interior estou e estarei no Inverno.
The world shrinks to a window-pane,
holds his breath. Morning light,
- a hesitant revelation - infiltrates
a fretwork of branches, warms
the sky to a pearly scumble.
To the right, an echo, a refrain.
But, nose to the glass, a cold fumble
A once upon a time prospect, obscure,
half-frosted; an inner world unsure.
We stumble onwards, occasionally surprised
by a clarity we thought lost; or mesmerised
by a reflection of a world made new.
O mundo encolhe até caber na janela,
sem respirar. A luz da manhã,
- hesitante revelação - infiltra
um rendilhado de ramagens, aquece
o céu numa pasta côr de pérola.
Do lado direito, um eco, um refrão.
Mas, nariz colado ao vidro, fria tentativa
Algum dia já foi perspectiva, obscura,
meio congelada; mundo interior inseguro.
Cambaleamos em frente, por vezes surpresos
por uma claridade que pensámos perdida; ou fascinados
pelo reflexo de um mundo feito novo.
[tradução minha]
Victoria Crowe (n. 1945) é uma artista escocesa conhecida pelos retratos e pinturas de paisagens 'espirituais'. Tem trabalhos em várias colecções, como a National Portrait Gallery de Londres ou a Royal Scottish Academy.
2 comentários:
Que boa descoberta, o poema que escolheu é maravilhoso.
Quase teria apostado que ia gostar, SilverTree. São pequenas coisas assim que nos salvam neste lodaçal.
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