Estive no Festival de Música de Espinho, para ouvir canções de Dowland pelo alaúdista Edin Karamazov e a voz do alto Andreas Scholl. Já lá vamos, primeiro um pouco de turismo.
A cidade de Espinho nasceu pobre, um bairro de pescadores em modo de subsistência, sem qualquer ambição a cidade próspera. Mas o tempo lá se encarregou de levar burguesia a banhos desde o século XIX (o combóio chegara em 1867) e mais tarde também ao jogo no Casino, e com ela algum requinte onde só havia sardinha na brasa, ou cavala.
Aos poucos algumas casitas com mais gosto e decoração iam surgindo ao acaso, sem plano nem sequência; o revestimento a azulejo e algum trabalho de alvenaria, ou ferro forjado na porta ou na varanda, faziam a diferença. Por exemplo, a rua 16 tem alguns exemplares:
E a vizinha rua 14 também:
A parte mais central de Espinho é uma rede de ruas em quadrícula perfeita onde cada uma é identificada não por um nome mas por um número. Da rua 1 à 66 pelo menos a numeração é a única forma de indicar o endereço; ruas pares paralelas à orla marítima, rua ímpares perpendiculares, de norte para sul. A rua 2 é a via panorâmica frente ao mar. onde se sucedem restaurantes. Da rua 3 em diante, misturam comércio, serviços e residências. A Rua e a Avenida 8 foram a via principal da cidade entre a zona balnear, a via férrea e a cidade, a rua 19 é arborizada, pedonal e comercial, a sua paralela rua 23, de passeios largos, onde fica o mercado e as melhores lojas, é agora a mais importante.
A rua 19 quase só tem lojas, mas há uma ou outra casita com estilo:
A esquina da rua 10 com a rua 29 tem sido bem tratada, com revalorização de algumas casas.
Esquina das ruas 10 e 19