domingo, 20 de novembro de 2022

Livros há pouco chegados


Mais recentes uns, outros menos, são as leituras Outono-Inverno que escolhi. Já comecei The Kindness e Herborium.

The Kindness, de Polly Samson

Uma escrita requintada, um inglês de primeira água e uma narrativa sincopada onde passado e presente se entrecruzam sem aviso; leitura algo difícil, portanto, com dicionário ao lado e necessidade de voltar atrás de quando em quando. Gera-se confusão ? Talvez, mas os sítios e as pessoas vivem com intensidade nesta prosa de Polly Sampson, saltam fora do livro como se fossem realidade vivida, e vivem-na sob diferentes luzes conforme quem e quando as recorda. O 'leit motiv' são os últimos dias de Mira, ainda criança, filha do primeiro narrador Julian, que acaba internada num hospital. Muitas coisas mal explicadas serão esclarecidas pela segunda narradora, Julia.

Polly Samson está casada com David Guilmour, alma dos Pink Floyd (Shine on you crazy diamond).

Herbarium, colecta de poemas de Emily Dickinson.

Trata-se de uma edição bilingue. As traduções portuguesas deixam muito a desejar, por isso prefiro publicar aqui a minha tradução de 'Morning':

Existe mesmo a "Manhã" ? 
Há isso a que chamam o "Dia" ? 
Poderei vê-lo dos montes 
Se subir à mesma altura ? 

Terá pés como os nenúfares ? 
Terá penas como a Ave? 
Virá de países famosos 
De que nunca ouvi falar ? 

Oh um Doutor ! Oh um Piloto ! 
Oh! um Sábio lá dos céus 
Diga à pequena peregrina 
Onde esse sítio "Manhã" fica !

Climax de  Thomas Reverdy


É uma aventura nórdica com crime sob perspectiva ecológica, ao que li parece bem engendrado; espero que não inclua a borradela de quadros famosos. Depois direi.

Greenlanders de Jane Smiley

É uma narrativa de 1988 que me atraiu comprar porque relata a vida dos colonos Vikings na Gronelândia desde 985 até ao início do século XIV, o chamado Período Quente Medieval. Por causas geológicas, as décadas de 1310 a 1340 foram de frio e fome, a que se juntou a peste, e as duas pequenas colónias extinguiram-se. 

A vida diária dos colonos está ficcionada como se de um diário ou uma  'saga' se tratasse, acompanhando o casal Sigrid Bjornsdottir e Thorstein Olafsson, dois sobreviventes que realmente conseguiram escapar para a Islândia, conforme prova um documennto de 1424.

Les Îles Aran (Aran Islands), de John Synge, 1907

Conto onde se narra a visita às Ilhas Aran, na Galway irlandesa. Optei pela tradução francesa. Synge fora aconselhado por Yeats, que admirava o ambiente único das ilhas, fora do tempo, descrevendo-o como a 'alma celta' da Irlanda. 

Méditations de Marco Aurélio

Retorno a um clássico. Quero recordar o que pensava um romano da vida e do mundo.

Tudo o que ouvimos é uma opinião, e não um facto. Tudo o que vemos é uma perspectiva, e não a verdade.

Habita a beleza da vida. Observa as estrelas, e vê-te a correr junto delas.


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