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sábado, 4 de janeiro de 2025

2025 em música : a minha escolha em 7 CDs


Já não se compram CDs, ouço e leio por aí; na verdade, o negócio continua bom, a edição vai de vento em popa, vendem-se milhões dos mais populares - apesar de estarem no Spotify - e quanto às gravações clássicas estão muito bem e recomendam-se. Aparelhagens sofisticadas de alta fidelidade com leitor de CD também vão sendo produzidas com regularidade: ainda há pouco a Roksan apresentou um novo par muito elogiado.

Haja música e estamos salvos.

1 Começo pelo disco da quadra natalicia que mais gostei de ouvir, o My Christmas de Diana Damrau, de 2022, CD duplo !

Não faltam discos de 'Carols' com coros de Catedral, mas é raro uma diva soprano gravar uma colecção que vai do Adeste Fideles ao lindíssimo Stil Still Still, passando o pelo First Nowell. Quase tudo em alemão, na voz firme e poderosa de Damrau. Uma colecção impressionante.

 
Still, still, still / Von Himmel hoch, da komm ich her / ...

2 Outra soprano, Regula Muhlemann, gravou o CD Fairy Tales em que canta numa voz de safira bem afiada árias onde existe fantasia nalguma forma - histórias de fadas ou sereias ou magia.

Começa com a Canção à Lua da Rusalka de Dvorak, e é logo um deslumbramento de voz. Impressionante a maleabilidade, o alcance e o domínio; se amadurecer bem, vai ser a soprano da década.

Depois de Dvorak, seguem-se Verdi, Purcell, Mendelssohn, Grieg e a Canção de Solveig:

3 Passando a música mais séria, Mark Padmore com o English Concertt dirigido por Andrew Manze gravaram As Steals the Morn.


'Enjoy the sweet Elysian grove' , ária da Alceste de Handel: :

O ponto alto do disco, a terminar, é uma ária a que já aqui me referi como uma das que mais aprecio em Handel: 'As Steals the Morn', de L'Allegro, Il Pensiero ed il Moderato, cantada com Lucy Crowe.

4. 'Concerti Brillanti ' é um belíssimo CD de Jan Vogler, violoncelista alemão, com a orq. de câmara de Munique dirigida por Reinhard Goebel, o exímio dirigente da Musica Antiqua Koln.

Os concertos são de Bach, Graf, Hasse e Haydn. Como seria de esperar, o de Haydn é o mais apelativo, até por ser uma première mundial ! Grande música, sem dúvida.

5. Descobri que a de Beethoven por Andrew Manze e a NDR Radiophilarmonie é fenomenal ! 

Não têm conta as orquestras alemãs de prestígio e excelência - as de Berlim, a de Leipzig, a de Dresden, as de Munique, Colónia, Bremen, Stuttgart...  Esta NDR é de Hannover, e desde que contratou o maestro Andrew Manze, tem sido um vê se te avias de boas gravações. Primeiro, um ciclo completo de Mendelssohn que é para mim uma referência. Neste disco, a 7ª de Beethoven é mais estrondosamente fantástica e bem dirigida que a também de alto nível 5ª. 

6. E viva Rossini - The Rossini Project (2019)

Pela Orchestra della Svizzera Italiana (OSI), dirigida por Markus Poschner.

Muita gente se equece de Rossini quando se aborda o génio criativo na música; eu sou bem capaz de passar horas a ouvi-lo, e já nem falo de óperas completas: as muitas Aberturas e Sinfonias, as Sonatas, as Cantatas e o Stabat Mater... Quem melhor lhe prestou homenagem foi talvez Roberto Chailly quando gravou um duplo CD com a National Orchestra de Washington, já em...; esteve até há pouco em curso outra homenagem, o Rossini Project, de que foram editados dois CD-livros cartonados; no primeiro, estão Sinfonias e árias para tenor.

7.  Andrea Oliva / Angela Hewitt  : Bach em flauta e piano  (2013)

Termino da melhor maneira:


Uma jóia requintada, estas Sonatas para Flauta de Bach, obras profanas (graças a ... ) de Bach; são diálogos delicados entre dois executantes de excepção,
 construídos no rigor clássico do século XVIII. Logo a primeira, a BWV 1031, deixa-nos num estado de beatitude face a coisas profanas geniais. Cinco estrelas, ou seis.

Aqui fica o Allegro Assai da sonata BWV 1035. 

Feliz 2005 !

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Discos da minha vida: 1 - Mozart por Christopher Hogwood, Emma Kirkby e Anthony Pay


Este disco já rodou centenas de vezes (milhares?), foi a revelação para mim da Academy of Ancient Music de Christopher Hogwood e do modelo interpretativo que revolucionou a direcção musical da música barroca. É uma festa de música do princípio ao fim, a voz de Emma Kirkby no seu mais angélico período de pureza, o clarinete de Anthony Pay out-of-this-world, de leveza enebriante.

Só na Sinfonia 35 'Haffner' ouviria melhor, mais tarde, por Harnoncourt. Mesmo assim a dinâmica e a precisão são de arrepiar,, e tudo isto numa gravação dos anos 80 !

A Festival of Mozart



L'Oiseau-Lyre, 425 643-2, gravações entre 1983 e 1986:

          - motete Exultate Jubilate
          - Concerto para Clarinete [ainda hoje acho esta a melhor gravação de sempre]
          - Sinfonia #35, Haffner

Emma Kirkby:
Anthony Pay:
E a Haffner de Hogwood:


segunda-feira, 9 de agosto de 2021

E Hotéis, porque não? Os meus seis melhores (lá fora).

Os Hotéis são todos iguais? Tive experiências muito variadas, desde verdadeiras espeluncas de dormir sobre tábuas, ou com ratos no quarto, ou cheiro a canos, candeeiros quebrados, banhos com inundação do quarto, até uns poucos que deixaram saudades, e que vou aqui documentar por gozo de memória. Para me restringir, só menciono dormidas lá fora, pela Europa. 

São seis que elejo, e merecem referência pela arquitectura ou decoração, pela situação, pelo pequeno almoço, pelo conforto, pelo bem que se dormiu. 

Saint-Martin-de-Ré

Um dos luxos mais saborosos das nossas viagens foi a Ilha de Ré, onde ficámos alojados no Domaine La Baronie. Nem sequer foi muito caro, pois estávamos fora do pico turístico, creio que em Setembro de 2011.

Não havia dois quartos iguais; um dos prmeiros "Hotel de Charme", sob o tema da História local.


Até tínhamos um relógio solar!


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Bolonha

O San Donato da cadeia Best Western fica mesmo mesmo no centro de Bolonha, é um edifício bonito, e sobretudo tem terraços espantosos sobre a cidade. Vêem-se telhados e torres, pátios e jardins, e pudémos gozar um luar fenomenal.


 


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Annecy

Outra estadia de sonho: o Les Trésoms, no alto e com vista para o lago. Tinha só um defeito: na volta da cidade baixa, tinhamos de subir, já cansados, uma íngreme rampa.

Sorte maior era a sala do pequeno almoço, enorme, soalheira, com grandes janelões a dar para o lago. Ao fim, um café no terraço e estava o dia começado em beleza. O ano era 2006.


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Tunbridge Wells, Kent

O nosso hotel ficava mesmo nas "Pantiles" de Royal Tunbridge, onde decorre o festival de jazz em Julho; o nosso quarto era como um balcão para o festival. Não era luxo nenhum, era modesto, não tinha elevadores, mas a localização, o edifício, o pequeno almoço no bar/pub, a esplanada, valeram a escolha.

 


A nossa mesa de pequeno almoço.




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Muito diferente foi o Victoria Hotel de Basileia em 2004; lobby e escadaria belle époque. Basileia é uma fabulosa cidade de Arte.


 Sem ser luxuoso (4*), era muito bonito e acolhedor.

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Em Lund, foi o Grand Hotel, finalmente um Grand.

Grand Breakfast


A escadaria é um deslumbramento.



Não são mesmo diferentes? Totalmente; e nem sequer são iguais na afabilidade, nos serviços, na existência de elevadores, na eficácia do wifi. No fim do dia, depois dos Museus, das Igrejas, das ruas pedonais de mau piso, dos passeios e excursões, dos concertos, o Hotel é o porto de abrigo, a caminha macia que esperámos. Conta muito.




quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Os melhores do ano, aqui neste meu Livro.


Tudo quanto é jornal e revista elege os seus melhores do ano, mais estrelas menos estrelas, listas para compra e oferta "segura", como se tal houvesse.

Desalinhado com o gosto padrão dos "críticos", aqui fica o meu gosto - muito parcial e enviesado, claro - em escolhas aos pares, muitas delas já aqui referidas ao longo do ano.

Uma espécie de prenda de Natal.
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Filmes do Ano :

'Leviatã'
de Andrey Zvyagintsev

O autor de O Regresso, The Banishment e Elena é talvez o maior cineasta do nosso tempo - dizer "génio" parece-me adequado. Mais aqui.

O Regresso a Casa
Zhang Yimou
Serena melancolia também na China, filmada por um esteta da elegância e do colorido. Mais aqui.

- menção especial para o melhor filme de animação, O Conto da Princesa Kaguya, de Isao Takahata, emocionante e épico.

Discos (CD) do ano :

Haydn, sinfonias nº 31, 70, 101
Robert Ticciati com a Scottish Chamber Orchestra


Leif Ove Andsnes
Beethoven, concertos nº 2 e 4 para piano

É o 3º volume da "Beethoven Journey" de Leif Ove Andsnes - e mantém a mestria de piano e de orquestra que fazem destes 3 CDs uma primeira escolha. À Mahler Chamber Orchestra cabe parte do mérito.

- uma menção especial para a 9ª de Bruckner de Claudio Abbado com a Lucerne Festival Orchestra, formidável e arrebatadora.

Livros do Ano :

A obra que mais gosto me deu ler este ano foi "A Noite dos Tempos" de René Barjazel, publicado em 1968. Quanto a livros publicados em 2015, deixaram marca estes :

Windows of the World
50 autores, The Paris Review
com desenhos de Matteo Pericoli
      
Belíssimos textos, ilustrados com cuidado e inspiração, ou vice-versa.

O Meteorologista
Olivier Rolin
      
Fundamental para perceber "aquilo tudo" que lá se passou. Triunfo dos Porcos, 1984, Gulag, um imensurável crime que é costume menorizar. Para mais, escrito com elegância e (relativa) contenção.

Aconselho o original em francês, porque esta tradução é em mau acordês.

BD
Não passei a vista por nada que se compare a

      
La Lune est Blanche
François e Emanuel Lepage
Aqui escrevi sobre ele.


Museu do Ano

Dos que visitei, fiquei extasiado neste:


Villa Farnesina, Roma



É de ir a correr.