---------- com uma piscadela ao blog República do Café ;-)
Não são, contrariamente ao que se crê, apenas os países mediterrânicos a criar uma
cidadania de café. Tenho visto e frequentado belos espécimes no Norte da Europa que, embora mais tardiamente e de forma muito localizada, lá foi aderindo a essa cultura que Steiner definiu como essencialidade europeia.
Oxford é um desses locais previlegiados, local de estudo e pensamento como poucos, frequentado por todos os amadores de criação e fermentação de ideias,
cosmopolis da intelectualidade.
Estudaram ou ensinaram em Oxford T.S. Eliot, T. E. Lawrence, W.H. Auden, John Galsworthy, Graham Greene, Evelyn Waugh, Iris Murdoch, John Updike, John Le Carré, Oscar Wilde, C. S. Lewis , J.R. Tolkien, Philip Pullman, e, claro, Charles Dodgson (Lewis Carroll). É uma cidade que vive de livros. Escritos, estudados, publicados, vendidos...umas 20 livrarias - algumas antigas - e várias bibliotecas (cada College tem a sua).
Há cafés em Oxford? Se há! E já nem falo das cadeias Starbucks, Costa Coffee, Café Rouge. Há uma verdadeira cultura do café desde o séc XVII. Gente como John Dryden, Alexander Pope e Jonathan Swift foram apreciadores do café oxfordiano.
Começando pelo mais antigo -
Queen’s Lane Coffee House.
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Passa por ser um dos mais antigos...
da Europa! Uma casa histórica de 1654 que foi a primeira a servir café em Oxford. Houve interrupções e mudança de local, mas com certeza que desde o séc XVIII se servia café aos estudantes por aqui. Situado centralmente em High Street, junto ao Queen´s college, está sempre cheio - é mais uma espécie mista de bar e salão de chá - frequentada tanto por universitários como por turistas, gente às compras e gente a ver quem passa, pois há uma estação de metro para Londres mesmo ao lado. Infelizmente , foi vítima de uma decoração modernaça que lhe descaracterizou o interior.
Mas vamos ao melhor:
O Grand Café, também em High Street e dos mais antigos em Oxford (1840), mas numa decoração opulenta de mármores e folhas de ouro. Não é barato, mas é refinado e grandioso. À noite enche-se de visitantes e gente local, a maioria universitários.
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Serve uma variedade de chás e de cafés de qualidade.
Um café mais modesto mas com patine é o
Mortons Café , em Broad Street. Tem livros como convém, e uma esplanada de jardim nas trazeiras. Fica no rés do chão de uma casa antiga (em cima serve refeições).
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Mais procurado é o
Café Coco, em Cowley Road. Fundado em 1991 numa zona degradada, foi criando freguesia e popularidade e obteve o prémio
Café do Ano 1995 do
Daily Telegraph. Coleccionou prémios do
The Independent e
The Observer .
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Mais dois locais merecem referência. Um é o
Georgina´s Café, no Mercado Coberto. Ao estilo 60/70, hippie, pode ser ruidoso de conversas e música de fundo, numa sala pequena e acolhedora com ambiente familiar, paredes decoradas com posters de filmes antigos e grupos musicais. Muito "in", cheio de magazines e folhetos sobre a actualidade cultural de Oxford. Às vezes tem música ao vivo. É um dos favoritos dos estudantes por ser descontraído, barato, amigável e sempre cheio de jovens.
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O outro é o moderno
Café Loco, inspirado nos contos de Lewis Carroll. Criado há 3 anos num edifício clássico (500 anos) do centro, tem um estilo algo formal e requintado, onde se vai em ocasiões e não no dia a dia.
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Há muitos mais. O
St Giles Café com mesas de fórmica, o
Jericho Café no bairro mais boémio para ver o mundo passar, o moderno e cómodo
Jam Factory (Netcafé) numa antiga fábrica de geleia junto à estação, o
Modern Art Café minimalista junto ao museu, o
Café Noir (1987) ao estilo francês, com toldo, esplanada e quadros nas paredes, o
Browns Café no mercado coberto, com aspecto pindérico mas cheio de estudantes...
O Mercado Coberto de Oxford