quinta-feira, 30 de setembro de 2010

domingo, 26 de setembro de 2010

Sol poente

Outono, aposentação, entrada nos sessenta, pássaros de partida, sol poente.

Será assim bonito?

(fotos minhas, 25 Set 2010)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Elevazione: o génio de Zipoli

Contemporâneo de Bach, Domenico Zipoli (1688-1726) foi um compositor italiano da época barroca, que estudou com Scarlatti em Nápoles.

Fez-se Jesuíta em Sevilha e voluntarizou-se para missões no Paraguai, onde desenvolveu talentos musicais entre os Guaranis. É reconhecido como o mais completo e criativo músico Jesuíta, e certamente um dos que com mais alegria comunicaram por música

Messa di Sant'Ignazio: Kyrie

Beatus vir
onde Zipoli mostra o seu virtuosimo no órgão

A morir chi mi condanna, aria
Da Cantata "Delle offese a vendicarmi"
Elena Cecchi Fedi, soprano

Elevazione per oboe, a sua obra mais conhecida


Desta obra recomendo em absoluto a interpretação de Gordon Hunt com a sinfónica de Norrköpin

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Férias definitivas

O meu Outono, chegou.

Altura para balanços e projectos. Ensinei Matemática durante 35 anos, e foi bom. Estava agora a estragar-se tudo rapidamente, vertiginosamente. Não há pachorra para tanta incompetência de uns, desleixo e má vontade de outros, condições em degradação constante. As irritações e frustrações acumulavam-se, e veio agora juntar-se uma franca pioria de condições físicas. Era tempo.

Cadeira vazia, pois. Continuo professor, mas farei só o que gosto e ao resto direi "Não, NÃO FAÇO!", com especial prazer. Trabalharei com quem gosto e aos outros direi, "vai bugiar". E à tutela direi coisa bem pior. Eh eh eh.

Ah, estar livre da tutela! :D \o/

Projectos? São tantos... Além de me dedicar ao ensino em total liberdade, em horário reduzido e de minha livre escolha, vou dedicar muuuuuito tempo a frequentar cultura - música, cinema, astronomia, museus, alguma matemática, livros sempre; vou enfim dedilhar a minha guitarra clássica uma horita por dia, relaxadamente; vou passear, a pé, de carro, de comboio, na minha bicla nova

Com menos recursos, vou viajar de quando em quando. Vou alimentar os meus dois blogs, que às vezes me ocupam horas. E, mais que tudo, vou cultivar as minhas amizades, actuais e passadas, que tenho por vezes mal-tratado.

Dia 1 da minha reforma.

domingo, 19 de setembro de 2010

Tua: um rio, uma linha

é uma foto-reportagem de José Miguel Ferreira, uma homenagem à condenada (?) linha do Tua, uma das mais belas ferrovias da Europa, a que já me referi várias vezes neste blog. Imagens belíssimas,

aqui:
http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=92&did=119982

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

days in goodness spent


She Walks in Beauty

She walks in beauty, like the night
Of cloudless climes and starry skies;
And all that's best of dark and bright
Meet in her aspect and her eyes:
Thus mellow'd to that tender light
Which heaven to gaudy day denies.

One shade the more, one ray the less,
Had half impair'd the nameless grace
Which waves in every raven tress,
Or softly lightens o'er her face;
Where thoughts serenely sweet express
How pure, how dear their dwelling-place.

And on that cheek, and o'er that brow,
So soft, so calm, yet eloquent,
The smiles that win, the tints that glow,
But tell of days in goodness spent,
A mind at peace with all below,
A heart whose love is innocent!

Lord Byron

Ela Caminha em Beleza

Ela caminha em Beleza, como a noite
De clima sem nuvens e céu estrelado ;
O que há de melhor nas trevas e na luz
junta-se no seu rosto, nos seus olhos :
Assim suavizado à terna claridade
Que os céus ao dia fúlgido recusam.

Uma sombra a mais, um brilho a menos,
E lá se iria a graça indefinível
Que ondula em cada mecha do cabelo,
Ou, suavemente, a face lhe ilumina ;
Onde pensamentos docemente exprimem
Quão puro, quão querido é o lugar que habitam.

E nessa face, e nessas sobrancelhas,
Tão frágil, tão calmo, porém eloquente,
O sorriso que triunfa, a tez que enrubesce,
Mas falam dos bondosos dias já passados,
Uma mente, em paz com tudo o mais,
Um coração, cujo amor é inocente !

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Astrofotografia - prémios 2010

1º prémio, foto de Tom Lowe: silhueta de velha árvore contra a Via láctea. Pinheiros que podem viver 5000 anos contra estrelas de há 30 000.

Prémio "Deep Sky", foto de Rogelio Andreo: as 3 estrelas da constelação Orion e uma vista "épica" das nuvens de gás e poeira. E a nebulosa "cabeça de cavalo" ao centro, em baixo.

Prémio "As pessoas e o Espaço", foto de Steven Christenson: há um dia do ano em que o sol poente espreita entre este arco de rochedo em Pfeiffer Beach , Big Sur, California.


Mais em:

http://www.nmm.ac.uk/visit/exhibitions/astronomy-photographer-of-the-year/winners/

domingo, 12 de setembro de 2010

Bela Galiza:

Corcubión

Corcubión fica na costa Noroeste da Galiza, numa das Rías Baixas, na região conhecida como Costa da Morte, em tempos local de pirataria e de numerosos naufrágios.

Durante a presença romana e na Idade Média, esta região era julgada a mais ocidental da Europa. Há muitos vestígios ainda mais antigos da presença celta. Mas foi no séc. XV , com o fim dos ataques dos Vikings, que a aldeia de Corcubión começou a crescer como importante povoamento costeiro.

Corcubión foi declarada "sítio de interesse histórico e artístico" em Janeiro de 1984, pela sua arquitectura popular típica das aldeias piscatórias galegas, com as tradicionais varandas e galerias vidradas.

Na praça principal , város edifícios merecem observação, por exemplo a Casa Miñones de 1899., com elementos do estilo modernista, popular na época. Outro exemplo na Praça é a linda Casa do Xulgado.

Com arcadas e varandas, as estreitas ruas medievais têm também o seu encanto.

Nos arredores, outros exemplos conhecidos da arquitectura popular; horreos (espigueiros), moínhos, pombais.

Horreo de Carnota

Frente urbana sobre a ria

A famosa Playa Langosteira é um dos mais belos areais da região, com areia branca, águas cistalinas onde os peixes nadam confiantemente à nossa volta.

O Porto de Corcubión também nos recorda a história passada da vila. Depois de destruído na Guerra Peninsular (séc XIX), foi restaurado e alargado pela sua importância estratégica na ria. Actualmente é apenas marina de recreio.

Um curto passeio na estrada costeira em direcção ao mar aberto leva-nos ao Cabo Fisterra - o rochedo impressionante onde se julgava que tudo acabava...

Fotos minhas, 2005-2010 (excepto as duas últimas, Panoramio).

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Emily Dickinson em tradução

Publicada recentemente, uma colectânea de Cem Poemas de Emily Dickinson (1830 – 1886), traduzidos para português, deixou-me muito desiludido.

Emily Dickinson é uma das minhas poetas de eleição, frequentemente citada no Livro de Areia.

Alguns exemplos, de tradução minha, que pode não agradar a muitos mas ... é minha.

1.

Vim comprar um sorriso – hoje
Um simples sorrisito
Um leve, no teu rosto,
Serve lindamente –
Ninguém mais dá por ele
De tão esbatida luz –
Peço ao balcão – senhor,
Vá lá, pode vender –

Trago diamantes nos dedos
Sabes, diamantes ?
E Rubis – sangue do entardecer ~
E Topázio – como estrelas!
É bom negócio, judeu !
Posso ficar com ele – senhor ?


2.

Para fazer um prado basta um trevo e uma abelha
Um trevo, uma abelha
E fantasia.

A fantasia basta, só ela,
Se faltam as abelhas.


3.

Neste prodigioso mar,
Em silêncio navegando,
Ho! Timoneiro, ho!
Conheces tu a praia
Onde não rugem as vagas
E a tempestade passou?

No tranquilo ocidente
Muitas velas em repouso,
Âncoras a descansar ;
Para lá vos conduzo.
Terra à vista! Eternidade!
Enfim, desembarcar.


4.

Como se o Mar se abrisse
Mostrando outro Mar –
E este – ainda outro – e os três
Só uma antecipação –

De Períodos de outros Mares –
De Praias não visitados –
Eles Origem de Mares vindouros –
A Eternidade – são Esses.


5.

Ó Estrelas e Sonhos e Gentil Noite;
Ó Noite e Estrelas, voltai!
E escondei-me da luz hostil
Que não aquece, queima

Que seca o sangue de quem sofre;
Bebe lágrimas em vez de orvalho;
Deixai-me dormir enquanto o seu reino cega,
E só acordar convosco!


6.

Como se uma pequena flor do Ártico
desde a região polar,
fosse descendo através das latitudes,
até chegar perplexa
aos continentes do verão,
aos firmamentos do sol,


a estranhos, luminosos campos de flores,
e de pássaros de línguas estranjeiras! Digo,
Como se esta pequena flor
ao Éden estivesse a chegar --
E então, o quê ? Ora, nada, só
o que daí te pões a pensar !

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A Gilda de Julia Novikova

Do filme "Rigoletto a Mantova", RTP2, sábado e domingo passados, o que mais gostei, a ária e dueto "Tutte le feste al tempio" :

Gilda: Julia Novikova
Rigoletto: Placido Domingo

Ópera, é isto!

sábado, 4 de setembro de 2010

Aldeias do Xisto

Serra da Lousã

Um tesouro, o conjunto das aldeias do xisto na Lousã. Os nomes , para começar - Talasnal, Casal Novo, Chiqueiro, Cerdeira...


Visitei-as numa Páscoa soalheira (2007), primavera adiantada. Muitas não são mais que um punhado de casas que espreitam por entre a folhagem, uma estreita rua em escada descendo a encosta, ladeada pelas casas em cascata, abrindo subitamente um pequeno largo - o centro.

Xisto e verdura, flores e xisto.

Uma topologia definida quase sempre por linhas de água, ribeiros ou fontes.

O fumo da fogão de lenha a subir das chaminés, os odores da terra, da cozinha, das flores, a janela decorada, os vasinhos à soleira, o cãozito aninhado ao sol no patamar de entrada, são indices que não enganam: uma vida simples e despojada talvez, mas desgraçada não.

http://www.aldeiasdoxisto.pt/
fotos minhas

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dois anos !



Está de parabéns, O Livro de Areia. Pensei que durava meses, fez ontem dois anos. E agradece muito aos queridos seguidores e comentadores ♥♥ e a todos os que, online e offline, têm sido ajuda preciosa como fonte de inspiração para publicar. Modestamente frequentado, não deixa por isso de ser um refúgio valioso onde me sabe bem vir passar uns momentos.