Excelente música portuguesa - que não passa na rádio
Marta Hugon - "Crash into me"
Marta Hugon - "Too Close For Comfort"
- NUM GRÃO DE AREIA
O MUNDO INTEIRO VER -
Excelente música portuguesa - que não passa na rádio
Marta Hugon - "Crash into me"
Marta Hugon - "Too Close For Comfort"
Contemporâneo de Bach, Domenico Zipoli (1688-1726) foi um compositor italiano da época barroca, que estudou com Scarlatti em Nápoles.
Fez-se Jesuíta em Sevilha e voluntarizou-se para missões no Paraguai, onde desenvolveu talentos musicais entre os Guaranis. É reconhecido como o mais completo e criativo músico Jesuíta, e certamente um dos que com mais alegria comunicaram por música
Messa di Sant'Ignazio: Kyrie
Beatus vir
onde Zipoli mostra o seu virtuosimo no órgão
A morir chi mi condanna, aria
Da Cantata "Delle offese a vendicarmi"
Elena Cecchi Fedi, soprano
Elevazione per oboe, a sua obra mais conhecida
Desta obra recomendo em absoluto a interpretação de Gordon Hunt com a sinfónica de Norrköpin
O meu Outono, chegou.
Altura para balanços e projectos. Ensinei Matemática durante 35 anos, e foi bom. Estava agora a estragar-se tudo rapidamente, vertiginosamente. Não há pachorra para tanta incompetência de uns, desleixo e má vontade de outros, condições em degradação constante. As irritações e frustrações acumulavam-se, e veio agora juntar-se uma franca pioria de condições físicas. Era tempo.
Cadeira vazia, pois. Continuo professor, mas farei só o que gosto e ao resto direi "Não, NÃO FAÇO!", com especial prazer. Trabalharei com quem gosto e aos outros direi, "vai bugiar". E à tutela direi coisa bem pior. Eh eh eh.
Ah, estar livre da tutela! :D \o/
Projectos? São tantos... Além de me dedicar ao ensino em total liberdade, em horário reduzido e de minha livre escolha, vou dedicar muuuuuito tempo a frequentar cultura - música, cinema, astronomia, museus, alguma matemática, livros sempre; vou enfim dedilhar a minha guitarra clássica uma horita por dia, relaxadamente; vou passear, a pé, de carro, de comboio, na minha bicla nova
Com menos recursos, vou viajar de quando em quando. Vou alimentar os meus dois blogs, que às vezes me ocupam horas. E, mais que tudo, vou cultivar as minhas amizades, actuais e passadas, que tenho por vezes mal-tratado.
Dia 1 da minha reforma.
Do blog Gustav Mahler 2010 - 2011,
é uma foto-reportagem de José Miguel Ferreira, uma homenagem à condenada (?) linha do Tua, uma das mais belas ferrovias da Europa, a que já me referi várias vezes neste blog. Imagens belíssimas,
aqui:
http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=92&did=119982
1º prémio, foto de Tom Lowe: silhueta de velha árvore contra a Via láctea. Pinheiros que podem viver 5000 anos contra estrelas de há 30 000.
Prémio "Deep Sky", foto de Rogelio Andreo: as 3 estrelas da constelação Orion e uma vista "épica" das nuvens de gás e poeira. E a nebulosa "cabeça de cavalo" ao centro, em baixo.
Prémio "As pessoas e o Espaço", foto de Steven Christenson: há um dia do ano em que o sol poente espreita entre este arco de rochedo em Pfeiffer Beach , Big Sur, California.
Mais em:
Corcubión
Corcubión fica na costa Noroeste da Galiza, numa das Rías Baixas, na região conhecida como Costa da Morte, em tempos local de pirataria e de numerosos naufrágios.
Durante a presença romana e na Idade Média, esta região era julgada a mais ocidental da Europa. Há muitos vestígios ainda mais antigos da presença celta. Mas foi no séc. XV , com o fim dos ataques dos Vikings, que a aldeia de Corcubión começou a crescer como importante povoamento costeiro.
Corcubión foi declarada "sítio de interesse histórico e artístico" em Janeiro de 1984, pela sua arquitectura popular típica das aldeias piscatórias galegas, com as tradicionais varandas e galerias vidradas.
Na praça principal , város edifícios merecem observação, por exemplo a Casa Miñones de 1899., com elementos do estilo modernista, popular na época. Outro exemplo na Praça é a linda Casa do Xulgado.
Nos arredores, outros exemplos conhecidos da arquitectura popular; horreos (espigueiros), moínhos, pombais.
A famosa Playa Langosteira é um dos mais belos areais da região, com areia branca, águas cistalinas onde os peixes nadam confiantemente à nossa volta.
O Porto de Corcubión também nos recorda a história passada da vila. Depois de destruído na Guerra Peninsular (séc XIX), foi restaurado e alargado pela sua importância estratégica na ria. Actualmente é apenas marina de recreio.
Um curto passeio na estrada costeira em direcção ao mar aberto leva-nos ao Cabo Fisterra - o rochedo impressionante onde se julgava que tudo acabava...
Publicada recentemente, uma colectânea de Cem Poemas de Emily Dickinson (1830 – 1886), traduzidos para português, deixou-me muito desiludido.
Emily Dickinson é uma das minhas poetas de eleição, frequentemente citada no Livro de Areia.
Alguns exemplos, de tradução minha, que pode não agradar a muitos mas ... é minha.
1.
Vim comprar um sorriso – hoje
Um simples sorrisito
Um leve, no teu rosto,
Serve lindamente –
Ninguém mais dá por ele
De tão esbatida luz –
Peço ao balcão – senhor,
Vá lá, pode vender –
Trago diamantes nos dedos
Sabes, diamantes ?
E Rubis – sangue do entardecer ~
E Topázio – como estrelas!
É bom negócio, judeu !
Posso ficar com ele – senhor ?
2.
Para fazer um prado basta um trevo e uma abelha
Um trevo, uma abelha
E fantasia.
A fantasia basta, só ela,
Se faltam as abelhas.
3.
Neste prodigioso mar,
Em silêncio navegando,
Ho! Timoneiro, ho!
Conheces tu a praia
Onde não rugem as vagas
E a tempestade passou?
No tranquilo ocidente
Muitas velas em repouso,
Âncoras a descansar ;
Para lá vos conduzo.
Terra à vista! Eternidade!
Enfim, desembarcar.
4.
Como se o Mar se abrisse
Mostrando outro Mar –
E este – ainda outro – e os três
Só uma antecipação –
De Períodos de outros Mares –
De Praias não visitados –
Eles Origem de Mares vindouros –
A Eternidade – são Esses.
5.
Ó Estrelas e Sonhos e Gentil Noite;
Ó Noite e Estrelas, voltai!
E escondei-me da luz hostil
Que não aquece, queima
Que seca o sangue de quem sofre;
Bebe lágrimas em vez de orvalho;
Deixai-me dormir enquanto o seu reino cega,
E só acordar convosco!
6.
Como se uma pequena flor do Ártico
desde a região polar,
fosse descendo através das latitudes,
até chegar perplexa
aos continentes do verão,
aos firmamentos do sol,
a estranhos, luminosos campos de flores,
e de pássaros de línguas estranjeiras! Digo,
Como se esta pequena flor
ao Éden estivesse a chegar --
E então, o quê ? Ora, nada, só
o que daí te pões a pensar !
Do filme "Rigoletto a Mantova", RTP2, sábado e domingo passados, o que mais gostei, a ária e dueto "Tutte le feste al tempio" :
Gilda: Julia Novikova
Rigoletto: Placido Domingo
Ópera, é isto!
Serra da Lousã
Um tesouro, o conjunto das aldeias do xisto na Lousã. Os nomes , para começar - Talasnal, Casal Novo, Chiqueiro, Cerdeira...
Visitei-as numa Páscoa soalheira (2007), primavera adiantada. Muitas não são mais que um punhado de casas que espreitam por entre a folhagem, uma estreita rua em escada descendo a encosta, ladeada pelas casas em cascata, abrindo subitamente um pequeno largo - o centro.
Xisto e verdura, flores e xisto.
Uma topologia definida quase sempre por linhas de água, ribeiros ou fontes.
O fumo da fogão de lenha a subir das chaminés, os odores da terra, da cozinha, das flores, a janela decorada, os vasinhos à soleira, o cãozito aninhado ao sol no patamar de entrada, são indices que não enganam: uma vida simples e despojada talvez, mas desgraçada não.
http://www.aldeiasdoxisto.pt/
fotos minhas