Våler é uma aldeia na Noruega central.
Para substituir uma igreja de madeira do séc. XVII que ardeu por completo em 2009, foi aberto em 2011 um concurso de arquitectura internacional.
Sendo a Noruega o país que é, os projectos concorrentes eram todos arrojados e caros. Ganhou um gabinete espanhol de Madrid, OOIIO.
O telhado da estrutura em madeira, de cota baixa, desdobra-se num passeio público com vistas...
Uma igreja acessível e simpática mesmo para quem não assiste ao serviço religioso. Um gesto urbanístico significativo.
Já agora, a outra igrejita que fica mesmo ao lado é esta:
Afinal, os PIGS têm ideias que são apreciadas "lá em cima", não é ?
segunda-feira, 30 de abril de 2012
A igreja de Våler: luxo de ricos, com arte de pobres
quinta-feira, 26 de abril de 2012
My Brightest Diamond
Not-classical !
Ainda há surpresas. Esta senhora auto-intitulada "o meu mais luminoso diamante" (!!!) tem uns vídeos muito bem feitos ( a ver ampliados) e uma voz envolvente, sensível:
Dos mais lindos vídeos que já vi:
quarta-feira, 25 de abril de 2012
(des) gostos do 25
Não sei realmente o que escrever hoje... dia de ânimo ou de desânimo?
Há muitos modos de não-democracia. Além dos modos extremos do nazismo e do estalinismo, indefensáveis em absoluto, há estas modalidades mais suaves em vigor na China, em Cuba, na Venezuela, na Bielorrússia, nuns casos sob o anonimato de um partido único, noutros sob o abuso de poder de um demagogo populista. Não vejo caso nenhum, contudo, em que haja "despotismo iluminado", como tenho ouvido defender, em que o poder absoluto seja exercido por alguém superiormente culto e dedicado ao bem estar da população.
Desanimados com as ditaduras, estaremos animados pela expansão da democracia no mundo ? Nem por isso. Ouvem-se queixas crescentes contra os partidos, a liberdade dos mercados, os poderes encobertos, as ditaduras financeiras. O engraçado é que há unidade em volta destas críticas entre os mais à esquerda e os mais à direita. Surge a dúvida se não são os patrocinadores das ditaduras acima referidas quem mais ferozmente critica estas débeis democracias.
Como poderei então estar "animado" com o 25 de Abril, coisa anacrónica de há 38 anos ? Ou desembocava no primeiro cenário, ou desembocava no segundo. Cá estamos.
Contra o que cada vez mais se diz por aí, penso que o único ânimo que posso acalentar tem a ver com estarmos na Europa, estarmos no Euro. É como uma velha casa aristocrática que empobrece a olhos vistos, mas mesmo arruinada continua acolhedora, bonita e cheia de boas recordações. Tem uma dignidade como há poucas, boa vizinhança e portas abertas ao exterior. É onde fizemos amigos e trocámos amores. Sinto-me bem nesta casinha, nem que tenha de comer côdeas.
E percebo que terei de comer côdeas.
Não sei se tenho que agradecer a Abril.
Não era isto que eles queriam.
O Abril dos militares heróicos era o Abril das côdeas, sim, mas sem Europa. Era o "despotismo iluminado" ao contrário - a certeza de uma mediocridade social e cultural igual para todos. O que me anima, talvez, é que eles foram derrotados, e que, melhor ou pior, sempre fomos subindo os degraus na casa europeia. Porque nisso votámos.
Mas também... não era "isto" que eu queria.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
St. George, England and Master Shakespeare
Hoje é o dia da nação inglesa, do seu patrono S. Jorge e de William Shakespeare, falecido a 23 de Abril de 1616.
Aqui vai um divertido Midsummer night's dream, em filme de animação da BBC, com boa parte do texto original e uma narração exemplar. O William devia fartar-se de rir. Viva St. George, viva Albion.
"The course of true love never did run smooth"
sábado, 21 de abril de 2012
Branda do Crastibô
Continuando por cá: já que tenho mostrado sítios remotos lá de fora, hoje aqui vai um sítio remoto... cá dentro, como o momento turístico exige. Pobre, triste, abandonado, mas tão bonito nesta desgraça toda... típico, enfim.
Soube por voz amiga desta aldeia abandonada nas faldas da Peneda, para os lados de Ponte da Barca. Não há estrada - a mais próxima fica a dezenas de quilómetros.
Não admira que a aldeia tenha ficado deserta. Mas a natureza, já de si generosa, encarregou-se de integrar as casa abandonadas, os muros e as calçadas, o musgo encarregou-se de decorar, e num nenhures de Portugal (é impressionante a quantidade de nenhures que há em Portugal !) nasceu esta beleza.
Uma branda é uma aldeia de ocupação temporária, no Verão, mais acima da encosta; lá em baixo, corresponde-lhe a Inverneira, aldeia de inverno. Anualmente as populações transferiam-se com o gado prara onde os pastos e os terrenos têm melhores condições.
Agora, Crastibô recebe apenas visitas de caminhantes - a Branda está num percurso pedestre de montanha que parte da aldeia de Sistelo, na EN 202-2, no concelho de Arcos para percorrer o Vale Glaciário do rio Vez. Vale a pena, parece.
E é assim, o Portugal que ainda não está estragado é o Portugal que ninguém já quer. Mas a Europa é isto também.
Fontes: Aromâncias e A Caminhar por...
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Uma outra Linha do Tua
Eis o que podia ser a Linha do Tua se fôssemos um país rico e civilizado:
Mas um combóio assim, era bom demais...
Pois, estamos nos antípodas mesmo, a linha parte de Dunedin, uma das cidades mais bonitas da Nova Zelândia, e corre a garganta e o vale do rio Taieri. Visitados por gente de todo o mundo...
Só podia ser Portugal de pernas para o ar.
terça-feira, 17 de abril de 2012
ti cala, vai?
Quando é a própria PT institucional a tratar assim a língua nacional, percebe-se o porquê do Acordo Ortográfico. Afinal, tanto faz, a língua é para morrer mais cedo ou mais tarde.
Hello
Mi liga, vai
Mas que cosmopolita esta PT ! Estarão a pensar vendê-la a mercados emergentes ? E vamos ter uma campanha em mandarim? e outra em romeno, ucraniano... ?
Nota: este cartaz está afixado na cabine telefónica em frente a minha casa.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Longyearbyen, a última capital europeia a caminho do Pólo Norte
Continuando a viajar pelo nosso extremo Norte ...
As Ilhas Svalbard ainda são Europa, são justamente o cantinho noroeste da placa Eurasiana, na borda da falha intercontinental. Já tão perto do Pólo Norte, bem podemos referir o arquipélago como sendo a Última Europa.
Sob soberania condicionada da Noruega, não estão na União Europeia; há mesmo uma área sob jurisdição russa, uma aldeia mineira. Grande parte do território é deserto polar, coberto sob (ainda) espessa capa de gelo. Algumas bases de investigação científica em zonas costeiras abrigadas não bastam para povoar um território de dimensão pouco inferior à de Portugal.
Mas, espanto, a ilha tem uma CAPITAL ! Chama-se Longyearbyen e tem uns 2100 habitantes, anualmente renovados e em crescimento, pois além de institutos científicos, há uma Universidade, instituição europeia por excelência - com tudo o que de bom isso traz - vida nas ruas, comércio, restauração, hotelaria, museus, centro cultural...
Localizada na margem do Isfjorden, mais precisamente na foz do subsidiário Advenfjord, a cidade está rodeada de um cenário espantoso de montanhas, fiordes e glaciares .
A côr mais frequente em Longyearbyen é o vermelho escuro, mas casas mais recentes têm vindo a dar um colorido mais variado à paisagem urbana.
Não há carros, e o município desencoraja o uso dos todo-o-terreno na cidade; bicicletas no verão, skis no inverno.
A 78°13′N 15°33′E, é em madeira e foi inaugurada em 1958:
Há hoje em Longearbyen uma razoável oferta de comodidades urbanas: pavilhão desportivo, piscina, galeria comercial, mercado de grande superfície, bares, cafés e restaurants, sete hotéis, algumas lojas, cinema...
O Restaurante Kroa:
A Galeria Svalbard
Não falta também uma galeria na cidade, onde expõem artistas locais.
Yngve Henriksen, Galleri Svalbard
Situado no Centro de Ciência da Universidade, é o edifício de mais bela e arrojada arquitectura da cidade:
UNIS - A Universidade de Svalbard
A arquitectura interior também é surpreendente.
A primavera e o verão surpreendem pela colorida flora ártica - umas 170 espécies de plantas floridas decoram o solo branco ou cinzento.