Empolgante, primorosa, a leitura da 4ª de Brahms que David Zinman apresentou à frente da Orquestra Gulbenkian. Nunca ouvirei melhor. O acumular de tensões quase insuportáveis no 1º andamento, o nítido e espacial destaque das secções da orquestra salientando as diversas linhas melódicas e o incomparável contraponto de Brahms, ou seja - o oposto do irritante empastelamento que a maioria das interpretações não consegue evitar.
No final, curto aplauso, um regresso ao palco, e acabou. Parece que não reconheceram o valor daquele momento único. Ainda há pouco na CM do Porto um concerto medíocre mereceu 4 regressos e um encore.
Até nisto há injustiça e incompreensão.
Pois não é que na 1ª parte (concerto para violino de Beethoven) a excelente prestação de orquestra foi praticamente arruinada por um violinista medíocre, apático e inexpressivo - excepto nas cadenzas excessivas e modernaças, em feio contraste com o resto da prestação ? Adivinhe-se quem teve Bravos. Não Zinman - mas o amador Baremboim filho, violinista.
Ficam-me para sempre os 13 minutos geniais do Allegro non troppo da quarta.
À falta de melhor, vai aqui com o grande Carlos Kleiber:
sexta-feira, 5 de abril de 2013
O Brahms de Zinman
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2 comentários:
Não pude mesmo ir, nem num dia nem no outro.
Pena o Beethoven, mas ainda bem pelo Brahms.
Pena, Paulo, fica para a próxima. A Gulbenkian será sempre um atractor para mim...
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