domingo, 28 de julho de 2013

Kent & Sussex, V:
- Bookshops, tearooms and else


Provavelmente vou ficar por aqui nesta reportagem de férias, tenho outros assuntos a tratar no Livro  :)

The Tiny book shop

Livrarias e salas de chá são os marcos infalíveis de qualquer cidade, vila ou aldeia inglesa. Fico sempre admirado com a vitalidade das lojas de livros, novos ou usados, nas mais recônditas vielas de um aglomerado qualquer.



E muitas vezes mesmo ao lado, cor de rosa ou azul, a também previsível tearoom onde senhoras idosas passam as horas mortas da tarde, e gulosos como eu correm aos scones com creme e compota.

Lewes: livros usados e, ao lado, florista e casa de chá (tudo junto) - a Lewesiana !

Rye: a mais florida

Rottingdean: a mais cor-de-rosa
'Scrumptious' ?! Ena.

Creme, sim, creme de nata, e não natas plastificadas. Abuso um bocado, eu, mas o Earl Grey ajuda a digerir.



Também se pode subir de nível, nas cidades, e ir ao chá num hotel requintado, de charme. Não se fica arruinado e podemos mimar-nos com um serviço atencioso, bom inglês, bela louça inglesa. E também já há expressos bem tirados.



Lewes tem disso tudo, mais as floreiras e as portas bonitas e calçadas de pedra íngremes como nas nossas aldeias de serra. A diferença é que ali ao lado há Glyndebourne.

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Em Tunbridge Wells, saiu-me a sorte grande e tive prendas : dois magníficos livros de poesia, belamente ilustrados, que estavam na prateleira da rua a 50 p. cada ! Custa a acreditar.

Keats, de When the Night doth Meet the Noon :

                               Oh, sweet Fancy! let her loose; 
                               Every thing is spoilt by use: 
                               Where's the cheek that doth not fade, 
                               Too much gaz'd at? Where's the maid 
                               Whose lip mature is ever new? 
                               Where's the eye, however blue, 
                               Doth not weary? Where's the face 
                               One would meet in every place? 
                               Where's the voice, however soft, 
                               One would hear so very oft? 


e Dickinson, de Acts of Light :

                              Beauty crowds me till I die
                              Beauty, mercy have on me!
                              But if I expire today,
                              Let it be in sight of thee -




Um gosto de ler, sim, mas de ver e folhear, também.
E pelo preço de um café - em Portugal, claro.


6 comentários:

João Alves disse...

Eu sei, porque me ensinaram, que a inveja é uma coisa feia. Tenho muita pena mas é o que sinto neste momento. Não só pelo earl grey, que se remedeia, mas pelas natas, pelos scones, pelos livros, pela loiça e, principalmente, por Glyndebourne aí ao lado.

Mário R. Gonçalves disse...

A 'magia' está no conjunto, caro João Alves, e seja aqui bem-vindo.

Há sempre um dia-Glyndebourne à espera de quem não desiste...

Gi disse...

Que bom!
Não tivesse eu hoje passado um belíssimo dia e comido uns brownies extraordinários, também estaria cheia de ciúme...

Mário R. Gonçalves disse...

E do Keats, gostou, Gi ?

[ já nem pergunto da E.D. :( ]

Gi disse...

Gostei de ambos, Mário :-)

Então e sobre Glyndebourne, não vai contar?

Mário R. Gonçalves disse...

Não fui ao festival, Gi ! Andei por ali a reconhecer a geografia e os locais melhores para ficar. Um ano que valha a pena hei-de ir.

Devo-lhe ainda uma igreja com órgão bonito. Não esqueci.