'Der Rheinfall bei Schaffhausen', aguarela sobre lápis, 1847
Quando da minha visita em 2010 a Stem-Am-Rhein, perto das cataratas do Reno em Schaffhausen, deparei com uma aguarela atribuída a Felix Mendelssohn, que nem era nada má e me deixou curioso. Fica aqui o resultado de uma trivial procura na net.
O jovem Felix era uma rapaz prendado e com pinta de artista, que praticava piano. desenho e pintura. Para mais em sua casa eram visitas habituais pessoas como Hegel, von Humboldt, Heinrich Heine, Carl Maria von Weber, Louis Spohr ou Paganini. Tinha tudo para vir a ser interessante.
E assim foi: dirigiu a Gewandhaus durante doze anos, fundou o Conservatório de Leipzig, interpretou obras de Bach e Mozart e sobretudo foi compondo as suas obras. Mas também pintou algumas bonitas aguarelas.
Luzern, 1836
'Bild aus Interlaken', 1847
Os quadros de Mendelssohn representam paisagens, edifícios, povoações, cenas mais ou menos bucólicas, e reflectem um nível apreciável de saber e jeito de mão.
'Obsthain mit Kastanie' [Souto de Castanheiros], 1844
É de salientar o sentido de visão estrutural e a expressão graciosa dos detalhes.
'Der klyne Groenmarkt' [o mercadito de verduras](Haia, c.1836)
Leipzig, 1838
Unterseen, Interlaken, 1840
Ao longo da vida produziu mais de 300 obras de arte. Treze destas, que estão guardadas na Biblioteca Estadual de Berlim, foram pintadas na Suíça durante a última viagem a esse país que adorava.
Florenz, 1830
Castelo de Chillon (?), lago de Geneva
Mendelssohn faleceu em 1847, após uma estada em Interlaken; três das obras aqui ilustradas datam desse ano - foi pintor até morrer.
Interessante e nada mal, mas bem vistas as coisas, os desenhos dele que prefiro ainda são destes assim:
Saber mais: aqui ou aqui.
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Para acabar em beleza, o adagio do Quarteto de Cordas op. 80, de 1847, a derradeira e dolente obra de Felix Mendelssohn:
5 comentários:
Muito interessante. Não conhecia esta faceta do artista.
Eu também não sabia. Não posso dizer que goste muito das aguarelas, são o que se fazia na época e fazem-me lembrar as ilustrações de certos livros da minha mãe que li quando era criança, mas gosto de saber que as pintava.
Gi, a dos castanheiros está bem bonita !
E a do mercadinho de Haia é de uma preciosidade de detalhes admirável.
Pronto, não era um Dürer.
Gosto muito da música de Mendelssohn, mas acho alguns destes quadros lindissimos, sobretudo esse dos castanheiros, que não me importava de ter aqui :)
Obrigada pela partilha. Muto bom.
A arte, reflete e reveste o espirito, e a luz de Deus que o inspirou nunca se apagara.
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