quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Ainda sobre os seis anos do Livro: Soy


Em boa verdade, há duas coisas que me contentam: não conheço outro blog semelhante ao meu, e consegui até agora mantê-lo relativamente indiferente à efemeridade que corre no momento. Mas falhei no mais importante - e era o que eu queria:  que fosse radicalmente intemporal como a letra impressa dum livro antigo ou a areia numa baía da mais recôndita ilha.

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Música e poesia, sempre.

Conhecem Joseph Touchemoulin (1727-1801) ?  Francês, sim, mas fez carreira na corte de Ratisbona (Regensburg), Baviera. Foi a Itália aprender com Tartini, e ficou com esta habilidade para o violino.

Les Inventions, com Daniel Sepec no violino
Dir.  Patrick Ayrton.


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Soy

Soy el que sabe que no es menos vano 
que el vano observador que en el espejo 
de silencio y cristal sigue el reflejo 
o el cuerpo (da lo mismo) del hermano. 

Soy, tácitos amigos, el que sabe 
que no hay otra venganza que el olvido 
ni otro perdón. Un dios ha concedido 
al odio humano esta curiosa llave. 

Soy el que pese a tan ilustres modos 
de errar, no ha descifrado el laberinto 
singular y plural, arduo y distinto, 

del tiempo, que es uno y es de todos. 
Soy el que es nadie, el que no fue una espada 
en la guerra. Soy eco, olvido, nada.


Jorge Luis Borges




2 comentários:

Gi disse...

A segunda quadra deste soneto é uma epifania. Gracias, Maestro.

Mário R. Gonçalves disse...

O mais sábio dos sábios.