Foi no último dia em Roma, já de malas aviadas, que visitei um Palácio meio escondido numa ruela separada do Tibre por um alto aterro onde corre, louco de trânsito, o Lungotevere. Inevitável perguntar onde era a Villa Farnesina, claro, o GPS em Roma é só uma semi-utilidade: conduziu para meio da viela esconsa e o palácio era na metade anterior, sentido proibido. Isso soube eu à segunda tentativa, pois o primeiro romano a quem se pergunta nunca sabe (é uma Lei !). Dir-se-ia que o terreno abateu, tal é a sensação de estarmos numa cova; as ruas não têm passeios, e com os estacionados só há uma faixa circulável, que passa tangente às portas das mercearias. O último dos sítios onde encontrar frescos de Rafael, parecia. E contudo...
Já sabia ( eu informo-me !) que este era um dos raros palácios-museus abertos à segunda-feira. Aberto todos os dias do ano, aliás, menos os dois do costume. Passou-me pela cabeça que, tendo em conta o formigueiro de turistas em Roma , estariam aqui aos milhares. Nada. Ninguém. Até receei estar enganado e o museu fechado. Entrada modesta, uma mesa serve de balcão. Cinco euros. Cinco? Rafael, certo?
Entrada directa para a Loggia di Galatea, com o primeiro fresco - "Triunfo de Galatea" (1512).
Começa logo na beleza das portadas.
Do fresco mural, deixo detalhes:
Segue-se a Loggia di Amore e Psiche.
Nesta sala, as pinturas da oficina de Rafael sobre a fábula de Psiché, de 1518, decoram o tecto; vale a pena mostrar detalhes:
Escadaria para o 1º andar, e a (famosa) Sala das Perspectivas:
Peruzzi, o arquitecto do palácio (~1506), é também o autor da decoração da grande sala; caprichou nos frescos "trompe l'oeil" em que utiliza colunas para dar uma forte ilusão de perspectiva, parecendo que as paisagens enquadradas por uma loggia são vistas realmente de uma varanda.
A Villa é renascentista, claro; construída em 1510 para um banqueiro de Siena, é relativamente sóbria e com um modesto jardim.
http://www.villafarnesina.it/?lang=en
E foi o adeus a Roma. A não ser que...
1 comentário:
Pronto, mais uma coisa a acrescentar à lista para ver na próxima visita a Roma.
Eu que pensava saber exactamente o que me faltava ver...
Lindas, as pinturas, linda, a casa, e lindo, o "modesto " jardim.
Obrigada, Mário.
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