A Akademie für Alte Musik Berlin trouxe à Casa da Música um programa dedicado a Bach - concertos (BWV 1042 e 1046) e cantatas para soprano (BWV 199 e 202). Foram interpretações correctas, com a sonoridade doce de instrumentos de época muito bem afinados e coordenados, mas totalmente isentas de 'chama', em (suave) piloto automático ; sendo a excepção o violinista (e director) Georg Kallweit que por contraste abusou das liberdades interpretativas até ao disparate - uma ou duas fífias vergonhosas. Em resumo: esta Academia é uma sombra da que René Jacobs brilhantemente dirigia.
Ainda assim, a cantata profana 'do casamento', BWV 202, saiu muito bem, sendo notável a forma como Dorothea Mields se empenhou em dar uma boa performance e - imagine-se - tentar 'puxar' pela mortiça Academia. E fomos brindados com uma excelente Sich üben in Lieben, a ária central da cantata, com voz e oboé (Xenia Löffler, sempre muito bem) em festivo diálogo.
No YT agradou-me esta interpretação de Hyunah Yu :
in Scherzen sich herzen
ist besser als Florens vergängliche Lust.
Hier quellen die Wellen,
hier lachen und wachen
die siegenden Palmen auf Lippen und Brust.
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To play the love courtship
and laugh on heart's sorrows
is better than spring's ephemeral fever.
Here the waves swell,
here laugh and watch
the winning hand palms on lips and on chest.
Quanto a Dorothea Mields, este vídeo com uma ária da Paixão segundo S. Mateus, dirigida por outro grande - Philippe Herreweghe - dá uma ideia aproximada da sua bonita voz:
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