domingo, 17 de setembro de 2017

Calton Hill, a "acrópole" de Edimburgo, visita ao crepúsculo


Como não sou de Ásias nem Américas, o ponto alto das minhas viagens surge em sítios como este, europeus até ao tutano, cheios de evocações, belos como o eterno Capitólio ou os castelos do Reno. Este ano não falhei - em visitas anteriores a Edimburgo ficava sempre pela Royal Mile e pouco mais.

Princes Street vista da base de Calton Hill, à entrada da escadaria.

Ao fundo da Princes Street, perto do terminal do tram, há uma escadaria que sobe para o monte Calton, a colina mais elevada da cidade, símbolo escocês que foi sendo construído com intenção de respirar um ambiente clássico e mesmo épico. A "Scottishness", como se traduziria a malfadada e vazia 'portugalidade'.´

Um pouco mais acima e vê-se quase toda a cidade - o Castelo lá ao fundo.

O monumento a Dugald Stewart compõe uma das melhores vistas. Stewart foi um professor e pensador de relevo na Escócia tardo-iluminista séc XIX, que marcou com o seu progressimo militante.


Mas afinal o maior interesse de Calton Hill é como miradouro urbano. Não faltam belas fotos, as minhas ficam aqui, na luz dificil de um entardecer enevoado.





O National Monument é um memorial de 1823 dedicado aos soldados escoceses que morreram nas batalhas contra o exército de Napoleão. A ideia era construir um mausoléu à imagem do Parténon, mas a obra ficou neste estado por falta de fundos - uma vergonha nacional, nunca resolvida. Eu até acho que está magnífico assim, nada é mais belo que uma ruína, sinal da efemeridade.

Há ainda a (feia) torre-telescópio do Monumento a Nelson, o herói de Trafalgar. Tem algum interesse histórico por ter sido usada como sinal à navegação no porto de Leith e no Firth of Forth: conjugada com um tiro de canhão do castelo, uma bola no topo da torre dava a hora certa (às 13h) ao cair do topo do mastro. Um "audiovisual" tecnológico de 1853, hoje reduzido à componente visual - a esfera ainda cai.
Pode-se subir ao alto para vistas mais amplas. Não tenho pernas para tanta escada.

Há mais em Calton Hill: um cemiterio onde esta David Hume, um obelisco aos mártires rebeldes escoceses, a Governor's House que era parte da antiga prisão... como muitos outros montes mais ou menos sagrados, Calton Hill teve um culto mítico e continua ainda a ser um simbolo.

[esta não é minha]


2 comentários:

Virginia disse...


Infelizmente desisti de ir a Inglaterra e Escocia for the time being. Não me sinto capaz de viajar de comboio, com malas atrás e de calcorrear cidades a pé. O meu joelho dá-me dores todos os dias e agora juntam-se as dores nas costas. Cancelei os hoteis e só perco o dinheiro dos voos. Estou triste, mas é preferível não ir gastar dinheiro sem saúde. Estou a pensar em ir a Edimburgo , mas de avião para lá e para cá, combinando com a minha filha encontrarmo-nos. Não é tão cansativo, mas só o farei quando me sentir melhor. Vou ter de fazer fisioterapia para já. Fico com estas fotos na mente e na esperança. Obrigada, Mário.

PS. Também não desejo viajar para fora da Europa...o meu filho queria que eu fosse com ele a Goa, donde veio parte da minha família, mas já lhe disse que não tenho coragem para viajar long-distance.

Mário R. Gonçalves disse...

Tenho pena, mas acho que faz bem, Virgínia. É mesmo cansativo e o clima não ajuda. Nem a Ryanair :(.