Já existem festivais de música clássica no Verão há muitas décadas, bastante antes dos NOS e Rock in Rio. Este ano alguns nossos têm uma programação acima da média, e melhor programação que a Gulbenkian ou a Casa da Música, que vão de mal a pior.
De modos que irei festejar à minha maneira. Comecei pelo FIME em Espinho:
Dia 6 - Il Pomo d'Oro (Grécia) trouxe música do séc. XVIII com Edgar Moreau no violoncelo: Platti, Hasse, Telemann, Boccherini...
Maxim Emlyanchev dirige ao cravo.
Edgar Moreau no violoncelo
Foi um concerto surpreendente, com uma orquestra barroca radical (cordas de tripa) de afinação "aproximativa" mas com um ataque de cordas esfuziante, quase louco. O concerto para violoncelo D-WD 650 de Platti e o B 479 de Boccherini foram interpretações inexcediveis. E o violoncelo solista de Edgar Moreau criou um contraste de uma doçura e precisão notáveis - aqui está um senhor para seguir om atenção. Um dos melhores concertos do ano, até pelo visível entusiasmo dos executantes.
É pena que acústica da sala seja pobre - seca e abafada. Espinho merece melhor.
A seguir, será o FIMPV da Póvoa de Varzim:
Dia 28 - na Igreja Matriz: O coro Arsys Bourgogne e a Pulcinella Orchestra (Diapason d'Or) de Vézelay, em obras de C.P.E. Bach.
Se tudo correr bem, vai ser um Julho altamente melómano, coisa rara. Claro que gostava mesmo era de ir a Glyndebourne, ou a Salzburgo. Mesmo assim, não me posso queixar, sou um sortudo.
Deixo aqui Moreau e Il Pomo d'Oro no lindíssimo andante do RV419 de Vivaldi.
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