domingo, 26 de agosto de 2018
Desafios arriscados para umas férias de aventura radical
Silly Season !
Inspirado de novo por Patrick Besson, vou publicar o post maluco deste Verão. É só um, e acaba.
Leio e vejo em várias revistas sugestões de viagens e férias que não são "turismo" - turismo é mau, feio, sujo e estúpido, como se sabe, desde que a Ryan iniciou o low cost. São aventuras radicais para gente que se quer "questionar a si própria", fazer "viagens interiores", "pôr-se à prova", saber "até onde é capaz de ir", etc. Dão-me em geral vontade de rir, porque em vez de férias, boa vida, far niente, tudo o que sabe bem !, o que se propõe são desafios sacrificiais tenebrosos como voar em asa delta no Kilimanjaro ou ir ao Tibet de bicicleta, conviver com tubarões numa fossa oceânica ou um mês entre os mongóis numa tenda nas areias do Gobi.
Nesse espírito radical, Besson dá algumas ideias engraçadas, como sejam:
- Fazer rodeo sobre uma vaca sagrada num bairro popular de Bombaim.
- Rodar em volta da Kaaba, em Meca, no sentido dos ponteiros do relógio, enquanto se come uma bifana.
- Dançar seminu num gay pride em Teerão.
- Cantar o hino da Arménia empunhando a bandeira curda frente ao palácio de Erdogan.
Exemplos de humor deliciosamente xenófobo. Mas para compensar algumas sugestões minhas na Europa:
- Em Sochi, dizer-se sobrevivente inglês do MH17, ou negociante de Novitchok.
- Estacionar o carro num pátio junto à moradia de um velho escocês.
- Atravessar uma rua em diagonal ou zig zag, ao telemóvel, fora da passadeira, em Helsínquia.
- De barba longa e vestindo um espesso colete, estender o tapete e ajoelhar gritando Alá em Lourdes.
- Num café de Atenas, dar vivas ao Eurogrupo com um pin de bandeira portuguesa.
Chega. Boas férias, se for caso disso.
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